Economia

UNIVERSALIZAÇÃO DO ESGOTO

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Sanesul tem cinco empresas interessadas no projeto de parceria público-privada

Leilão que vai ocorrer em outubro pode ter gigantes do saneamento básico brasileiro na disputa e até mesmo uma empresa da China

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Com leilão agendado para o dia 23 de outubro, cinco empresas estão interessadas no projeto de parceria público-privada (PPP) da Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul). 

Conforme a gestão estadual, a intenção é a de que Mato Grosso do Sul, com a parceria, seja um dos primeiros estados a atingir a universalização do esgotamento sanitário. São previstos investimentos da ordem de R$ 3,8 bilhões.  

O Correio do Estado apurou que são cinco grandes empresas interessadas em administrar a Sanesul. 

Entre elas, está a Aegea, consórcio que atua no ramo de saneamento básico e engenharia ambiental e controla a Águas Guariroba, dona da concessão e responsável pelo tratamento e distribuição de água, além da coleta e tratamento de esgoto em Campo Grande.  

A empresa atua em 57 cidades do País e registrou lucro líquido de R$ 294,4 milhões em 2019, um crescimento de 67,1% na comparação com o ano anterior.

Outra que disputa o comando da empresa de saneamento é o Grupo Andrade Gutierrez. 

Com faturamento estimado em R$ 4,5 bilhões, é um conglomerado de empresas que atua nas áreas de engenharia, concessão de serviços públicos, geração de energia, telecomunicações e saneamento básico. 

Além do Brasil, atua em outros países da América Latina, nos EUA, na Europa e na África.  

A terceira concorrente, conforme apurado pelo Correio do Estado, é a BRK Ambiental, braço do grupo canadense Brookfield. 

Maior empresa privada de saneamento do Brasil, atua em mais de 100 municípios do País. Registrou receita líquida de R$ 2,3 bilhões em 2019, crescimento de 17% em relação ao ano anterior.

Na disputa ainda concorrem outras duas empresas, o grupo Iguá, que tem a concessão de Cuiabá (MT), e um grupo que atua na China.  

Questionado sobre os interessados, o secretário de Governo e Gestão Estratégica (Segov), Eduardo Riedel, disse que há realmente vários interessados, sem confirmar nomes. 

“Tem um volume importante de interessados, mas nós só saberemos quantos e de maneira concreta depois deles apresentarem toda a documentação solicitada pela Bolsa de Valores”, explicou.

LEILÃO

O leilão está agendado para o dia 23 de outubro de 2020, conforme o secretário estadual. 

“A gente tem um rito em andamento. Até o dia 17 de outubro, os interessados têm de apresentar a documentação na B3 [Bolsa de Valores]. Então nós temos de aguardar: recebemos muitas perguntas, dentro do prazo estipulado para tirar dúvidas, de várias empresas, de vários consórcios de empresas com experiência e de novos atores", disse Riedel.

"É isso que a gente gostaria de ver, um projeto que suscitasse o interesse do mercado por meio dessas empresas. Para que a gente possa dar continuidade a um dos maiores projetos da história de Mato Grosso do Sul, extremamente ousado em relação a universalizar o saneamento básico do Estado”, considerou.  

No dia 11 de agosto, o governo do Estado apresentou, no Roadshow Virtual da Bolsa de Valores, o projeto de PPP da Sanesul. 

Durante a conferência virtual, o diretor-presidente da empresa, Walter Carneiro, confirmou que cinco grupos já visitaram as estruturas da companhia, com interesse em participar do leilão.  

“Temos cinco players conhecendo a estrutura de Mato Grosso do Sul. A impressão das visitas é das melhores possíveis, só temos ouvido elogios sobre o trabalho e a estrutura. Esse projeto vai ser um sucesso. Os números são interessantes tanto para a companhia quanto para o mercado”, afirmou Carneiro durante a live.

EDITAL

A publicação do edital para o projeto de parceria público-privada da Sanesul foi realizada no dia 15 de junho. 

A modalidade do edital de licitação é de concorrência administrativa, e o objetivo é fazer com que a empresa vencedora faça investimentos de pelo menos R$ 4,5 bilhões, ao longo dos próximos 30 anos, nos 68 municípios atendidos pela Sanesul.  

“É um dos grandes legados que vamos deixar para Mato Grosso do Sul, com uma representação de ordem econômica, social e ambiental sem precedentes. Sair de 46% de cobertura de esgotamento para a universalização tem um impacto gigante. Na área econômica, são R$ 1,7 bilhão nos próximos 10 anos em investimentos e geração direta de empregos”, disse o secretário Eduardo Riedel.

A licitação será feita por meio da B3. Segundo o governador, Reinaldo Azambuja, a pauta de desenvolvimento socioeconômico vem sendo construída desde 2015, quando o Estado criou o Programa Estadual de Parcerias Estratégicas para o Desenvolvimento de Infraestrutura.  

“A PPP do esgotamento vai levar a universalização para os 68 municípios. Com isso, temos aumento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e da saúde da população e estamos alinhados com o marco regulatório. Em 2015, nós tínhamos 34% das residências com esgotamento sanitário, e essa PPP vai permitir a gente universalizar. Teremos 100% de coleta e tratamento nas cidades que estão sob concessão da Sanesul. Isso é um ganho extraordinário, é levar saneamento, qualidade de vida e saúde para a população”, ressaltou o governador.  

UNIVERSALIZAÇÃO

Conforme a gestão estadual, a meta do projeto é atingir a universalização do sistema de esgotamento sanitário, com 98% de cobertura, em até 10 anos, por meio de obras e serviços de implantação, recuperação, manutenção e operação da infraestrutura de esgotamento sanitário. 

A cobertura está oito pontos acima do que preconiza o marco legal do saneamento básico, sancionado pelo governo federal em julho deste ano.  

A previsão é de que, durante os 30 anos de concessão, sejam investidos R$ 3,8 bilhões pela iniciativa privada, sendo aproximadamente R$ 1 bilhão em obras e R$ 2,8 bilhões na operação e na manutenção do sistema de esgoto.

* Colaborou Gabrielle Tavares

Crédito rural

Prazo para renegociação de dívida de investimento vai até 31 de maio

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões

19/04/2024 15h00

Em MS, podem renegociar os produtores de soja, milho e bovinocultura de leite e de carne. Arquivo/Correio do Estado

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Os produtores rurais que foram prejudicados por intempéries climáticas ou queda de preços agrícolas têm prazo até 31 de maio para renegociar dívidas do crédito rural para investimentos. A informação é do Ministério da Agricultura e Pecuária, com base em medida aprovada, com apoio do Ministério da Fazenda, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em março passado.

Segundo o comunicado, com a iniciativa, as instituições financeiras poderão adiar ou parcelar os débitos que irão vencer ainda em 2024, relativos a contratos de investimentos dos produtores de soja, de milho e da pecuária leiteira e de corte. Neste contexto, as operações contratadas devem estar em situação de adimplência até 30 de dezembro de 2023.

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões em recursos equalizados, R$ 6,3 bilhões em recursos dos fundos constitucionais e R$ 1,1 bilhão em recursos obrigatórios.

Caso todas as parcelas das operações enquadradas nos critérios da resolução aprovada pelo CMN sejam prorrogadas, o custo será de R$ 3,2 bilhões, distribuído entre os anos de 2024 e 2030, sendo metade para a agricultura familiar e metade para a agricultura empresarial. O custo efetivo será descontado dos valores a serem destinados para equalização de taxas dos planos safra 2024/2025.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse na nota: "Problemas climáticos e preços achatado trouxeram incertezas para os produtores. Porém, pela primeira vez na história, um governo se adiantou e aplicou medidas de apoio antes mesmo do fim da safra".

Confira abaixo as atividades produtivas e os estados que serão impactados pela medida:

soja, milho e bovinocultura de carne: Goiás e Mato Grosso;

bovinocultura de carne e leite: Minas Gerais;

soja, milho e bovinocultura de leite: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina;

bovinocultura de carne: Rondônia, Roraima, Pará, Acre, Amapá, Amazonas e Tocantins;

soja, milho e bovinocultura de leite e de carne: Mato Grosso do Sul;

bovinocultura de leite: Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Para enquadramento, os financiamentos deverão ter amparo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e dos demais programas de investimento rural do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bem como das linhas de investimento rural dos fundos constitucionais.

HABITAÇÃO

Contratação de crédito imobiliário registra queda 33,9% no primeiro bimestre em MS

Em janeiro e fevereiro foram negociadas 591 unidades habitacionais no Estado, ante os 894 imóveis financiados no ano passado

19/04/2024 08h30

Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O volume de imóveis financiados em Mato Grosso do Sul apresentou queda de 33,89% nos primeiros dois meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), no 1º bimestre foram negociadas 591 unidades por meio de financiamentos, o que resultou em R$ 222,642 milhões disponibilizados para negociações com recursos da poupança. 

Já em janeiro e fevereiro do ano passado foram negociadas 894 unidades por meio de crédito imobiliário utilizando o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), e o valor das operações quase chegou a R$ 290 milhões (R$ 289.449.681,00). Quando analisados os valores, a diferença resulta em redução porcentual de 23,08%.

Em janeiro do ano passado foram disponibilizados R$ 161,620 milhões - para 487 unidades negociadas, contra R$ 113,143 milhões e 283 imóveis do primeiro mês de 2024, ou seja, R$ 48,477 milhões a menos liberados para a compra de imóveis.

Segundo análise de especialistas, a redução do volume aplicado na poupança teve influência direta no cenário de Mato Grosso do Sul.

Em fevereiro de 2023 os recursos chegaram a R$ 127,829 milhões (407 unidades), ante as 308 unidades deste ano, e R$ 109,498 milhões, redução de R$ 18,331 milhões.

Dentre os principais motivos para a queda dos financiamentos no Estado, o principal é o juro alto praticado pelos bancos nas operações imobiliárias. As taxas ainda estão muito parecidas com a da Selic, fazendo que o valor contratado do financiamento quase dobre ao final do período.

Nas simulações feitas pelo Correio do Estado, por exemplo, as taxas de juros em financiamentos imobiliários no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que utiliza os recursos do sistema brasileiro de poupança, variaram entre 9,5% e 12,5% ao ano, a depender do relacionamento que o cliente tem com o banco.

O economista Renato Gomes explica que o panorama está também relacionado aos resgates e os saques que têm acontecido nas aplicações da poupança.

“Os brasileiros estão tirando dinheiro da poupança pela baixa atratividade, uma vez que essas pessoas estão interpretando, que não está compensando manter o dinheiro na poupança”, pontua.

Gomes destaca ainda que os valores acumulados na poupança são destinados para aquisições imobiliárias por meio do SBPE, uma modalidade de crédito que depende dos recursos da poupança. 

“Esse recurso fica escasso e, portanto, ocorre uma queda na quantidade, no volume de financiamento advindo desta linha de crédito, que é o financiamento imobiliário pela poupança”, detalha o economista.

HISTÓRICO

Nos seis anos anteriores, houve uma instabilidade no volume de negócios fechados através dos financiamentos com recursos da poupança.

De acordo com o relatório da Abecip, entre 2018 e 2021 os números de unidades e valores negociados ficaram em ascensão. Já nos dois últimos anos houve declínio nos financiamentos.

 

Em 2018 foram 3.544 imóveis financiados em Mato Grosso do Sul. O número subiu para 4.038 em 2019, para 6.200 em 2020 e atingiu o ápice em 2021, quando 10.543 unidades foram negociadas no Estado.

Conforme agentes do setor, a pandemia da Covid-19 impactou em mais pessoas trabalhando de casa e com isso muitos saíram do aluguel e compraram a casa própria no período. 

Em valores, o montante também teve ascensão nos anos citados, saindo de R$ 759,076 milhões nos 12 meses de 2018 para R$ 2,653 bilhões em 2021, alta 249% no período. 

Já em 2022, o valor disponibilizado para financiamentos imobiliários com recursos da poupança no Estado reduziram para R$ 2,606 bilhões, resultado 9.104 moradias negociadas. Enquanto no ano passado, houve uma segunda queda tanto em valores (R$1,826 bilhão) quanto em unidades financiadas (5.944).

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