Economia

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Economia fortalecida: Vendas on-line e o atendimento personalizado são tendências

Estratégias adotadas pelo comércio campo-grandense serão mantidas após a pandemia

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A crise econômica causada pelo novo coronavírus (Covid-19) atingiu o setor do comércio como um todo, principalmente em decorrência das medidas de distanciamento social. 

No entanto, para driblar a queda nas vendas, muitos empresários adotaram estratégias que serão levadas como tendência para novos ciclos que devem fortalecer a economia.

De acordo com a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, as perspectivas são de um comércio fortalecido e com novas formas de atendimento. 

“Tendências que já existiam foram intensificadas durante a pandemia e devem permanecer. Como aquelas voltadas para o e-commerce ou as vendas a distância, que levam em consideração as redes sociais ou o telefone, bem como as entregas em domicílio. Não só de comida, mas de roupas, calçados, lembranças, entre outros. O comércio a distância não é um obstáculo, mas uma complementaridade do comércio físico, visto que a gente percebeu, conversando com os empresários, que houve uma amenização dos impactos negativos advindos do coronavírus. Essa é uma tendência que deve permanecer”, explicou.

Pesquisa do IPF-MS sobre os impactos do coronavírus no comércio de Campo Grande aponta que 80% dos empresários pretendem levar estratégias adotadas entre março e julho para os próximos anos. 

Ainda segundo o levantamento as vendas pelas redes sociais cresceram 30% em relação ao ano passado, a intensificação de comercialização por plataformas on-line cresceu 22% e as entregas em domicílio aumentaram 13%.

Conectadas

Quem já se adaptou à nova realidade foi a empresária Camila Cristina Gomes, 31 anos, que é proprietária da loja de roupas Milua. Camila conta que trabalhou oito anos como autônoma e em julho de 2019 realizou o sonho de abrir uma loja física.

“Tive que fazer adaptações, em virtude de morar e cuidar de três pessoas idosas, mudei a forma como a loja funcionava. Uma das estratégias foi atendimento domiciliar, ou presencial na loja com hora marcada, para ter controle do fluxo de pessoas e facilitar a higienização interna da loja e das roupas. Nas vendas, os primeiros meses com essa mudança de atendimento não foram fáceis, e continua uma luta diária, mas todos estão sofrendo os efeitos, cada um da sua forma, e acredito que isso em breve acabe”, relatou.

Para o futuro, as intenções da empresária são reabrir a loja e continuar atendendo com o apoio das ferramentas virtuais. 

“Vamos continuar atendendo por redes sociais, com entregas em domicílio. A pandemia é um momento de reflexão, de compaixão, empatia e assim que vamos continuar seguindo em frente, sempre pensando no melhor para as nossas clientes”, concluiu.

Com uma loja de presentes criativos inaugurada há três anos, Ana Luiza da Cruz, 29, proprietária da Trecos e Tarecos explica que já atuava com entregas, mas em 2020 as vendas pelas redes sociais se intensificaram. 

“Sempre pensamos na comodidade e na agilidade de receber seu produto em casa ou no trabalho. Passamos por um momento em que só atendemos delivery e nos adaptamos, pois tivemos que ampliar e intensificar os atendimentos via redes sociais, a demanda de mensagens aumentou consideravelmente. Passamos a atender toda a cidade, coisa que antes era mais em algumas regiões específicas, hoje até enviamos para o interior e outros estados do Brasil”, contextualizou.

Ana diz ainda que o modelo de negócio será levado como ferramenta de vendas da empresa. A facilidade na escolha do produto e a agilidade para consumir são os pontos reforçados pela empresária. 

“As entregas, além de rápidas e seguras, são aliadas neste mundo corrido. Você consegue escolher tudo pelo celular e até mesmo efetuar o pagamento. Nós empreendedores temos que ficar sempre antenados nas tendências do mercado para ajudar nosso cliente da melhor forma possível”, concluiu.

Outras estratégias

Além das vendas a distância, muitas outras adaptações foram feitas, como um maior investimento em marketing digital e a oferta de uma experiência de consumo diferenciada. 

A economista do IPF diz que até mesmo profissões tiveram de ganhar uma nova roupagem para se adequar às expectativas do consumidor.

Para a economista, o surgimento de novas profissões e as adequações aquelas já existentes devem permanecer. 

“O vendedor, por exemplo, neste período passou a ser mais do que um vendedor, ele passou a ser consultor de estilo, de moda, de venda a distância. E essa é uma nova roupagem para essa profissão, porque muitos consumidores já procuram pela internet, então, o grande diferencial neste caso é a forma de atendimento e o fato de que a gente tem mais agregação de valor e de papéis a esse profissional. Por isso temos a possibilidade do surgimento de novas profissões ou de readequação daquelas já existentes”, explicou Daniela, que ainda destaca o profissional de marketing digital.

“As lojas que já investiam no marketing digital tiveram uma amenização de cenário mais rápida. Agora a gente percebe que esse marketing não pode ser feito por qualquer um, precisa de um mínimo de conhecimento, porque até mesmo uma foto não pode ser uma simples foto, ela tem que proporcionar ao potencial consumidor a possibilidade de uma experiência, de que aquilo é necessário. As pessoas estão em busca de experiências, as pessoas estão com o apelo sentimental maior”, reforçou a economista.

Outra ferramenta que permanecerá é a adoção de mais reuniões virtuais e trabalho remoto.

 “Temos a questão das reuniões mais virtuais, resolução de uma série de problemas a distância. Muitas empresas já estão migrando, de fato, para o home office, como as empresas de tecnologia, por exemplo. Justamente porque perceberam um aumento da produtividade. Muitos estão deixando o estabelecimento físico para ficar realmente em trabalho remoto”, considerou Daniela.

IMPOSTO-RENDA

Senado aprova isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 2.824

Segundo a Receita, 15,8 milhões de brasileiros deixarão de pagar imposto neste ano, medida válida para empregados, autônomos, aposentados, pensionistas e demais contribuintes, e outros 35 milhões de cidadãos

17/04/2024 20h00

A exemplo do que fez no ano passado, Lula reajustou a faixa de isenção do IR, ampliando o número de contribuintes que deixarão de pagar o tributo Marcos Oliveira / Agência Senado

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O Senado aprovou nesta quarta-feira (17) o projeto de lei que isenta de Imposto de Renda quem ganha até dois salários mínimos, R$ 2.824 mensais. O texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A medida adotada pelo governo vem para evitar que pessoas que estavam isentas de IRPF passem a recolher pela primeira faixa da tabela por causa do último reajuste do salário mínimo —que subiu para R$ 1.412 em 1º de janeiro.

A exemplo do que fez no ano passado, Lula reajustou a faixa de isenção do IR, ampliando o número de contribuintes que deixarão de pagar o tributo. Salários, aposentadorias e pensões de dois salários mínimos ficarão isentos.

O reajuste é de R$ 6,97% na faixa inicial, subindo de R$ 2.112 para R$ 2.559,20. O governo concedeu um desconto extra de R$ 564,80 para chegar à isenção ao R$ 2.824.

Segundo a Receita, 15,8 milhões de brasileiros deixarão de pagar imposto neste ano, medida válida para empregados, autônomos, aposentados, pensionistas e demais contribuintes, e outros 35 milhões de cidadãos pagarão menos IR por causa da progressividade da tabela.

O texto foi enviado ao Congresso em fevereiro como MP (medida provisória), mas acabou avançando via projeto de lei diante da resistência da Câmara com a tramitação de MPs, que exigem uma comissão formada por deputados e senadores.


O projeto de lei foi apresentado pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e relatado no Senado pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

Durante a votação, senadores de oposição lembraram a promessa de Lula de isentar de IR quem ganha até R$ 5.000 por mês e tentaram ampliar a isenção de dois para três salários mínimos, o equivalente a R$ 4.236,00.

A proposta, no entanto, acabou derrotada durante a votação.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que, antes de Lula, a tabela do Imposto de Renda não era corrigida desde 2015 —no governo Dilma Rousseff (PT).

"Não é não querer dar. É, infelizmente, tem que dar sem provocar um impacto negativo, que seria eventualmente o não controle das contas públicas. Nós já estamos com um problema que não é nosso, é das guerras lá fora. Sobe petróleo, sobe dólar. Daqui a pouco vão querer subir juros."

Em seu parecer, o líder do governo Lula no Congresso disse também que o debate sobre a isenção será "mais bem aprofundado" durante a tramitação da reforma do Imposto de Renda —que o governo pretende enviar ao Congresso até o fim do ano.


Em janeiro, Lula reforçou o compromisso de campanha em entrevista a uma rádio na Bahia: "Eu tenho um compromisso de chegar até o fim do meu mandato isentando todo mundo que ganhar até R$ 5.000. Nesse país, quem vive de dividendo não paga Imposto de Renda e quem vive de salário paga Imposto de Renda".

Segundo o governo federal, a redução de receitas prevista com a medida neste ano é de R$ 3,03 bilhões. O valor passa para R$ 3,53 bilhões no próximo ano e para R$ 3,77 bilhões em 2026.

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Economia

BC não intervém no câmbio quando mercado precifica risco de investir no Brasil, diz Campos Neto

Declaração foi dada após dólar ter tido cinco sessões consecutivas de fortes altas

17/04/2024 14h00

Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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O Banco Central não faz intervenções no mercado de câmbio quando os agentes econômicos precificam o risco de investir no Brasil, afirmou Roberto Campos Neto, presidente da autoridade monetária, nesta quarta-feira (17).

A declaração foi dada em uma reunião com investidores, organizada pela XP, em Washington, nos Estados Unidos, um dia depois de o dólar ter encerrado a sessão de terça (16) cotado a R$ 5,268, operando em seu maior valor desde março de 2023.
Após cinco sessões consecutivas de fortes altas, a moeda americana operava em queda na manhã desta quarta, devolvendo parte dos ganhos.

Segundo Campos Neto, essa função é usada em casos de disfunção no mercado de câmbio, lacuna de liquidez ou episódios marcados por má interpretação dos investidores.
"Não reagimos ao fato de as pessoas estarem precificando nosso prêmio de risco. Reagir a isso é muito perigoso porque há muitas maneiras diferentes de fazer hedge [instrumento de proteção] do prêmio de risco no Brasil", disse.

O presidente do Banco Central atribuiu a maior parte do estresse do mercado financeiro à piora do cenário externo e outra parcela à questão fiscal doméstica.

No cenário global, o principal fator de atenção está relacionado à perspectiva de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) reduza os juros apenas no segundo semestre devido à resiliência da economia americana. Houve ainda o acirramento dos conflitos no Oriente Médio, com o ataque do Irã a Israel e um eventual impacto sobre o preço do petróleo.

Na política doméstica, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs uma revisão na trajetória das contas públicas, reduzindo a velocidade do ajuste fiscal. Para 2025, a meta fiscal passa a ser zero, não mais um superávit 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto), conforme o PLDO (projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) do próximo ano.

"Há muito tempo dizemos que é muito importante perseverar com as metas. Novamente, não há relação mecânica [entre a questão fiscal e a política de juros]. [...] Mas a evidência que temos do que aconteceu nos últimos dias nos diz que o mercado ficou mais preocupado com a parte fiscal", disse.

"Isso pode mudar as expectativas sobre qual será o equilíbrio fiscal no futuro e isso terá um efeito no prêmio de risco. Isso também torna o trabalho [do BC], em termos de política monetária, mais difícil e mais custoso. A reação do mercado implica que parte da revisão recente vem da parte fiscal, mas uma parte muito maior vem do [ambiente] externo", complementou.

Campos Neto voltou a afirmar que as âncoras fiscal e monetária estão muito relacionadas e que, com a mudança em um dos lados, a autoridade monetária precisa entender agora como isso influenciará a sua função de reação.
"Sempre defendemos o fato de que eles deveriam se ater à meta e fazer o que fosse necessário para alcançá-la. Entendemos que houve a necessidade de mudança. A ideia não é comentar tanto sobre fiscal, mas tentar ver como isso vai influenciar nossas funções de reação através das várias medidas que são importantes para nós", disse.

"O importante para nós é como essas variáveis [decorrentes da questão fiscal e do cenário externo] influenciam nosso quadro e se achamos que isso é temporário ou se há uma mudança mais estrutural na qual precisamos prestar atenção", acrescentou.

Diante de uma nova turbulência no cenário econômico, Campos Neto relembrou uma conversa que teve com seu antecessor, Ilan Goldfajn, quando assumiu o comando da autarquia.

"Ele me disse que nunca há um momento calmo no Banco Central. Acho que estava certo. Quando olho para trás naqueles anos em que começamos, tivemos crise na Argentina, depois Brumadinho [rompimento da barragem]. Acho que não tivemos um período de três meses sem qualquer tipo de crise", afirmou.

O presidente do BC disse também que a autoridade monetária fará o que for necessário para levar as expectativas de inflação em direção às metas definidas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).

A partir deste ano, o alvo é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que o objetivo é considerado cumprido se oscilar entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).

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