Cícero Faria, Dourados
Começou a valer ontem para todo o Mato Grosso do Sul o período do vazio sanitário da soja, quando fica proibido o plantio desta oleaginosa e a obrigatoriedade dos agricultores de destruírem as plantas que brotaram durante a safrinha de milho, as chamadas tigueras ou guaxas.
Tudo com o objetivo de evitar a propagação de focos da ferrugem asiática na próxima safra de verão. Na safra passada foram registrados oficialmente no Estado 333 focos da doença, que causa perdas na produtividade se não for controlada quimicamente.
Previsto em lei estadual, o seu cumprimento será observado pelos fiscais agropecuários da Agência Estadual de Defesa Animal e Vegetal (Iagro), que tem poder de aplicar multa em quem desrespeitar as normas. O vazio tem duração de três meses, ou seja, termina no dia 30 de setembro.
O produtor de soja deve fazer o monitoramento de sua propriedade e, caso sejam encontradas tigueras, fazer a sua eliminação. Os esporos do fungo causador da ferrugem asiática da soja se propagam com facilidade levados pelos ventos, passando de uma propriedade para outra.
Nas duas últimas safras foram vistoriados no Estado mais de um milhão de hectares de terras usadas no cultivo da soja, em mais de 4.600 propriedades agrícolas. Somente em 2008, foram aplicadas 134 multas durante a fiscalização do vazio sanitário.
As plantas remanescentes da ultima safra de soja crescem entre o milho de inverno e podem servir de hospedeiras do fungo.
Os agricultores que financiarão o custeio da próxima safra de soja poderão começar a plantar a partir do dia 20 de outubro, quando tem início a época recomendada do zoneamento climático do Ministério da Agricultura, deixando, assim, a sua lavoura com a cobertura do seguro rural.