O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul anunciou que a relicitação da ferrovia Malha Oeste será custeada pelo Banco de Desenvolvimento Latino Americano (CAF).
A relicitação teve sua qualificação recomendada no PPI (Programa de Parceria de Investimentos) no início de dezembro, e custará U$ 3 milhões.
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"O governo do Estado já está disponibilizando as informações necessárias, como volume de carga, para que seja estabelecida a viabilidade do projeto.”, comentou o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, dizendo que esse já era um passo previsto para o andamento do processo.
Verruck também destacou os benefícios de logística da Malha, dizendo que ela corta Mato Grosso do Sul de Leste a Oeste, além de trecho dentro do Estado de São Paulo.
O perímetro correspondente à reforma se estende por 1.973 quilômetros e não exige desapropriação de área, uma vez que a ferrovia já está implantada.
Para a execução da reforma, a partir da aprovação da CAF, serão contratados consultores junto ao setor privado, sendo que o cronograma de contratação sairá no primeiro semestre de 2021.
Já a publicação do edital e leilão da nova concessão no primeiro semestre de 2023.
Lembrando que a licitação será realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), assim como acontece com a concessão de outras ferrovias.
Além disto, o projeto utilizará da expertise do próprio Banco em projetos de infraestrutura e financiamentos, em conjunto com a equipe do governo federal.
Comentando a movimentação econômica, o representante do CAF no Brasil, Jaime Holguín disse que a Malha irá facilitar utilização das hidrovias Paraguai-Paraná e Tietê-Paraná.
O representante também citou o transporte de minério que parte do município de Corumbá para os portos, o que atualmente é feito por terra utilizando a BR-262, paralela à ferrovia.
“O financiamento dos estudos do projeto da Malha Oeste para viabilizar uma nova concessão é fundamental, pois trata-se de um empreendimento com grande potencial de integração regional, através de uma interconexão ferroviária bioceânica que visa unir os portos do Atlântico e do Pacifico, diminuindo, assim, os custos logísticos e fomentando a complementariedade econômica entre Brasil, Bolívia e Paraguai.", explicou.
Segundo o governador do Estado, Reinaldo Azambuja, a reforma da ferrovia também tem como intenção abraçar outras demandas, como o transporte de eucalipto, celulose e combustível.
Concessão
A Malha Oeste é de responsabilidade da Rumo, mesma empresa que detém as concessões das Malhas Paulista, Central, Norte e Sul.
Em julho do ano passado, a empresa, junto à ANTT, protocolou o pedido para aderir à relicitação da obra, tendo em vista a má qualidade em que a ferrovia se encontra, o que prejudica a utilidade do trecho.
"[Essa] é a oportunidade para que uma nova concessionária, em um novo contrato de concessão, realize os investimentos para a modernização e ampliação da ferrovia.", comentou o secretário de Parcerias em Transportes do PPI, Thiago Caldeira.