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Turismo de negócios impacta hotéis de Mato Grosso do Sul

Eventos e conferências que seriam realizados em Campo Grande foram postergados para 2021

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O turismo para entretenimento já começa a ganhar fôlego em Mato Grosso do Sul, por outro, o turismo de negócios ainda não vislumbra a mesma retomada.

A pandemia do novo coronavírus colaborou para que muitos eventos migrassem para o universo virtual, tendência que pode se perpetuar no pós-pandemia. 

O turismo de negócios é o que mais atrai visitantes para Campo Grande. O setor hoteleiro sofre com a falta desses turistas.

A taxa de ocupação do setor hoteleiro atualmente é de 15%. Mato Grosso do Sul tem cerca de 39 mil leitos disponíveis em seus hotéis. Somente em Campo Grande, são 7,5 mil acomodações.

Leia também: Com preços congelados, Bonito já recebe os primeiros turistas.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em MS (ABIH-MS), Marcelo Mesquita, o mês de julho será desafiador. 

“Não temos muitas expectativas positivas para a retomada na hotelaria. As perspectivas e os estudos realizados até agora demonstram que levaremos três anos para restabelecermos as mesmas diárias médias e a taxa de ocupação que tivemos no ano passado".

"A perspectiva da hotelaria de uma maneira geral, assim como de Campo Grande e do Estado, é que essa retomada será muito lenta, com dificuldade em retomar o fluxo de hóspedes e o caixa positivo”, disse". 

Para a diretora do Campo Grande Destination (Convention Bureau), Maria Harada, para equilibrar os custos seria necessário, no mínimo, que 50% das acomodações estivessem ocupadas. 

“A incerteza com o término da pandemia, que atingiu fortemente nosso setor de turismo, em especial a hotelaria, fez entrarmos em estado de total alerta".

"Acreditamos que nossa retomada começará após o retorno da operação da malha aérea, quando voltarmos a operar com a mesma capacidade de voos de antes da pandemia, mas, até o momento, estamos sem previsão”. 

 

O que é turismo de negócios:

Apresenta grande importância para crescimento da economia, pois esse tipo específico de turista agrega a localidade além da receita financeira, quando satisfeito passa a proporcionar visitas com maior frequência, além do fato de ser um multiplicador de opiniões positivas que atrairão novos turistas ao local.

É definido como um "conjunto de atividades de viagem, de hospedagem, de alimentação e de lazer praticado por quem viaja a negócios referentes aos diversos setores da atividade comercial ou industrial, ou para conhecer mercados, estabelecer contatos, firmar convênios, treinar novas tecnologias, vender ou comprar bens, ou serviços", ou seja, é o turismo cujo foco principal é revertido ao profissional ou as reuniões de caráter corporativo.

Apesar das reuniões de negócios acontecerem esporadicamente, há um grande interesse por parte das ofertantes de serviços de hospedagem e companhias aéreas neste segmento turístico. "As viagens de negócios tornaram-se parte importante da indústria do turismo e da hospitalidade.

As empresas aéreas e as de aluguel de carro e de hospedagem têm um interesse particular nesse segmento porque ele não é tão inconstante quanto às viagens de lazer.

Apesar de a demanda por viagens de negócios ser elástica, ou seja, apesar de ela flutuar conforme as condições econômicas, ela não é tão elástica quanto a demanda por viagem de lazer".

Fonte: Wikipédia

NEGÓCIOS

Levantamento do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Fecomércio-MS (IPF-MS) realizado entre 2018 e 2019 apontou que 60% dos turistas que visitam Campo Grande são provenientes do Estado. Do público que visita à Capital, 31,11% visita amigos ou familiares e outros 30,37% dos visitantes vêm por conta de negócios.

O turismo de negócios movimenta a hotelaria de Mato Grosso do Sul e é uma das grandes preocupações dos representantes do setor.

Mesquita explica que os eventos, como conferências técnicas e científicas, que haviam sido postergados para o segundo semestre de 2020, voltaram a ser remarcados. 

“A maioria dos eventos foram para o ano que vem. Na verdade, percebemos que a pandemia ainda está fora de controle e a tendência é que tenhamos ainda uma maior retração. Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, que influenciam grandemente o setor de negócios por serem grandes centros, estão parados. E enquanto eles estiverem estagnados, o resto do País também estará”.

TENDÊNCIA

Durante a pandemia, para evitar aglomerações, empresas adotaram o home office (ou teletrabalho) e as reuniões, conferências e cursos passaram a ser realizadas por meios digitais.

Os representantes do setor acreditam que a tendência é a de que no pós-pandemia muitos adotem o novo formato. 

“Acredito que isso é uma mudança que deve ficar a longo prazo, as pequenas reuniões tendem a diminuir drasticamente em função dos meios virtuais. Se a pandemia ficar controlada, alguns eventos técnicos e científicos tendem a voltar, mas os menores, não”, disse Mesquita. 

De acordo com a diretora do Convention Bureau, já houve tratativas com representantes do poder público para que o setor não quebre. 

“É preciso olhar para nosso setor, que é um importante gerador de empregos em nossa cidade. Em relação aos formatos de reuniões on-line, sem dúvidas atingirão negativamente nosso segmento: quem ainda tinha dificuldade com este formato passou a “aprender” a operar em função da necessidade do distanciamento. O setor de eventos e convenções também terá suas tristes consequências”, disse Maria Harada.

Uma das tentativas para mitigar as perdas ficaram apenas no papel. A ABIH-MS foi sondada pelo Ministério do Turismo para disponibilizar 600 leitos para abrigar profissionais da saúde durante a pandemia, mas o projeto não avançou. 

De acordo com o presidente da associação, os Ministérios do Turismo e da Saúde sondaram a Capital para que os hotéis fossem utilizados por servidores da saúde. Somente em Campo Grande seriam 600 leitos comprados. 

“Fiz todo o levantamento necessário, enviei as informações, mas não houve mais manifestação da Saúde e Turismo”, disse Mesquita.

 

CONTRAPONTO

Por outro lado, o turismo voltado ao entretenimento já projeta retomada mais otimista. Conforme divulgado pelo Correio do Estado no fim de semana, com a adoção de medidas de biossegurança e reabertura de alguns atrativos, as cidades turísticas do Estado começaram a receber os primeiros turistas.

Além disso, agências já voltaram a comercializar passeios.

Segundo o secretário de Turismo, Indústria e Comércio de Bonito, Augusto Mariano, os agentes de viagens venderam, em três dias de retorno, 313 passeios na cidade. 

“A expectativa é excelente, porém modesta. Não podemos esquecer que os aeroportos estão operando com poucos voos".

"Temos duas fronteiras internacionais, com Bolívia e Paraguai, que são os dois maiores emissores de turistas estrangeiros e que também estão com as fronteiras fechadas. Mas, ao mesmo tempo, estamos próximos de São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso. O acesso por meio do transporte rodoviário vai fortalecer o turismo em família”. 

O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens no Estado (Abav-MS), Ney Gonçalves, acredita que a partir de agosto todo o segmento começará a registrar bons números. 

“Voltando alguns destinos aqui no Estado, como Pantanal e Bonito, nossa expectativa é de lenta retomada.

Sabemos que as pessoas só vão começar a fazer turismo a partir do momento em que adquirirem uma certa confiança. Nós esperamos que em agosto as coisas já comecem a melhorar.

Algumas agências estão começando a vender”, disse.

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Economia

Câmara prorroga benefício a setor de eventos ao custo de R$ 15 bi até 2026

Na reta final das negociações, o Ministério da Fazenda conseguiu incluir no texto uma cláusula de segurança que garante o fim do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) caso o custo do programa supere o limite de R$ 15 bilhões

23/04/2024 20h00

Projeto foi aprovado na noite desta terça-feira Divulgação

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O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (23) o projeto de lei que trata de benefícios para o setor de eventos com 30 atividades beneficiadas e teto de R$ 15 bilhões de renúncia fiscal, após negociação do Ministério da Fazenda e líderes partidários da Casa.

A votação foi simbólica, ou seja, quando não há contabilização dos votos. Agora, o texto seguirá para o Senado.

Na reta final das negociações, o Ministério da Fazenda conseguiu incluir no texto uma cláusula de segurança que garante o fim do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) caso o custo do programa supere o limite de R$ 15 bilhões.

O valor não será corrigido pela inflação —mudança que foi feita a pedido do governo pouco antes de o projeto ser votado no plenário. Por outro lado, o Executivo teve que ceder na tentativa de reduzir ao máximo o alcance dos segmentos que poderão ter acesso ao benefício fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, queria limitar o programa a apenas 12 atividades.

Na primeira versão do parecer, havia a possibilidade de o governo enviar um projeto de lei acabando com o programa assim que o teto fosse alcançado e comprovado pelo Executivo. Mas o texto não previa nenhuma segurança de que a proposta seria aprovada pelo Congresso, tornando, na prática, inócuo o limite.

Contrária desde o início à extensão do Perse, a equipe econômica adotou a estratégia de reduzir danos diante da resistência dos deputados em acabar com o incentivo fiscal –um embate travado desde o início do ano e que gerou trocas de farpas entre parlamentares e Haddad. O ministro vocalizou que o programa era uma janela para fraudes e lavagem de dinheiro, o que irritou deputados.

A saída para fechar brechas foi garantir dispositivo que determina que todas as empresas beneficiárias do Perse deverão ser habilitadas pela Receita Federal. Passado o prazo de 30 dias após o pedido de habilitação sem que tenha havido a manifestação do Fisco, a empresa será considerada habilitada. A exigência da habilitação sofreu muitas críticas dos deputados da oposição.

O projeto estabelece que as empresas que estão no regime de lucro real (com faturamento superior a R$ 78 milhões por ano) não terão mais a desoneração do IRPJ e da CSLL a partir de 2025. Esse grupo das maiores empresas do país continuará, no entanto, se beneficiando da alíquota zero do PIS e Cofins.

A proposta do governo previa inicialmente uma reoneração gradual dos impostos federais para as empresas do setor, o que foi excluído pela relatora da matéria. Criado na pandemia e originalmente temporário, o Perse garante alíquota zero dos tributos federais (IRPJ, CSLL e PIS/Cofins) a empresas do setor.

A votação do projeto em plenário nesta terça ocorreu após acordo firmado em reunião mais cedo nesta terça com o ministro Haddad e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e lideranças. Os detalhes do acordo foram fechados com o secretário-executivo, Dario Durigan.

De acordo com a matéria aprovada, serão beneficiadas 30 atividades da lista de CNAES (Classificação Nacional das Atividades Econômicas). Pela lei aprovada no Congresso no ano passado, eram beneficiados 44 CNAES. A Fazenda, no entanto, tentou restringir o Perse, reduzindo para 12, em proposta apresentada em março. A relatora, Renata Abreu (Podemos-SP), por sua vez, retomou o número inicial em seu primeiro relatório, divulgado no sábado (20).

“O Perse não é um benefício, é um ressarcimento de um setor que foi impedido de funcionar na pandemia”, disse a relatora durante a sessão.

Após a reunião de líderes, ficou acordado que seriam 29 CNAES. Em plenário, no entanto, Renata anunciou que foi acrescentado na matéria o setor de apart-hotéis.

Após a reunião, mais cedo, Haddad havia indicado que garantido o teto, a quantidade de CNAES era “menos importante”. “Agora, quanto mais foco o projeto tiver, melhor, porque você vai beneficiar quem realmente precisa. Não faz muito sentido abrir demais o espectro de beneficiários”, afirmou.

Na Câmara nesta quarta, o Novo, a minoria e a oposição orientaram contra a medida. O deputado Gilson Marques (Novo-SC) afirmou em plenário que votaria contrário ao texto apresentado porque defendia o projeto original.

“Nosso voto será não, porque nós preferimos a lei original do Perse com todos os benefícios, com tudo o que foi combinado e assegurado até 2026, sem nenhuma retirada, sem nenhuma exceção, sem nova habilitação em órgão público, mantendo-se a segurança jurídica daquilo que foi combinado para, pelo menos, auxiliar minimamente o que sofreu o setor de eventos na época da pandemia”, disse Marques.

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Economia

Bolsa fecha em queda pressionada por minério; dólar cai após dados dos EUA

Investidores aguardam novos números de inflação e atividade americanos

23/04/2024 19h00

Arquivo/Agência Brasil

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Apesar de ter ensaiado recuperação durante a tarde, a Bolsa brasileira registrou leve queda nesta terça-feira (23), pressionada pelo declínio do minério de ferro no exterior, que derrubou as ações da Vale, a empresa de maior peso do Ibovespa.

As perdas foram limitadas, por outro lado, pelo desempenho do petróleo, que começou o dia em queda, mas avançou ao longo do dia. O barril do Brent engatou forte alta no início da tarde e deu fôlego às ações da Petrobras, outra grande empresa do índice.

Nesse cenário, o Ibovespa recuou 0,33%, fechando aos 125.148 pontos. Na mínima do dia, o índice bateu os 124.310 pontos.

Já o dólar fez o caminho contrário: começou o dia subindo, mas passou a registrar queda ante o real no fim da manhã, seguindo o movimento no exterior. Dados sobre atividade empresarial mais fracos que o esperado nos EUA mostraram queda na demanda e desencadearam uma queda global da divisa.

Nesta terça, a S&P Global informou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto de produção dos EUA, que acompanha os setores de manufatura e de serviços, caiu de 52,1 em março para 50,9 neste mês.

"Os dados acabaram vindo piores do que o esperado e trouxeram ânimo para o mercado americano, alívio nos treasuries [títulos do Tesouro americano]. Esses dados de PMI mais fracos mostrando talvez um recuo parcial da atividade econômica nos Estados Unidos, então o mercado americano está reagindo bem forte no dia de hoje", Pedro Moreira, sócio da One Investimentos.

O desempenho do real também é favorecido pela subida do petróleo, que auxilia moedas de países exportadores, como é o caso do Brasil.

Com isso, o dólar registrou baixa de 0,77% ante a moeda brasileira, cotado a R$ 5,129, enquanto o índice DXY, que mede a força do dólar ante outras divisas fortes, recuava 0,38% no fim da tarde.

Nesta semana, investidores aguardam novos números sobre inflação e atividade econômica americanos para alinhar apostas sobre o futuro da política de juros do país.
"O mercado global já havia precificado a economia norte-americana aquecida, esticando muito a piora do cenário, comprando dólar. Como esticou muito, para [a cotação] continuar subindo têm que surgir surpresas de forma recorrente", comentou Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.

"Mas hoje os PMIs vieram mais fracos que o esperado", acrescentou Borsoi, ao justificar a continuidade do movimento de correção de baixa do dólar em relação ao real. "Como os preços de mercado esticaram demais, vemos um alívio."

Na quinta-feira (25), também serão divulgados os dados do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA referentes ao primeiro trimestre.

No Brasil, analistas consultados pelo Banco Central passaram a ver menos afrouxamento monetário este ano e no próximo, mostrou a pesquisa semanal Focus, com as estimativas para a Selic ao final de 2024 e 2025 subindo a 9,50% e 9,0%, respectivamente.

Os economistas mantiveram perspectiva de novo corte de 0,5 ponto percentual nos juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), mas probabilidades implícitas em contratos futuros de juros mostram mais de 90% de chance de haver redução menos intensa, de apenas 0,25 ponto.

"A edição mais recente do Focus confirma o que vinha circulando há dias entre os investidores: uma Selic de um dígito no fim deste ano está muito menos garantida do que há cerca de duas semanas", disse a Levante Investimentos em relatório a clientes, citando, para além de incertezas externas, a percepção de risco fiscal doméstico elevado.

"Nas últimas semanas, a interlocução entre Executivo e Legislativo piorou bastante, o que aumenta o risco tanto de aprovação de pautas-bomba pelo Congresso quanto reduz a probabilidade de o governo emplacar medidas que elevem a arrecadação", completou a Levante.

Um ritmo mais lento de afrouxamento monetário no Brasil, em teoria, seria positivo para o real, uma vez que isso preservaria melhor a rentabilidade do mercado de renda fixa, atraindo investidores estrangeiros.

Por outro lado, esse impulso poderia não ter efetividade caso fosse motivado por deterioração do risco fiscal, já que esse também é um fator levado em consideração por agentes financeiros na hora de escolher destinos de investimento.

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