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Pix começa a funcionar hoje em todo o País; entenda como utilizar o sistema

Reportagem testou a nova forma de pagamentos e transferências na sexta-feira

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Em fase de testes desde o fim de outubro, o sistema de pagamentos eletrônicos do Banco Central (BC), o Pix, gera curiosidade naqueles que já se inscreveram para utilizar o serviço a partir de hoje (16), às 9h. 

Uma forma de substituir os já conhecidos métodos de transferência – TED e DOC –, além de dar celeridade às transações, o Pix deve ficar disponível 24 horas, sete dias por semana e transformar a forma como o brasileiro paga contas e transfere dinheiro.  

O Pix é uma nova maneira de transferir, pagar e receber valores e foi desenvolvido para aproveitar a usabilidade e a facilidade dos telefones celulares, com o objetivo de aumentar a eficiência dos pagamentos e deixar de lado a necessidade de utilizar dinheiro de papel.  

Com o serviço totalmente gratuito, agentes do mercado financeiro já veem a ferramenta como uma forma de inserir mais pessoas no sistema bancário, muito mal-vascularizado. 

Somente na pandemia, o Ministério da Economia afirmou que bancarizou mais de 40 milhões de brasileiros com o pagamento do auxílio emergencial.  

Em entrevista durante o lançamento do sistema, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Pix foi antecipado pelo momento. Segundo ele, o serviço era previsto para o começo de 2022.  

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Em live transmitida na semana passada, o diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), João Manoel Pinho de Mello, disse que o novo sistema de pagamentos eletrônicos foi responsável por mais de 57 mil transações somente na sexta-feira, 6 de novembro, primeiro dia de testes.  

Segundo a economista Daniela Dias, além de mais agilidade, a ferramenta trará competitividade ao mercado. 

“Com certeza, quando a gente fala em era da informação, de mecanismos on-line de pagamento, há necessidade de facilitações. E com a tecnologia vem a necessidade de agilidade e um menor custo. O Pix traz essas vantagens e ao mesmo tempo aumenta a competitividade de mercado ante as outras formas de transação, isso é importante”, destacou.

“Dá para comparar com a diferença entre Uber e táxi. O carro de aplicativo foi bem-aceito porque tínhamos a questão do custo, mas também a tecnologia a partir de um app. A mesma coisa a gente tem para essas transações eletrônicas. A agilidade nesse processo associada aos menores custos tornam essa função competitiva”, ressaltou a economista.  

Testamos

A reportagem do Correio do Estado testou na sexta-feira (13) a nova funcionalidade.

 “Estou cadastrado no Pix desde o fim de outubro e não tinha percebido que o sistema estava disponível até esta sexta-feira. Eu precisei fazer uma transferência para minha noiva e não tinha os dados dela gravados na minha conta. Pedi os números de praxe: CPF, número de agência, da conta-corrente. Após colocar o CPF, percebi que o app do meu banco me levava diretamente para o Pix, porque ela já havia feito o cadastro da chave. Aceitei a opção, coloquei minha senha bancária e em menos de 10 segundos a transação já havia sido efetivada”, informou um repórter.  

A segunda transação foi realizada entre uma conta Nubank (repórter 1) e uma conta Bradesco (repórter 2). 

Ao abrir o aplicativo do Nubank, a opção Pix estava disponível, o cliente em questão já havia cadastrado CPF e telefone como chaves. 

O cliente Bradesco, no entanto, ainda não havia cadastrado nenhuma chave de utilização, mas o fez em menos de 2 minutos.

O repórter 1 transferiu então uma quantia irrisória para o repórter 2. “O dinheiro chegou antes mesmo de o comprovante ter sido gerado, é muito rápido”. De acordo com a Febraban, as transações são efetuadas em 10 segundos.

O BC disponibilizou desde o início do mês algumas autorizações para que as funcionalidades fossem testadas antes do lançamento oficial.  

Segundo a Federação, entre 3 e 12 de novembro foram feitas 826 mil transações, totalizando cerca de R$ 325 milhões. 

Nesse período, foram cadastradas 69,5 milhões de chaves Pix, sendo 66,6 milhões de pessoas físicas. Até o momento, o tipo de chave mais cadastrada é o CPF, com 25,4 milhões, segundo dados do Banco Central.

“Estivemos em constante processo de preparação com o Banco Central e os bancos estão bem preparados para dar vazão ao início das transações do Pix, bem como para corrigir eventuais problemas pontuais que possam ocorrer, o que é natural em qualquer grande processo de inovação tecnológica”, afirma Isaac Sidney, presidente da Febraban.

LEIA TAMBÉM: O que é Pix? Conheça o novo sistema de pagamento instantâneo do Banco Central

Como usar o Pix?

O Pix está disponível para todas as pessoas e empresas que tenham uma conta-corrente, conta-poupança ou uma conta de pagamento pré-paga em uma das 762 instituições participantes do sistema de pagamentos instantâneos.  

O primeiro passo para aderir ao Pix é criar uma chave. Para isso, a pessoa deve usar os canais de atendimento do banco ou instituição financeira na qual tem conta.

 Para criar uma chave, é preciso usar uma dessas quatro formas de identificação: CPF/CNPJ, e-mail, número de telefone celular ou a chave aleatória. 

A chave aleatória é uma forma de receber um Pix sem precisar informar dados pessoais. Será como um login, ou seja, um conjunto de números, letras e símbolos gerados aleatoriamente que identificará a conta do destino de recursos.  

O meio de pagamento vai aparecer no aplicativo de celular dos clientes de bancos, instituições financeiras e outras empresas. 

Na hora de fechar uma transação – pagamento ou envio de dinheiro –, basta escolher o Pix no aplicativo como forma de realizar a operação.  

Empresas poderão oferecer o Pix como forma de pagamento aos seus clientes por meio de um QR Code. 

Cliente deve ficar atento às tentativas de golpe

O diretor-executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban, Leandro Vilain, ressalta que os bancos usarão toda sua expertise com o sistema de pagamentos instantâneos, como já fazem com TED e DOC, transferências e boletos, com as melhores tecnologias e o que há de mais moderno em relação à segurança cibernética e prevenção a fraudes.

“Segurança é uma preocupação permanente dos bancos e no caso do Pix estamos bastante vigilantes”, diz. “Dos R$ 24,6 bilhões que os bancos investem em tecnologia, mais de R$ 2 bilhões são voltados para segurança da informação”.

Entretanto, Vilain destaca que o cliente deve ficar atento às tentativas de fraudes.

 “O cadastramento da chave Pix deve ser feito unicamente nos canais oficiais das instituições financeiras, como o aplicativo bancário e internet banking. O consumidor não deve clicar em links recebidos por e-mails, pelo WhatsApp, redes sociais e por mensagens de SMS, que direcionam o usuário a um suposto cadastro falso da chave do Pix”, alerta. 

SEGMENTO

Queda de 42% em empregos formais expõe apagão de mão obra na construção

Cenário de escassez de trabalhadores pode refletir em aumento no custo de obras, afirmam representantes do setor

20/04/2024 09h00

Grandes obras do Estado demandam profissionais qualificados Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O saldo de carteiras assinadas nos primeiros dois meses do ano em Mato Grosso do Sul divulgados pelo pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) evidencia o agravamento da carência de mão de obra na construção civil. 

Até fevereiro deste ano o setor acumulou 1,9 mil empregos formais, enquanto no ano passado o saldo foi praticamente o dobro, com 3,3 mil (-42,59%) contratados.

Ainda de acordo com os últimos dados do Caged, no 1º bimestre de 2024 foram criados 10.709 vagas de trabalho no Estado, onde 1.903 correspondem a setor da construção, ou seja, o correspondeu à apenas 17,77%. Na mesma proporção, no ano anterior, ao total 11.296 pessoas foram formalmente admitidas, com uma participação de 29,34% da construção civil do Estado, queda de 11,57 pontos porcentuais entre um ano e outro.

Em janeiro foram 1.214 novas carteiras registradas no segmento da construção. Enquanto no mês seguinte, o segmento contratou 689 novos trabalhadores formais, redução de 43,25%. O resultado foi obtido a partir de 7.047 admitidos contra 5.144 contratos de trabalho encerrados em dois meses, gerando estoque de 35.517. Já no cenário geral do mercado de trabalho foram contabilizados 39.054 pessoas contratadas e outras 33.056 desligadas. O estoque atual de trabalhadores com carteira registrada chega a 668.674 pessoas em Mato Grosso do Sul no acumulado do ano.

Segundo economistas consultados pelo Correio do Estado, mesmo diante da forte redução nas contratações, o setor tem alta demanda por trabalhadores devido à presença de grandes empreendimentos que estão se instalando no Estado.

A cidade de Ribas do Rio Pardo é um exemplo que se destaca, com saldo de 366 vagas na construção no mês de janeiro, como consequência da fase de edificação de fábricas. “Esse é efeito da vinda das grandes empresas como a Suzano e também grandes redes da construção civil”, avalia o doutor em Economia Michel Constantino.

O mestre em Economia Lucas Mikael também destaca outra grande obra que impacta amplamente o segmento. “Os investimentos na Rota Bioceânica e nas indústrias de celulose impulsionam a economia local, tornando o Estado uma opção atrativa tanto para investimentos industriais quanto para residência de trabalhadores futuros”, exemplifica.

 

Saldo de empregos na construção civil Saldo de empregos na construção civil 

SETOR

Diante do cenário, o risco de um apagão por falta de mão de obra se torna cada vez mais evidente. Conforme os representantes do setor, a falta de mão de obra começou em 2018, mas ganhou força durante pandemia, quando muitos profissionais decidiram se aposentar ou trocar o serviço pesado da construção por trabalhos informais, como o de motorista por aplicativo.

Os empresários do setor demonstram-se preocupados com o cenário atual. “A falta de pessoas para atender a demanda por mão de obra no setor da construção, atinge não somente as funções que exigem maior qualificação, mas também nas de menor exigência em qualificação, como as funções mais básicas de entrada no setor como servente e ajudante”, detalha o presidente do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Mato Grosso do Sul (Sinduscon-MS), Kleber Luis Recalde.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Campo Grande (Sintracom), José Abelha Neto, atribui a carência de profissionais ao momento de crescimento que o Estado vivencia. 

“Hoje o problema de mão de obra está acontecendo devido a esse “boom” de novas construções, tanto na Capital quanto no interior”, afirma.

Abelha aponta ainda que diversas construtoras trabalham para realizar o lançamento de imóveis. “Incorporadoras estão contratando e encontram dificuldades de encontrar trabalhadores qualificados, pois a procura é muito grande”, explica. 

O presidente da Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul (Acomasul), Diego Canzi Dalastra, afirma que a falta de qualificação no segmento é um problema recorrente que vem se agravando nos últimos anos. 

“Trabalhadores de serviços específicos da construção civil como por exemplo, azulejista, eletricista, pintor, calheiro, marmoreiro, essas profissões que exigem um treinamento mais técnico sempre estão em falta”, lista.

Para Dalastra o principal impacto é o aumento do custo da mão de obra. “Lei da oferta e demanda e principalmente o tempo que acaba atrasando os cronogramas por falta de mão de obra”, conclu.

INTERIOR

Para o presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS) a ausência de mão de obra também se agrava na Capital pelas obras no interior, e ainda construções de alto padrão em cidades do agronegócio. “A mão de obra de Campo Grande costuma ser mais qualificada e como estas cidades [do interior] estão a todo vapor acabam levando temporariamente a mão de obra da Capital”, salienta.

O presidente do Sinduscon acrescenta que as grandes plantas industriais implantadas no Estado contratam um número impressionante de operários durante a fase de construção. “De modo inexorável desequilibra ainda mais a relação entre a oferta e a demanda de mão de obra no setor”, reforça.

Para Neto, a expansão da construção ocorre em massa por todo Estado, porém, cidades do interior como Ribas do Rio Pardo, Sidrolândia e Paraíso das águas se destacam. “Hoje a gente sabe que a fábrica da Suzanno emprega 12 mil trabalhadores. Muitos desses vêm de outros estados para completar o quadro aqui, justamente pela ausência de mão de obra”, relata.

O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, destaca que o mercado da construção civil em Mato Grosso do Sul está extremamente ativo não só por causa das indústrias, mas o mercado residencial também com a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida.

“O problema não é oferta e sim o profissional estar disposto, pois o que acontece é que a pessoa que é servente não quer continuar nessa posição, ele quer melhorar. E outro grande problema é que não estamos conseguindo inserir o jovem nessa profissão”, analisa.

Verruk ainda afirma que o Estado continuará criando novas vagas para a área e por consequência gerará o encarecimento da mão de obra, exigindo uma melhor realização, devido à inexistência dessa mão de obra.
No âmbito da qualificação o secretário destaca que governo seguirá com as ações. “A gente vai continuar oferecendo esses cursos no ramo da construção, que é eletricista, azulejista entre outros”, finaliza.

 

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IBGE-Pesquisa

Rendimento médio per capita de MS é o maior da série histórica

Em 2023, ocorreu um crescimento de (6,5%), estimado em R$ 1.990,00

19/04/2024 16h20

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou nesta sexta-feira (19) os valores dos rendimentos domiciliares per capita, referentes ao ano de 2023, com base nas informações referentes a Pesquisa Nacional por Amostra e Domicílios Contínua - PNAD Contínua.

O rendimento médio per capita domiciliar em Mato Grosso do Sul é o maior da série histórica (6,5%), estimado em R$ 1.990.

Durante a pandemia de Covid-19, o rendimento per capita diminuiu para (5,6%), em 2020 e (8,3%) em 2021, estimado em R$ 1.639, o 2º menor valor da série. Em 2022, o rendimento médio domiciliar apresentou crescimento (12,3%) sendo estimado em R$ 1.868.

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação. Com relação à renda em 2023, o indicativo apontou 2,8 milhões de pessoas residentes em Mato Grosso do Sul desempenham alguma atividade, enquanto em 2022 o quantitativo era de 2,5 milhões. 

Rio Grande do Sul lidera com (70,3%) e em nove oportunidades apresentou a maior estimativa da série histórica iniciada em 2012, enquanto Acre e Amazonas, as menores (51,5% e 53,0%, respectivamente). 

Rendimento

O levantamento aponta que em 2023, o número de pessoas que possuíam rendimento, levando em consideração todas as modalidades de trabalho, em Mato Grosso do Sul correspondia a  50,4% da população residente (1,4 milhão de pessoas).

"Rendimento relacionado a outras fontes foram de  22,3% (631 mil) dos residentes possuíam, em 2023, alguma fonte de rendimento diferente de trabalho, enquanto, em 2022, essa estimativa era de 21,3% (595 mil)". 

 

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