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Redução de área de soja "encolhe" projeção de supersafra no ciclo 2020/2021

Estimativa aponta que colheita da oleaginosa deve chegar a 11,222 milhões de toneladas

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Os dados divulgados pelo Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Projeto Siga-MS) apontam que a área plantada de soja foi menor do que a estimada anteriormente. 

Com isso, a colheita também deve ser menor do que a prevista na safra 2020/2021.  

As projeções anteriores apontavam área semeada de 3,645 milhões de hectares, que foram reduzidos a 3,529 milhões de hectares – 3% a menos. 

“Após levantamentos de campo realizados entre os meses de novembro de 2020 e fevereiro de 2021 e a confirmação por meio de sensoriamento remoto, observou-se que a área plantada de soja foi menor do que a inicialmente prevista, ficando em 3,529 milhões hectares”, detalha o boletim técnico.

Mesmo assim, a área da safra atual representa um aumento de 4,13% no comparativo com o ciclo 2019/2020, quando foram plantados 3,389 milhões de hectares.  

A produtividade foi mantida, com estimativa de 53 sacas por hectare. Mas na produção estimada teve redução de 3,1%, antes a projeção era de colheita recorde de 11,591 milhões de toneladas e agora é estimada colheita de 11,222 milhões de toneladas.  

No ano passado, o Estado colheu 11,328 milhões de toneladas de soja.

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De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, só será possível confirmar a produtividade quando a colheita estiver na reta final.

“Superada essa previsão inicial de 53 sacas por hectare, que é bem moderada, ainda podemos ter mais uma safra recorde". 

"De qualquer forma, demonstra a força da agricultura de Mato Grosso do Sul, que, apesar dos contratempos pela falta de chuvas no momento do plantio, o que fez atrasar todo o ciclo da lavoura, estamos colhendo uma das maiores safras dos últimos anos”, afirmou o secretário.

COLHEITA  

De acordo com o boletim técnico, 9,7% das lavouras de soja foram colhidas na safra 2020/2021 em Mato Grosso do Sul, ou cerca de 342.365,15 hectares. 

No mesmo período no ano passado, o porcentual colhido chegava a 21%, o que evidencia um atraso decorrente do plantio tardio da cultura em consequência da escassez de chuvas na época.

A colheita está mais avançada nos municípios de Alcinópolis e Dourados 25%, Rio Brilhante, Chapadão e Costa Rica 20%. 

Para essa semana é esperado um salto de no mínimo 10% na área colhida no Estado por conta das condições climáticas favoráveis.

Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de MS (Aprosoja-MS), André Dobashi, o excesso de umidade e o avanço de doenças de final de ciclo têm preocupado o setor.

“Essa safra está bastante apreensiva para nós produtores. É uma safra que começou bastante seca, o produtor conseguiu recuperar o tempo na semeadura e colocou a safra bem posicionada ao longo dos meses de outubro e novembro". 

"O mês de janeiro foi marcado por precipitações muito acima da média, com algumas regiões registrando 500 milímetros de chuva ao longo do mês. O que fez com que o ciclo da soja se alongasse bastante, a gente percebe muita soja que já era para estar com o ciclo definido e ainda está em formação. O que atrasou bastante a previsão de colheita do produtor”, explica o presidente.  

MILHO

O plantio do milho segunda safra atingiu 8,9% em Mato Grosso do Sul, com aproximadamente 178.267 hectares semeados. 

Atraso de 8,4% em relação à semeadura do ciclo anterior. A região centro está com o plantio mais avançado, com média de 10,1%, enquanto a região sul está com 8,9% e a região norte com 6,7% de média.

Conforme o boletim técnico, “o plantio tende a evoluir esta semana, em virtude de as condições climáticas estarem favoráveis para realizar a operação”.

Ainda de acordo com o documento, o excesso de chuva pode retardar a colheita da soja e afetar o andamento da semeadura do milho. 

“O produtor rural deve estar atento às condições climáticas, de modo a conseguir efetuar o plantio do milho na janela ideal de semeadura, que vai de fevereiro e 10 de março”.

A alta demanda por grãos pode impulsionar o aumento da área plantada no Estado.

 “O plantio deve ganhar força nos próximos dias com a colheita da soja, que é o que o produtor está esperando para tentar colocar o máximo de milho semeado até os primeiros dias de março”, complementa o presidente da Aprosoja-MS.  

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IMPOSTO-RENDA

Senado aprova isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 2.824

Segundo a Receita, 15,8 milhões de brasileiros deixarão de pagar imposto neste ano, medida válida para empregados, autônomos, aposentados, pensionistas e demais contribuintes, e outros 35 milhões de cidadãos

17/04/2024 20h00

A exemplo do que fez no ano passado, Lula reajustou a faixa de isenção do IR, ampliando o número de contribuintes que deixarão de pagar o tributo Marcos Oliveira / Agência Senado

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O Senado aprovou nesta quarta-feira (17) o projeto de lei que isenta de Imposto de Renda quem ganha até dois salários mínimos, R$ 2.824 mensais. O texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A medida adotada pelo governo vem para evitar que pessoas que estavam isentas de IRPF passem a recolher pela primeira faixa da tabela por causa do último reajuste do salário mínimo —que subiu para R$ 1.412 em 1º de janeiro.

A exemplo do que fez no ano passado, Lula reajustou a faixa de isenção do IR, ampliando o número de contribuintes que deixarão de pagar o tributo. Salários, aposentadorias e pensões de dois salários mínimos ficarão isentos.

O reajuste é de R$ 6,97% na faixa inicial, subindo de R$ 2.112 para R$ 2.559,20. O governo concedeu um desconto extra de R$ 564,80 para chegar à isenção ao R$ 2.824.

Segundo a Receita, 15,8 milhões de brasileiros deixarão de pagar imposto neste ano, medida válida para empregados, autônomos, aposentados, pensionistas e demais contribuintes, e outros 35 milhões de cidadãos pagarão menos IR por causa da progressividade da tabela.

O texto foi enviado ao Congresso em fevereiro como MP (medida provisória), mas acabou avançando via projeto de lei diante da resistência da Câmara com a tramitação de MPs, que exigem uma comissão formada por deputados e senadores.


O projeto de lei foi apresentado pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e relatado no Senado pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

Durante a votação, senadores de oposição lembraram a promessa de Lula de isentar de IR quem ganha até R$ 5.000 por mês e tentaram ampliar a isenção de dois para três salários mínimos, o equivalente a R$ 4.236,00.

A proposta, no entanto, acabou derrotada durante a votação.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que, antes de Lula, a tabela do Imposto de Renda não era corrigida desde 2015 —no governo Dilma Rousseff (PT).

"Não é não querer dar. É, infelizmente, tem que dar sem provocar um impacto negativo, que seria eventualmente o não controle das contas públicas. Nós já estamos com um problema que não é nosso, é das guerras lá fora. Sobe petróleo, sobe dólar. Daqui a pouco vão querer subir juros."

Em seu parecer, o líder do governo Lula no Congresso disse também que o debate sobre a isenção será "mais bem aprofundado" durante a tramitação da reforma do Imposto de Renda —que o governo pretende enviar ao Congresso até o fim do ano.


Em janeiro, Lula reforçou o compromisso de campanha em entrevista a uma rádio na Bahia: "Eu tenho um compromisso de chegar até o fim do meu mandato isentando todo mundo que ganhar até R$ 5.000. Nesse país, quem vive de dividendo não paga Imposto de Renda e quem vive de salário paga Imposto de Renda".

Segundo o governo federal, a redução de receitas prevista com a medida neste ano é de R$ 3,03 bilhões. O valor passa para R$ 3,53 bilhões no próximo ano e para R$ 3,77 bilhões em 2026.

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Economia

BC não intervém no câmbio quando mercado precifica risco de investir no Brasil, diz Campos Neto

Declaração foi dada após dólar ter tido cinco sessões consecutivas de fortes altas

17/04/2024 14h00

Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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O Banco Central não faz intervenções no mercado de câmbio quando os agentes econômicos precificam o risco de investir no Brasil, afirmou Roberto Campos Neto, presidente da autoridade monetária, nesta quarta-feira (17).

A declaração foi dada em uma reunião com investidores, organizada pela XP, em Washington, nos Estados Unidos, um dia depois de o dólar ter encerrado a sessão de terça (16) cotado a R$ 5,268, operando em seu maior valor desde março de 2023.
Após cinco sessões consecutivas de fortes altas, a moeda americana operava em queda na manhã desta quarta, devolvendo parte dos ganhos.

Segundo Campos Neto, essa função é usada em casos de disfunção no mercado de câmbio, lacuna de liquidez ou episódios marcados por má interpretação dos investidores.
"Não reagimos ao fato de as pessoas estarem precificando nosso prêmio de risco. Reagir a isso é muito perigoso porque há muitas maneiras diferentes de fazer hedge [instrumento de proteção] do prêmio de risco no Brasil", disse.

O presidente do Banco Central atribuiu a maior parte do estresse do mercado financeiro à piora do cenário externo e outra parcela à questão fiscal doméstica.

No cenário global, o principal fator de atenção está relacionado à perspectiva de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) reduza os juros apenas no segundo semestre devido à resiliência da economia americana. Houve ainda o acirramento dos conflitos no Oriente Médio, com o ataque do Irã a Israel e um eventual impacto sobre o preço do petróleo.

Na política doméstica, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs uma revisão na trajetória das contas públicas, reduzindo a velocidade do ajuste fiscal. Para 2025, a meta fiscal passa a ser zero, não mais um superávit 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto), conforme o PLDO (projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) do próximo ano.

"Há muito tempo dizemos que é muito importante perseverar com as metas. Novamente, não há relação mecânica [entre a questão fiscal e a política de juros]. [...] Mas a evidência que temos do que aconteceu nos últimos dias nos diz que o mercado ficou mais preocupado com a parte fiscal", disse.

"Isso pode mudar as expectativas sobre qual será o equilíbrio fiscal no futuro e isso terá um efeito no prêmio de risco. Isso também torna o trabalho [do BC], em termos de política monetária, mais difícil e mais custoso. A reação do mercado implica que parte da revisão recente vem da parte fiscal, mas uma parte muito maior vem do [ambiente] externo", complementou.

Campos Neto voltou a afirmar que as âncoras fiscal e monetária estão muito relacionadas e que, com a mudança em um dos lados, a autoridade monetária precisa entender agora como isso influenciará a sua função de reação.
"Sempre defendemos o fato de que eles deveriam se ater à meta e fazer o que fosse necessário para alcançá-la. Entendemos que houve a necessidade de mudança. A ideia não é comentar tanto sobre fiscal, mas tentar ver como isso vai influenciar nossas funções de reação através das várias medidas que são importantes para nós", disse.

"O importante para nós é como essas variáveis [decorrentes da questão fiscal e do cenário externo] influenciam nosso quadro e se achamos que isso é temporário ou se há uma mudança mais estrutural na qual precisamos prestar atenção", acrescentou.

Diante de uma nova turbulência no cenário econômico, Campos Neto relembrou uma conversa que teve com seu antecessor, Ilan Goldfajn, quando assumiu o comando da autarquia.

"Ele me disse que nunca há um momento calmo no Banco Central. Acho que estava certo. Quando olho para trás naqueles anos em que começamos, tivemos crise na Argentina, depois Brumadinho [rompimento da barragem]. Acho que não tivemos um período de três meses sem qualquer tipo de crise", afirmou.

O presidente do BC disse também que a autoridade monetária fará o que for necessário para levar as expectativas de inflação em direção às metas definidas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).

A partir deste ano, o alvo é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que o objetivo é considerado cumprido se oscilar entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).

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