Economia

LEVANTAMENTO

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Projeção indica que economia de Mato Grosso do Sul deve crescer 2,7% até o fim de 2021

MS será um dos poucos estados brasileiros que terão crescimento neste ano

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Mesmo diante da crise causada pela pandemia da Covid-19, Mato Grosso do Sul segue projetando melhor desempenho do País no crescimento da economia no próximo ano. Levantamento da Tendências Consultoria Integrada aponta que o Estado estará entre os cinco entes federados a encerrar o próximo ano com crescimento no Produto Interno Bruto (PIB).  

O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas no País e serve para medir a evolução da economia. 

Conforme o estudo, enquanto 21 estados e o Distrito Federal podem fechar 2021 com queda, Mato Grosso do Sul terá um crescimento de 2,7% no PIB em relação ao ano passado. 

Além de MS, devem registrar crescimento: Pará, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Goiás.  

De acordo com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o papel do poder público deve continuar sendo o de permitir uma retomada segura da economia.

“Todo mundo teve prejuízos por causa da pandemia, da dona de casa aos governos, e quem respondeu melhor à pandemia foi o agronegócio, que em Mato Grosso do Sul tem um papel essencial. Mais uma vez, os produtores brasileiros mostraram que, da porteira para dentro, eles dão show", disse.

"Não chegamos a paralisar nenhuma atividade, mas criamos protocolos e medidas de segurança para o trabalhador e criamos o Comitê Gestor do Plano de Retomada Pós-Crise para apoiar iniciativas que contribuam para a retomada segura das atividades econômicas. Queremos estimular o mercado, mesmo que o retorno a essa nova normalidade seja diferente. É com responsabilidade que vamos superar essa crise”, explicou.

Reportagem veiculada pelo jornal O Estado de São Paulo aponta que o desempenho de Mato Grosso do Sul é explicado em parte pela agroindústria. 

“Com localização privilegiada, próxima de São Paulo, a indústria de celulose do Estado deve ser favorecida pela expectativa de ampliação da demanda asiática por papel tissue, pela tendência estrutural de substituição do plástico por produtos de papel e pelo câmbio brasileiro desvalorizado”, explica o economista da Tendências Lucas Assis.

Resultado positivo

Em 2020, o resultado na economia de MS também será melhor que dos outros estados da federação. Conforme informado ao Correio do Estado pelo titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, a expectativa é que o Estado figure entre os menos impactados com a crise. 

“Pela nossa avaliação, Mato Grosso do Sul deve ter uma redução no PIB na ordem dos 2%, mas muito abaixo do que a média nacional prevista e consolidada. E ainda estamos avaliando, porque temos todo o segundo semestre e, conforme tivermos uma recuperação, talvez o impacto seja menor. A nossa expectativa é que o Estado tenha um dos menores impactos de queda do PIB no País”.

A avaliação é sustentada pelos números do desempenho econômico de MS registrados até o momento. 

O Estado ampliou as exportações, assim como a arrecadação durante os sete primeiros meses do ano. Levantamento da Federação Brasileira de Associações Fiscais (Febrafite) aponta que seis estados registraram aumento da arrecadação com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tributo que responde por 85% das receitas dos entes federados.

 Em segundo lugar no ranking, Mato Grosso do Sul chegou a ter um aumento real (acima da inflação) de 5,6% nos seis primeiros meses do ano na comparação com o mesmo período de 2019, ficando atrás somente de Mato Grosso, que cresceu em 15% no semestre.

Entre os segmentos, o agronegócio foi o que mais cresceu no ano, mesmo com a pandemia. A alta do dólar e a queda na produção de outros países ajudaram a manter os bons resultados. 

Com uma pauta de exportações liderada pelos produtos do setor, Mato Grosso do Sul registrou superavit de US$ 2,4 bilhões na balança comercial, 29,37% maior que o resultado de 2019. Nos sete primeiros meses deste ano, a diferença entre o total exportado e importado pelo Estado foi de US$ 2,4 bilhões, US$ 600 milhões a mais em relação aos US$ 1,8 bilhão em 2019. 

As exportações em 2020 já somam US$ 3,5 bilhões, de acordo com os dados do Ministério da Economia.

Logística

Um dos problemas mais antigos do Estado, a logística tem sido pauta frequente da gestão estadual. Para facilitar o escoamento da produção, a intenção é reativar as linhas férreas e ampliar a integração com hidrovias e rodovias. 

Na semana passada, o governo do Estado fez uma força tarefa para reativar a malha ferroviária e ainda assinou convênio para a contratação de estudo que vai viabilizar a construção de um novo ramal. A intenção é ligar o Estado aos principais portos da América do Sul.  

O governador pediu ao presidente da República celeridade na relicitação da Malha Oeste, antiga Noroeste do Brasil. O trecho integra o projeto da Ferrovia Transamericana, uma rota bioceânica ferroviária, que liga os oceanos Pacífico e Atlântico.  

O convênio assinado na quarta-feira (19) pelos governadores de Mato Grosso do Sul e Carlos Massa Júnior (PSD), do Paraná, deu o pontapé inicial para a construção de um corredor ferroviário que vai ligar os dois estados. 

Com projeção de 1.370 km, o corredor fará a ligação ferroviária de MS ao porto de Paranaguá (PR) no Paraná. Além da ligação entre Maracaju e Cascavel, também está no planejamento a revitalização do trecho ferroviário de Cascavel a Guarapuava (PR) e construção de uma nova ferrovia entre Guarapuava e Paranaguá (PR) e ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu.

Empregos

O crescimento do PIB não é apenas uma projeção. Na geração de empregos com carteira assinada, por exemplo, obteve o terceiro melhor desempenho do País no acumulado de janeiro a julho de 2020. Segundo o Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged), entre janeiro e julho o Estado registrou 118.148 admissões, o que resultou em um saldo de 1.561 novos postos de trabalho, atrás apenas de Maranhão e Mato Grosso.

EMPREGOS-CAGED

Brasil cria 306 mil vagas formais de emprego em fevereiro, com impulso de serviços

O número supera com folga o resultado consolidado registrado em fevereiro do ano passado, quando foram abertas 252.487 vagas com carteira assinada no país

27/03/2024 20h00

Ao todo, no segundo mês deste ano, foram registradas 2,249 milhões de contratações e 1,943 milhão de demissões Crédito: Freepik

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O Brasil gerou 306.111 vagas formais de trabalho em fevereiro, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O número supera com folga o resultado consolidado registrado em fevereiro do ano passado, quando foram abertas 252.487 vagas com carteira assinada no país.


Na comparação anual, em fevereiro deste ano, a geração líquida de vagas foi 21,2% maior do que em igual mês de 2023.

Ao todo, no segundo mês deste ano, foram registradas 2,249 milhões de contratações e 1,943 milhão de demissões.

Com a mudança de metodologia, analistas alertam que não é adequado comparar os números com resultados obtidos em anos anteriores a 2020.

Os cinco setores de atividades econômicas tiveram saldo positivo em fevereiro, com maior impulso do setor de serviços –193.127 empregos formais. Também houve geração líquida de 54.448 postos na indústria, 35.053 vagas na construção, 19.724 no comércio e 3.759 na agropecuária.

Às vésperas da nova divulgação, membros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já repercutiam o vigor do mercado de trabalho brasileiro. Desde o início do ano, já foram criados 474.614 empregos formais no Brasil.

Em entrevista à rádio Itatiaia, na manhã desta quarta, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse que o número de criação de empregos em fevereiro seria "bastante expressivo". "A economia brasileira inicia um ciclo longo de crescimento econômico e nós precisamos preparar a nossa juventude para ocupar esses postos de trabalho", disse.

Já o ministro Rui Costa (Casa Civil) afirmou, um dia antes, em entrevista coletiva a jornalistas no Palácio do Planalto que os dados do Caged seriam "extraordinários".

Dos cinco setores de atividades econômicas, quatro tiveram saldo positivo no acumulado dos dois primeiros meses de 2024. O grupo de serviços ajudou a impulsionar o resultado do ano, com a criação de 268.908 vagas formais. Na sequência, aparecem indústria (120.004 postos), construção (81.774) e agropecuária (25.751). No comércio, houve saldo negativo de 21.824 empregos formais.

A força do mercado de trabalho vem soando como alerta para o Banco Central e para as perspectivas sobre o ritmo de cortes na taxa básica de juros (Selic) à frente.

Na ata do último Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada na terça-feira (26), o colegiado registrou uma extensa discussão sobre a resiliência do mercado de trabalho e seus potenciais impactos sobre a atividade econômica e a inflação.

"Notou-se que um mercado de trabalho mais apertado, com reajustes salariais acima da meta de inflação e sem ganhos de produtividade correspondentes, pode potencialmente retardar a convergência da inflação, impactando notadamente a inflação de serviços e de setores mais intensivos em mão de obra", disse.
Para o Copom, a evolução do indicador que mede a diferença entre o crescimento potencial da economia e o efetivo (hiato do produto) e do comportamento do mercado de trabalho será muito relevante para determinar a velocidade com que a inflação atingirá a meta (3%).

No mês passado, o salário médio de admissão caiu para R$ R$ 2.082,79, uma redução real (descontada a inflação) de R$ 50,42 em relação a janeiro –variação em torno de -2,36%.

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MERCADO-FINANCEIRO

Bolsa registra alta com impulso de Vale; dólar fecha estável

Com isso, o Ibovespa avançou 0,65%, terminando o dia aos 127.690 pontos

27/03/2024 19h00

As maiores altas do dia foram de Renner, Raízen e Grupo Casas Bahia, que subiram 5,42%, 5,23% e 4,67%, respectivamente. A Vale, companhia de maior peso do Ibovespa, avançou mais de 1% Crédito: Freepik

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Após quatro sessões com desempenho negativo, a Bolsa brasileira fechou em alta nesta quarta-feira (27), impulsionada por altas da Vale e da Petrobras. O dia também foi positivo para os índices americanos, que auxiliaram o mercado local.

"O índice [Ibovespa] chegou a operar no campo negativo pela manhã, mas recuperou-se ao redor do meio-dia, conforme o mercado analisa e consolida entendimentos sobre os resultados das empresas enquanto eles vão sendo divulgados nessa temporada de balanços referentes ao quarto trimestre de 2023", diz Felipe Pohren de Castro, sócio da Matriz Capital.

As maiores altas do dia foram de Renner, Raízen e Grupo Casas Bahia, que subiram 5,42%, 5,23% e 4,67%, respectivamente. A Vale, companhia de maior peso do Ibovespa, avançou mais de 1%.

Com isso, o Ibovespa avançou 0,65%, terminando o dia aos 127.690 pontos.


No câmbio, o dólar fechou praticamente estável, enquanto investidores aguardam novos dados de inflação nos Estados Unidos que devem ser divulgados no fim da semana. A moeda americana teve oscilação negativa de 0,06%, terminando a sessão cotada a R$ 4,979.

Em um dia de agenda relativamente esvaziada no Brasil e no exterior, o dólar voltou a oscilar em margens bastante estreitas. Na cotação mínima do dia, às 9h01, a moeda à vista marcou R$ 4,9719 (-0,24%) e, na máxima, às 10h16, atingiu R$ 4,9949 (+0,22%).

Operador ouvido pela Reuters afirmou que os investidores continuam à espera de notícias que possam, de fato, servir de motivo para alterar posições na moeda norte-americana. Segundo ele, estão todos "esperando cair um raio".


Para Lais Costa, analista da Empiricus Research, não surgiram realmente notícias relevantes que mudassem o cenário para o câmbio.

"O fluxo não está ocorrendo por conta de mudanças estruturais de cenário -é mais por ajuste de posições. Teria que surgir algo realmente relevante para termos o dólar andando por aqui", comentou.

Como a quinta-feira é o último dia útil de março, a próxima sessão será a da disputa pela Ptax do fim de mês -e de trimestre. Normalmente, a volatilidade tende a aumentar em sessões assim, mas profissionais do mercado reforçaram que, sem notícias de impacto, a disputa entre comprados e vendidos pode não ser tão intensa.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para a liquidação de contratos futuros.

No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa). Nos encerramentos de trimestres, a importância da Ptax é ainda maior.

Como pano de fundo para a disputa nesta quinta-feira, serão divulgados uma série de indicadores no Brasil: a taxa de desemprego do IBGE em fevereiro e as projeções de PIB e balanço de pagamentos do Banco Central no Relatório de Inflação, entre outros. Destaque ainda para a entrevista coletiva do presidente do BC, Roberto Campos Neto, sobre o Relatório de Inflação.

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