A baixa rentabilidade e o alto custo da produção devem derrubar a área do milho safrinha em 9,1% na safra 2009/10, chegando a 776 mil hectares em Mato Grosso do Sul. Os dados foram divulgados ontem no quinto levantamento da safra de grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Muita gente vai deixar de plantar o milho safrinha porque o preço não está atraente e o produtor está descapitalizado”, analisa o assessor de agricultura da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Lucas Galvan. O produtor do norte do Estado pode escolher entre soja ou trigo. Na decisão, pesam o preço praticado pelo mercado e o custo da produção. Apesar da área reduzida, o milho safrinha deve ter expansão de 38,9% na produção (2,5 milhões de toneladas). O levantamento também aponta que MS vai colher mais grãos na safra de verão 2009/10, mas em área menor. De acordo com estimativa da Conab, a produção deve crescer 18,6%, total de 8,4 milhões de toneladas de grãos. A área ocupada pelas lavouras será 3,2% inferior à da última safra: 2,8 milhões de hectares. A situação é comum a todos os grãos, exceto a soja. O espaço para arroz em MS cairá 24,5% nesta safra (total de 26,1 mil hectares), enquanto a produção crescerá 27,8%, ultrapassando 43 mil toneladas. Mesmo caso do feijão, que perderá 13,8% da área, encolhendo para 16,9 mil hectares, porém com aumento de 20% na produção (33,8 mil toneladas). O segredo é a produtividade, que cresceu em todas as culturas – 40% só no milho. “Em 2008, a seca atrapalhou a produção e colheu-se menos. Já no ano passado, choveu como nunca, por isso a melhora na produtividade”, diz Galvan. Soja As lavouras de soja são as únicas que terão mais espaço nesta safra Brasil afora. Em MS, a oleaginosa ganhará 0,9% em área, totalizando 1,73 milhão de hectares. O aumento na produção de 18% será o maior do Centro-Oeste, e responsável pela colheita de 4,9 milhões de toneladas do grão. A produtividade é estimada em 2,8 quilos por hectare, 17% a mais que na safra 2008/09. Segundo o levantamento da Conab, o quinto realizado nessa safra, o menor custo por hectare de soja, comparado ao do milho, e a maior liquidez no mercado justificam o crescimento e a preferência do produtor pela oleaginosa. Em todo o País, a soja registra crescimento de 16,7%, ou 9,57 milhões de toneladas a mais que as produzidas na safra anterior, passando para 66,73 milhões de toneladas.