A situação em Novo Horizonte do Sul, município com cerca de 6,5 mil habitantes, localizado a 350 quilômetros de Campo Grande, é extremamente crítica. Temporal que caiu na madrugada do último sábado, dia 16, destruiu nove pontes, além de galerias e tubulações, e comprometeu cerca de 260 quilômetros de estradas, principalmente na zona rural. Mercados e mercearias ficaram ameaçados de desabastecimento, o que implicaria na falta de alimentos para a população. Por enquanto, a situação está controlada. Porém, se voltar a chover forte, há o risco de a região ficar totalmente isolada, impedindo os estabelecimentos comerciais de receber produtos. Faltou combustível no único posto da cidade, porque o caminhão da distribuidora não podia chegar ao município. Chegar ao município exige muita paciência e, principalmente, torcer para que não volte a chover forte. A ponte sobre o Rio Kurupai, na rodovia MS – 475, caiu com a força da água e a Prefeitura Municipal, com apoio da Agesul, fez um desvio por estradas vicinais de cerca de 15 quilômetros de extensão. A maior parte do trecho é estreita e com enormes valetas que podem a qualquer momento aumentar e provocar a interdição da pista. O prefeito Marcílio Alves Benedito (PMDB) decretou ontem estado de calamidade pública, que para entrar em vigor precisa ser homologado pela Defesa Civil do Estado. “Vou a Campo Grande amanhã (hoje) entregar o decreto pessoalmente ao governador (André Puccinelli)”, afirmou. Pelos cálculos da prefeitura e da Agesul, serão necessários cerca de R$ 6 milhões para recuperar todo o estrago. “Metade desse valor é a parte dos estragos na rodovia e em estradas estaduais. O restante é em estradas do município e nós não temos recursos para custear as obras. Vamos ter que pedir ajuda ao governo federal”, acrescentou Benedito. O prefeito afirmou que o município é o que menos arrecada em Mato Grosso do Sul, cerca de R$ 5,5 milhões por ano. Estragos De acordo com a Secretaria de Obras do município, 131 imóveis na cidade e 62 na zona rural foram atingidos pelo temporal e muitas casas ameaçam desabar. A população teme que a cidade afunde. A secretária de Assistência Social, Margarida Matheus da Silva, informou que 11 famílias foram retiradas de suas residências e estão em casas de familiares. Um casal de idosos, que não tem família na cidade, está desde o final de semana no Hospital Municipal Novo Horizonte. Ontem uma equipe contratada pela Agesul iniciou uma obra emergencial na MS – 475, a cerca de dois quilômetros do centro da cidade, onde outra parte da pista cedeu, abrindo uma enorme cratera. No local, que é chamado pelos moradores de antiga represa, será construído um desvio. Com isso, o trajeto por terra para chegar a Novo Horizonte do Sul será reduzido em mais de 10 quilômetros. Conforme o prefeito ainda não existe prazo definido para que a ponte sobre o Rio Kurupai seja recuperada. As obras naquela região ainda não começaram. “Esperamos que isso possa ocorrer o mais rápido possível, porque é uma prioridade”, finalizou o prefeito.