O volume de vendas do comércio varejista de Mato Grosso do Sul caiu 6,3% em dezembro de 2020, em comparação com o mês de novembro do mesmo ano. É a maior queda para um mês de dezembro de toda a série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), iniciada em 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (10), constrói indicadores que possibilitam acompanhamento conjuntural do comércio varejista de todo o Brasil. São investigadas as receitas brutas de revenda nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, e cuja atividade principal é o comércio varejista.
Em relação a dezembro de 2019, na série sem ajuste sazonal, setor teve aumento de 5,9%, oitava taxa positiva consecutiva.
Os números mostram ainda que o varejo estabilidade no ritmo de vendas no acumulado do ano, de 4,4% em novembro, passou para 4,5% em dezembro.
O comércio varejista ampliado, onde são inclusos veículos, motos, partes, peças e materiais de construção, teve queda nas vendas. Dezembro de 2020 teve menos 3,3% em relação a novembro, descontando parte de sete meses consecutivos de acréscimos.
A média móvel (-0,6%) sinalizou redução no ritmo de vendas. Em relação a dezembro de 2019, o varejo ampliado cresceu 11,5%, sétima taxa positiva consecutiva. O acumulado no ano foi 3,6%.
O gerente da PMC nacional, Cristiano Santos explicou que os resultados da pesquisa costumam ter variações menores. Contudo, com a pandemia da Covid-19, isso mudou, já que os meses de março e abril apresentaram quedas muito grandes.
Santos afirma que com a base de comparação muito baixa, o resultado do varejo foi decrescendo de maio até outubro, quando apresentou o maior patamar da série histórica, iniciada em janeiro de 2001, e ultrapassou o patamar pré pandemia, de fevereiro.
"A queda em dezembro é um reposicionamento natural, já que o patamar estava muito alto com os resultados de outubro e novembro”, complementa o analista.
A inflação dos alimentos támbem contribuiu para o resultado nos últimos meses do ano. Segundo Cristiano, o comércio em hiper e supermercados têm um peso maior para a PMC, quase a metade do resultado total.
“O que acontece nos mercados influencia bastante a pesquisa. E, por conta dos resultados recentes do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o volume de vendas acabou sendo afetado”, justifica.
Período | Volume de vendas (%) | Receita nominal (%) |
Dezembro / Novembro* | -6,3 | -4,2 |
Dezembro 2020 / Dezembro 2019 | 5,9 | 11,9 |
Acumulado 2020 | 4,5 | 7,8 |
Acumulado 12 meses | 4,5 | 7,8 |
*Fonte: IBGE
O setor acumulou 4,5% em 2020, quarto ano consecutivo de crescimento.
Desde 2017, o comércio apresenta números positivos no acumulado anual: 0,5% em 2017; 1,2% em 2018; 0,6% em 2019; e 4,5% em 2020.
O aumento em 2020 se deu de maneira desigual entre os setores, apresentando decréscimo no primeiro semestre e acréscimo no segundo.