Chega um momento na vida de toda criança que ela precisa começar a aprender a dar valor ao dinheiro, caso contrário vai continuar achando que basta colocar o cartão na maquininha da loja para que ela saia de lá com seu brinquedo favorito, como num passe de mágica.
É aí que entra em cena a mesada, vista por especialistas em educação financeira como o primeiro mecanismo para mostrar aos pequenos a importância de se economizar.
“Os pequenos precisam saber que para ganhar determinado dinheiro, há necessidade de trabalho. Há necessidade de saber que há limitações, prioridades e que muitas vezes é necessário juntar para conquistar aquilo que se precisa”, disse ao Correio do Estado a economista Daniela Dias.
Ela dá dicas preciosas para aquelas famílias que ainda têm dúvidas sobre a melhor forma de implementar a mesada.
QUANDO COMEÇAR?
A criança deve ter uma noção de quantidades e números para saber lidar com o dinheiro de uma forma precisa.
Especialistas recomendam começar a partir dos seis anos com quantias pequenas e em períodos menores e ampliar a periodicidade até chegar aos repasses mensais.
Segundo Daniela, desde cedo é possível ensinar os filhos a respeito das limitações da economia, mas “conforme a idade aumenta, as necessidades também vão aumentando e, consequentemente, maior necessidade de uma educação financeira”, pontua.
QUANTO DAR À CRIANÇA?
O valor justo vai depender da capacidade financeira da família.
Daniela explica que a quantidade não é o mais importante nesse processo, mas sim o aprendizado que o pequeno vai ter com ele.
Ou seja, não adianta apenas entregar o dinheiro, é preciso que ele faça algum sentido e tenha efeitos práticos no comportamento.
“Sem sombra de dúvidas não se deve deixar as crianças gastarem a mesada com tudo o que elas querem, como bem entenderem. Às vezes pode haver um planejamento, que pode ser feito de forma lúdica, como em um quadro, em uma cartolina ou em um papel (dependendo da capacidade de leitura da criança)”, orienta Daniela.
É nesse momento em que os pais devem sentar com os filhos e ouvir deles qual a meta para uso do dinheiro e mostrar a eles o quanto eles terão que trabalhar e esperar até terem conseguido levantar quantia suficiente.
POSSO ATRELAR A MESADA A ALGUMA AJUDA EM CASA?
A economista diz que é possível exigir uma contrapartida da criança, considerando os limites da idade de cada criança.
“Contudo, algumas atividades em casa já podem dar esse ato de responsabilidade, para essas crianças verem o que se trata de responsabilidade”, pontua.
O tema da educação financeira é tão importante que existem escolas que implementaram projetos extra-curriculares nas suas grades voltadas para este fim.
Em alguns casos, as crianças são incentivadas até a ajudar os pais a economizar com água e luz, por exemplo, tanto para efeito financeiro quanto por questões ambientais.