O corre-corre nos supermercados para a ceia de Natal intensificou-se ontem e deve ficar pior hoje, dia mais curto para as compras. A maioria das lojas fecha às 18h, e não abre amanhã, por isso, quem for encarar as filas na última hora vai precisar de paciência redobrada. O setor prevê faturamento entre 8% e 15% maior que o do ano passado, graças aos bons ventos da economia até aqui.
Os itens mais procurados são os tradicionais perus, cortes suínos, castanhas e bebidas. Na tarde de ontem, os estacionamentos das lojas mais concorridas estavam abarrotados, como o do Atacadão, da Avenida Costa e Silva e o Comper, da Rua Brilhante, pequeno demais para o consumidor da vizinhança. O Mercado Municipal ainda estava transitável, dentro e fora do prédio, mas, nas ruas, veículos e pedestres pareciam não se entender.
O box de carne suína de Roberto Akira vendia menos do que no Natal passado, mas o Box do Gordinho comercializou 33,3% a mais de cestas básicas, e deve fechar este mês com 12 mil unidades vendidas, contra 9 mil de dezembro último ano, graças à caridade natalina. "Tem muita gente que doa, por isso vende tanto", explica o vendedor Luiz Marques. As preferidas custam até R$ 148.
O funcionário público Anísio Domingos passou longe do Atacadão quando viu o estacionamento lotado e correu para uma loja no centro, tranquila naquele horário. A ceia será para 40 parentes e amigos de várias partes do Brasil. "Tem que aproveitar enquanto não enche", recomenda.
Nos últimos dias, em Campo Grande, os preços recuaram timidamente em produtos perecíveis. É comum que os empresários negociem valores e estoques com os fornecedores para evitar encalhe pós-Natal, segundo o presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercadistas (Amas), Acelino de Souza Cristaldo. Ele espera 8% de crescimento entre os associados, projeção mais conservadora que os 15% previstos pelo presidente do Sindicato do Comércio de Gêneros Alimentícios de Campo Grande (Sindsuper), Adeilton Feliciano do Prado.
As redes Comper (11 lojas, na Capital) e Econômica (55 lojas, no Estado) preferem não estabelecer projeções para todas as unidades. Elas reforçaram o estoque e o quadro de funcionários para suportar a enxurrada de clientes nas horas que antecedem a festa. A loja da Rua Joaquim Murtinho, da Rede Econômica, deve ser "invadida" por 10 mil pessoas até as 18h de hoje, segundo previsão da gerência. O presidente do grupo, Edson Veratti, disse que o aumento nas vendas poderá chegar a 13% para empresários que investiram pesado.