Economia

CAMPO GRANDE 121 ANOS

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Trabalhadores se reinventam durante a crise e projetam que dias melhores virão

Superação e resiliência são necessárias para muitos trabalhadores que foram afetados pela pandemia

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Campo Grande está passando por uma crise sanitária que afetou a vida de muitos trabalhadores. Conforme dados do Sebrae-MS, 32% dos empresários precisaram demitir nos meses de março e abril.

Em decorrência da pandemia da Covid-19, as demissões, que já ocorrem com menos frequência, fizeram com que muitos campo-grandenses precisassem se reinventar profissionalmente.

Recém-graduada, a pedagoga Denise Souza Silva, 22 anos, era auxiliar de professora em uma escola particular da Capital e ajudava o pai com o serviço de bufê. 

Com as aulas presenciais suspensas desde março e o setor de eventos também paralisado, a professora perdeu seu emprego e começou a trabalhar na fabricação de pães e bolos.

“Me formei no fim do ano passado em Pedagogia e consegui um emprego de auxiliar de professora em um colégio particular, mas, por conta da pandemia, fui dispensada. Como sempre gostei de fazer bolos e pães, resolvi fazer para vender, com o incentivo do meu namorado também, que me ajuda nas entregas, para complementar na renda e também para não ficar totalmente parada. Também trabalho com eventos, serviços de bufê com o meu pai, outro setor atingido e paralisado pela pandemia, sem nem previsão para reabertura”, relatou Denise.

Mesmo diante de um cenário de dificuldades, a professora não perde a motivação para vencer. Ela acredita que em breve possa voltar a trabalhar na profissão que escolheu e ainda continuar produzindo suas delícias. 

“As lições desse momento são as mais importantes: valorizar os momentos vividos e as pessoas que amamos e estar sempre abertos a nos reinventarmos em momentos difíceis. Quero ainda poder ter sucesso e trabalhar na minha atividade principal e, com certeza, vou comemorar muito a tão sonhada festa de formatura, que também foi adiada”, detalhou.

Outro da área da educação que foi demitido do trabalho é o João Bosco Rodrigues Echeverria, 29 anos. 

O professor de Educação Física perdeu o emprego depois de dois meses da pandemia e hoje, para não ficar parado, trabalha como ajudante de construção.

“Ainda estou no seguro-desemprego, mas para não ficar parado estou ajudando em uma obra. Espero que no próximo ano as coisas voltem ao normal e eu possa ser recontratado. Eu não paro de trabalhar, nem que seja com uma enxada na mão”, afirmou.

Trabalho on-line

Muitas pessoas passaram a trabalhar de forma remota ou adotaram home office durante a pandemia. Profissionais ligados à comunicação conseguem transformar suas casas em escritórios virtuais.

A jornalista Daniela Venturato, 39 anos, tem 17 anos de trajetória em assessoria de comunicação, principalmente ligada a Organizações não Governamentais (ONGs). 

Trabalhando no serviço público no último ano, ela resolveu pedir demissão, começar uma nova graduação (Letras) e se tornar microemprendedora individual (MEI).

“A intenção era prestação de serviços em comunicação, assessoria, produção de textos e cerimonial. Com a pandemia, o setor que estava o meu ramo, ou seja, principais oportunidades de clientes, foi o mais prejudicado. Então tive a necessidade de empreender novamente, vejo que muitas empresas pequenas vão precisar de um profissional qualificado na área de comunicação e marketing digital. Comecei a estudar o mercado de assistente virtual. Um profissional que faz [de forma remota] atividades que normalmente empreendedores e empresas não têm muito tempo ou não querem contratar um profissional para o serviço”, conta a jornalista.

Daniela ainda explica que um assistente virtual pode prestar serviços na parte administrativa, financeira ou de comunicação organizacional. 

“Esta sempre foi a minha praia, e o marketing digital, algo novo que estou estudando muito, quero atuar como gestora de mídias sociais. Tudo é muito inicial, mais eu já conquistei a minha primeira cliente e estou muito feliz com isso. Acredito que em uma crise você pode permanecer na zona de conforto e se deixar levar pela onda do negativismo ou olhar para tudo e lutar com as armas que tem. No meu caso, fui buscar conhecimento, dividi minhas ideias com outras pessoas, ainda estou em processo de construção, mas não quero nunca mais parar”, destacou.

A acadêmica de Tecnologia em Marketing Marihelen Fursts, 24 anos, era gerente de uma gelateria, foi demitida e resolveu que era a hora de empreender. Marihelen é sócia de uma agência de marketing que funciona totalmente digital.  

“Entrei em contato com umas amigas que moram em Belo Horizonte e agora temos uma agência de marketing e publicidade, trabalhamos de forma totalmente on-line. Está sendo ainda uma transição enorme, trabalhar virtualmente, com pessoas de outros estados, por conta da pandemia, que nos priva de estar juntos fisicamente, e acredito que essa mudança vem para ficar, o mundo está se adaptando. E além de tudo me ensina a ter disciplina, produzir por conta uma rotina disciplinada”, disse.

Empresa foi aberta durante a pandemia

Além daqueles que mudaram de rumo profissional, há ainda os que estavam prontos para abrir o próprio negócio quando a pandemia mudou as rotinas. 

Depois de trabalhar durante nove anos como consultor, o administrador Luiz Ishikawa, 40 anos, e a esposa Danielle Ishikawa, 37 anos, que era professora de inglês, decidiram investir em um negócio próprio, a mercearia Limão Rosa Orgânicos.

Há cinco anos, o casal mudou a rotina alimentar quando descobriu que o filho tem algumas intolerâncias e alergias alimentares, e por isso passaram a cuidar melhor da alimentação.  

“Decidimos abrir uma mercearia especializada em produtos orgânicos, com foco em produtos oriundos da agricultura familiar, cooperativas e pequenas agroindústrias familiares. No início do ano, iniciamos os procedimentos de abertura do negócio e, de repente, aparece a Covid-19, quando estávamos no meio da reforma do prédio e nossas inscrições e demais documentos tramitando”, disse Luiz.

O empreendedor disse que com a crise econômica causada pela pandemia o momento gerou dúvidas. 

“Foi um momento de bastante incerteza, mas a gente já havia dado o primeiro passo e decidimos continuar nossos planos. Enquanto estavam todos reinventando seus negócios, a gente ‘inventava’ o nosso. Por conta do distanciamento social, muitos de nossos clientes nunca vieram à mercearia, atendemos mais de forma remota do que presencialmente. Para a entrega, utilizamos alguns aplicativos que absorvem essa valorosa mão de obra dos motociclistas autônomos”, relatou o empresário.

Luiz ainda destaca que muitas pessoas passaram a cuidar mais da alimentação, principalmente pensando no fortalecimento da imunidade, e estão atentas à origem dos alimentos.  

“Acreditamos que esse período turbulento que vivemos hoje não passará batido, o “novo normal” que tanto se fala já está posto e cabe a nós vivenciarmos isso da melhor maneira possível. Essa nova forma de consumo sustentável e saudável começa a ser cada vez mais rotina das famílias. A generosidade e o amor prevalecerão agora e após esse período difícil que estamos vivendo”, finalizou.

IBGE-Pesquisa

Rendimento médio per capita de MS é o maior da série histórica

Em 2023, ocorreu um crescimento de (6,5%), estimado em R$ 1.990,00

19/04/2024 16h20

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou nesta sexta-feira (19) os valores dos rendimentos domiciliares per capita, referentes ao ano de 2023, com base nas informações referentes a Pesquisa Nacional por Amostra e Domicílios Contínua - PNAD Contínua.

O rendimento médio per capita domiciliar em Mato Grosso do Sul é o maior da série histórica (6,5%), estimado em R$ 1.990.

Durante a pandemia de Covid-19, o rendimento per capita diminuiu para (5,6%), em 2020 e (8,3%) em 2021, estimado em R$ 1.639, o 2º menor valor da série. Em 2022, o rendimento médio domiciliar apresentou crescimento (12,3%) sendo estimado em R$ 1.868.

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação. Com relação à renda em 2023, o indicativo apontou 2,8 milhões de pessoas residentes em Mato Grosso do Sul desempenham alguma atividade, enquanto em 2022 o quantitativo era de 2,5 milhões. 

Rio Grande do Sul lidera com (70,3%) e em nove oportunidades apresentou a maior estimativa da série histórica iniciada em 2012, enquanto Acre e Amazonas, as menores (51,5% e 53,0%, respectivamente). 

Rendimento

O levantamento aponta que em 2023, o número de pessoas que possuíam rendimento, levando em consideração todas as modalidades de trabalho, em Mato Grosso do Sul correspondia a  50,4% da população residente (1,4 milhão de pessoas).

"Rendimento relacionado a outras fontes foram de  22,3% (631 mil) dos residentes possuíam, em 2023, alguma fonte de rendimento diferente de trabalho, enquanto, em 2022, essa estimativa era de 21,3% (595 mil)". 

 

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Crédito rural

Prazo para renegociação de dívida de investimento vai até 31 de maio

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões

19/04/2024 15h00

Em MS, podem renegociar os produtores de soja, milho e bovinocultura de leite e de carne. Arquivo/Correio do Estado

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Os produtores rurais que foram prejudicados por intempéries climáticas ou queda de preços agrícolas têm prazo até 31 de maio para renegociar dívidas do crédito rural para investimentos. A informação é do Ministério da Agricultura e Pecuária, com base em medida aprovada, com apoio do Ministério da Fazenda, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em março passado.

Segundo o comunicado, com a iniciativa, as instituições financeiras poderão adiar ou parcelar os débitos que irão vencer ainda em 2024, relativos a contratos de investimentos dos produtores de soja, de milho e da pecuária leiteira e de corte. Neste contexto, as operações contratadas devem estar em situação de adimplência até 30 de dezembro de 2023.

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões em recursos equalizados, R$ 6,3 bilhões em recursos dos fundos constitucionais e R$ 1,1 bilhão em recursos obrigatórios.

Caso todas as parcelas das operações enquadradas nos critérios da resolução aprovada pelo CMN sejam prorrogadas, o custo será de R$ 3,2 bilhões, distribuído entre os anos de 2024 e 2030, sendo metade para a agricultura familiar e metade para a agricultura empresarial. O custo efetivo será descontado dos valores a serem destinados para equalização de taxas dos planos safra 2024/2025.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse na nota: "Problemas climáticos e preços achatado trouxeram incertezas para os produtores. Porém, pela primeira vez na história, um governo se adiantou e aplicou medidas de apoio antes mesmo do fim da safra".

Confira abaixo as atividades produtivas e os estados que serão impactados pela medida:

soja, milho e bovinocultura de carne: Goiás e Mato Grosso;

bovinocultura de carne e leite: Minas Gerais;

soja, milho e bovinocultura de leite: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina;

bovinocultura de carne: Rondônia, Roraima, Pará, Acre, Amapá, Amazonas e Tocantins;

soja, milho e bovinocultura de leite e de carne: Mato Grosso do Sul;

bovinocultura de leite: Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Para enquadramento, os financiamentos deverão ter amparo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e dos demais programas de investimento rural do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bem como das linhas de investimento rural dos fundos constitucionais.

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