O Governo Federal está desenhando novas linhas de crédito voltadas aos trabalhadores informais e microempresários em 2021 como forma de compensar o fim do auxílio emergencial. Além disso, também devem ser mantidas algumas possibilidades de financiamentos já lançadas, mas vale a pena procurar um banco em busca de dinheiro ano que vem?
Quem responde esta pergunta ao Correio do Estado é a economista Daniela Dias. Para ela, depende da situação financeira de cada um.
“Essas linhas de créditos poderão ajudar, sim, as pessoas de uma forma geral, mas exige-se um pouco mais de cautela. Desta vez, estamos lidando com recursos que têm taxas de juros e que têm que ser devolvidos. Ou seja, algo que precisa ser pago. Então, questões de priorizações financeiras continuam muito importantes”, pontua.
Segundo a economista, em se tratando de informais, microempresários e microempreendedores individuais, a questão é muito mais delicada. Nesses casos, existe a necessidade de um planejamento a longo prazo para que a empresa se mantenha em pé, mesmo em momentos de crise, e consiga quitar a dívida contraída com as instituições financeiras.
“Quando realmente não houver outro jeito, se de fato o empréstimo é necessário, compare as taxas de juros de diferentes bancos e instituições financeiras, veja se as possibilidades estão adequadas e se vão caber no bolso. Endividamento é sempre um risco. Se atrasar as parcelas por mais de três meses, isso vai prejudicar o score e a pessoa passa a ser inadimplente”, diz Daniela.
Quem está desempregado, é melhor não arriscar. Ao invés de correr atrás de crédito, é melhor tentar usar primeiro a criatividade para gerar alguma renda. “Do meio das crises também surgem várias possibilidades”, diz a economista ao Correio do Estado.
Além disso, ela recorda que não basta sentar na frente do gerente e esperar o dinheiro cair na conta. As instituições tem alguns requisitos, como por exemplo alguma garantia de que o dinheiro será devolvido. A boa notícia, diz Daniela, é que algumas dessas exigências talvez sejam facilitadas.
“Pode ser que para 2021 haja uma simplificação desse processo por conta da situação econômica, mas ainda sim são necessárias garantias, como um score positivo, mas pelo menos em termos de taxas de juros temos grandes influências para que elas não sejam tão altas justamente porque tivemos a redução da taxa Selic como meio de incentivo para esse mercado”, pontua.
Além disso, também é possível que as taxas que bancos menores pagam ao Banco Central também sejam reduzidas, o que deverá baratear ainda mais as condições de pagamento dos empréstimos.
PLANOS
São esperados R$ 25 bilhões em microcréditos para 2020. Cada pessoa poderá emprestar entre R$ 1 mil e R$ 5 mil. Para garantir que as pessoas não sejam barradas na hora de assinar os contratos, o Governo Federal deverá assumir a posição de avalista das operações, como aconteceu durante a recessão causada pela Covid-19.
Dinheiro, nesses casos, são injetados em fundos de garantia para que os bancos possam usá-los em caso de calote. A expectativa é que as linhas estejam disponíveis até março.