Ao completar quatro anos de inaugurado agora em agosto de 2017, a administração do Shopping Bosque dos Ipês, que fica na saída para Cuiabá (MT), estima que números positivos com relação a taxa de ocupação e até mesmo na geração de empregos devem aparecer nas estatísticas até o final deste ano. A previsão já demonstra 85% de taxa de ocupação até início de 2018.
Depois de fechamentos de lojas âncoras, como Marisa, Walmart, e outros espaços menores, o empreendimento que custou mais de R$ 150 milhões dá sinais de recuperação.
Entre as lojas já inauguradas neste ano, somam-se seis. Os números aumentam quando a administração confirma que em contratos assinados ainda há mais quatro empresas para serem instaladas até dezembro. A negociação mais esperada agora é conseguir instalar um supermercado, que ainda está em tratativas.
"Tivemos um 2016 muito difícil. Acho que o varejo nunca enfrentou um período tão difícil. As empresas não pensavam em expansão. Mas no Brasil, o varejista é empreendedor na crise. Começou o ano de 2017 e as negociações foram retomadas", contou a superintendente do shopping, Adriana Flores.
As tratativas para aluguel dos espaços também passaram por uma mudança para atender a situação de mercado. Ao invés de tradicionais lojas de vestuário, eletrodomésticos, a administração focou em trazer para o empreendimento serviços de lazer.
"O entretenimento vem antes da compra. O shopping é a praça do coreto de antigamente e por isso é preciso pensar na família. O entretenimento é uma linha de trabalho adotada", definiu Adriana.
Essa política está sendo seguida e exemplos que parece ter dado certo é que houve a instalação de pista de kart e renovação da praça de jogos. Ainda vai funcionar no local área de paint ball e um restaurate temático que promete oferecer show ao vivo em diferentes dias da semana.
EMPREGO
Com a abertura de novas lojas e contratos assinados, o Bosque dos Ipês passou também a contratar mais. O número de vagas não foi divulgado pela administração, mas o mural de anúncios está com até uma dezena de opções e seleções de pessoal para novos empreendimentos estão em processo para serem iniciados.
"Nesse segundo semestre de 2017 a operação de gastronomia no shopping vai aumentar, vamos inaugurar uma área gastronômica. Vamos ter o Rocket & Ribs que vai ocupar 460 metros quadrados e oferecerá música ao vivo", ressaltou Adriana Flores, superintendente do shopping.
Outra loja que gerou vagas é a We Like Fashion, recentemente inaugurada e que ocupou parte do espaço deixado pela Marisa. A marca concorre no segmento fast fashion com C&A e Riachuelo.
Para quem quiser consultar vagas, é preciso deslocar-se ao centro comercial, que fica na Avenida Cônsul Assaf Trad, no bairro Novos Estados.
FREQUENTADORES
O centro comercial, quando foi inaugurado, tinha a estigma de ser voltado para a classe alta de Campo Grande. Apesar de a administração negar que o público-alvo era esse, a propaganda que ficou sobre o local manteve-se como a "opção mais chique" da Capital.
Como a região onde está o shopping não teve o impulsionamento habitacional que se esperava há quatro anos, o endereço ficou "longe" de muitos bairros.
Pesquisa recente feita pelo grupo identificou, porém, que o número de pessoas saindo da região central para visitar as lojas chega a 16% da média de 450 mil frequentadores/mês. "Nossa intenção é atender a região do Prosa, Central e Segredo. Percebemos que com os shows que foram realizados aqui as pessoas deslocaram-se e não acharam longe", apontou Adriana Flores.
Para tentar aumentar a facilidade de acesso, o shopping ainda negocia com o Consórcio Guaicurus uma linha de ônibus direta entre Centro-bairro. A proposta apresentada foi criar duas linhas a mais, além das cinco que já atendem a região. A ampliação de horários também foi solicitada, mas a implantação segue em estudo.
RECUPERAÇÃO
O emprendimento é da Jereissati Centros Comerciais (JCC), que controla também os shoppings Iguatemi (com unidades em São Paulo, Porto Alegre, Fortaleza) e Bosque Grão-Pará, em Belém.
A JCC é da família Jereissati, que além dessa empresa ainda tem outros negócios que se concentram com o Grupo Jereissati. O grupo é uma companhia de capital aberto e foi altamente contaminado pelo cenário pessimista do ano passado.
A BM&FBovespa divulgou neste ano que o grupo foi o 14ª a mais perder valor de mercado em medição feita em fevereiro. Só naquele mês, a empresa perdeu R$ 306,45 milhões. O principal ramo da companhia é no segmento de shoppings.
A companhia pertence à família do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que também é presidente da Comissão de Assuntos Econômicos no Senado.
*Editada às 18h58 de 11 de agosto para correção de informação.