Esportes

FUTEBOL

Após investimento alto, Palmeiras vê reforços fracassarem

Após investimento alto, Palmeiras vê reforços fracassarem

Continue lendo...

Clubes mais ricos do Brasil, Palmeiras e Flamengo foram os que mais investiram em contratações para a temporada. Enquanto o rubro-negro desembolsou cerca de R$ 180 milhões e viu os reforços corresponderem em campo, com o título do Campeonato Carioca, a liderança do Campeonato Brasileiro e a vaga na semifinal da Copa Libertadores, o alviverde gastou quase R$ 140 milhões, caiu em todos os campeonatos e teve poucos atletas que se firmaram como titulares. Alguns, inclusive, já deixaram a equipe.

A falta de resultados do Palmeiras deixou a torcida insatisfeita com o elenco e, principalmente, com o diretor de futebol Alexandre Mattos, que passou a ser alvo da maior organizada do clube. Há menos de três meses do final do ano, o time paulista vê seu projeto esportivo para a temporada indo por água abaixo.

Mesmo com a irregularidade apresentada em campo durante este ano, Mattos continua com prestígio dentro do clube. Entre os cartolas mais próximos à presidência, a avaliação é de que Mattos errou, mas o projeto proposto por ele para o Palmeiras é vencedor. Dessa forma, ele é peça fundamental na sequência do segundo mandato do presidente Maurício Galiotte - termina no final de 2021.

Internamente, os dirigentes ainda falam que o planejamento para a próxima temporada terá "correções e alinhamentos" para que o que for considerado como erro em 2019 não se repita nos próximos anos. A ordem para Mattos, para o gerente de futebol Cícero Souza e para o técnico Mano Menezes é trabalhar.

Publicamente, Mattos admitiu que uma mudança no perfil dos próximos reforços "uma hora vai acontecer". De acordo com o diretor, a ideia é melhorar o elenco com contratações pontuais para 2020. Nesta temporada, por exemplo, muitas apostas foram em jogadores pensados a médio prazo, para os próximos anos.

"O Palmeiras, talvez por planejamento, por estruturar isso, gera expectativa e somos cobrados um pouco acima do normal. O que pagamos hoje para os jogadores os outros também pagam. Se você for no Inter, Cruzeiro, Grêmio ou Flamengo, eles pagam a mesma coisa e estão de parabéns. As equipes estão se organizando e temos que parabenizar todas", disse Mattos, após a eliminação do Palmeiras na Copa Libertadores.

Dos dez jogadores que demandaram investimento do Palmeiras para esta temporada, dois já estavam no elenco alviverde. O clube comprou os laterais-direitos Marcos Rocha e Mayke, que estavam emprestados pelo Atlético-MG e Cruzeiro, respectivamente.

Dos outros oito jogadores, os que podem ser considerados titulares são apenas os zagueiros Gustavo Gómez e Vitor Hugo. O meia Zé Rafael chegou a assumir a posição com o técnico Luiz Felipe Scolari, mas tem sido reserva com Mano Menezes. O volante Matheus Fernandes e o atacante Carlos Eduardo não têm espaço, enquanto o meia colombiano Angulo vinha alternando entre o time sub-20 e o elenco profissional. Os atacantes Felipe Pires e Arthur Cabral deixaram o clube no meio desta temporada.

Em relação aos jogadores que foram contratados "sem custos", o meia Ricardo Goulart já retornou ao Shandong Luneng, da China, o volante Ramires faz trabalhos para ficar 100% fisicamente, o atacante Henrique Dourado chegou em processo de recuperação e, por fim, Luiz Adriano assumiu a posição de titular como centroavante.

"Achar que está tudo errado? Não. Vamos fazer manutenção de elenco e melhorar. Ou contratamos caras para jogar de imediato, outras vezes por oportunidade de mercado, outros para preparar para o futuro, outros para criar desconforto no titular. Algumas vezes é para o cara crescer depois, com o tempo. É óbvio que tem que melhorar, não acho que a manutenção do elenco tem sido um erro", defendeu Alexandre Mattos.

O caso de Luiz Adriano é um que serviu como crítica para a diretoria palmeirense. Após a saída de Gabriel Jesus, no fim de 2016, o clube demorou para achar um jogador para a posição. Borja e Deyverson foram contratados, mas não se firmaram. No início deste ano, o Palmeiras foi ao mercado e contratou o jovem Arthur Cabral em vez de um centroavante que já chegasse para ser titular.

Ao todo, a diretoria gastou quase R$ 60 milhões até contratar Luiz Adriano no meio desta temporada sem custos, arcando "apenas" com salários e comissões, enquanto o Spartak Moscou da Rússia, permaneceu com 50% dos direitos econômicos do atacante.

Com exemplos próprios e também no Flamengo, que foi ao mercado em busca de jogadores de primeiro nível, o Palmeiras espera acertar nas escolhas para a próxima temporada. Mattos diz que ainda não é hora de pensar em 2020, mas a diretoria já trabalha com a comissão técnica comandada por Mano para suprir as necessidades apontadas neste ano. Um atacante de lado de campo deve ser prioridade do Palmeiras na próxima janela de transferências.

 

Esportes

Leila vai à Fifa contra dirigente da Conmebol: 'Não sabem sobre racismo, como vão combatê-lo?'

A ação ocorre após Alejandro Domínguez, mandatário da Conmebol, usar a expressão "Tarzan sem Chita"

18/03/2025 23h00

Foto: Reprodução

Continue Lendo...

Leila Pereira, presidente do Palmeiras, afirmou nesta terça-feira que, juntamente com a Libra (Liga do Futebol Brasileiro) e a Liga Forte União (LFU), enviou uma carta à Fifa pedindo providências e apontando a necessidade de penas mais rigorosas em episódios de racismo no futebol.

A ação ocorre após Alejandro Domínguez, mandatário da Conmebol, usar a expressão "Tarzan sem Chita" ao comentar a possibilidade de os clubes brasileiros boicotarem a Libertadores e se filiarem à Concacaf por causa dos frequentes casos de discriminação contra os times do País em competições sul-americanas, sugestão da executiva palmeirense.

"Não é possível que, mesmo após o caso de racismo do qual os atletas do Palmeiras foram vítimas no Paraguai, o presidente da Conmebol faça uma comparação abominável como a que ele fez. Parece até uma provocação ao Palmeiras e aos demais clubes brasileiros", disse Leila, em nota enviada ao Estadão.

"A declaração do presidente Alejandro demonstra, mais uma vez, a dificuldade da Conmebol em compreender o que é racismo. Se as pessoas que comandam o futebol sul-americano nem sequer sabem o que é racismo, como serão capazes de combatê-lo?", continuou

A fala acontece uma semana depois do caso de racismo contra Luighi, do Palmeiras, em partida da Libertadores sub-20. Alejandro Domínguez falou sobre o tema em discurso na Conmebol, durante evento que definiu os grupos da Libertadores e Copa Sul-Americana. O dirigente afirmou que a entidade não é indiferente ao tema e toma todas as medidas que estão ao seu alcance para inibir casos de discriminação.

O Estadão apurou que o dirigente preferiu discursar em português em vez de espanhol ao falar sobre o tema como uma maneira de se dirigir ao público do Brasil. Por questões de agenda, ele não se encontrou com membros da comissão palmeirense para tratar especificamente do assunto, assim como não se reuniu separadamente com qualquer membro de outro clube. Leila Pereira, em forma de protesto, não compareceu ao evento. O clube foi representado pelo vice Paulo Buosi.

Após a repercussão negativa, Alejandro Domínguez se manifestou publicamente pedindo desculpas e reforçando o compromisso da entidade na luta contra a discriminação. "Em relação a minhas recentes declarações, quero expressar minhas desculpas. A expressão que utilizei é uma frase popular e jamais tive a intenção de menosprezar nem desqualificar ninguém. A Conmebol Libertadores é impensável sem a participação de clubes dos dez países membros", disse Domínguez.

"Sempre promovi o respeito e a inclusão no futebol e na sociedade, valores fundamentais para a Conmebol. Reafirmo meu compromisso de seguir trabalhando por um futebol mais justo, unido e livre de descriminação", concluiu o dirigente.

*Com informações de Estadão Conteúdo

Assine o Correio do Estado

RACISMO

Presidente da Conmebol diz que Libertadores sem brasileiros é 'Tarzan sem Chita'

Na última semana, Leila Pereira, presidente do Palmeiras, sugeriu a saída dos clubes brasileiros da Conmebol para se juntarem à Concacaf, motivados pelos recentes casos de racismo que ficam impunes

18/03/2025 12h00

Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol

Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol Foto: Divulgação/Conmebol

Continue Lendo...

Uma fala de Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, gerou polêmica no Brasil nesta terça-feira. O dirigente afirmou que a ausência de brasileiros em na Libertadores é algo impossível, como "Tarzan sem Chita". A fala ocorreu após o sorteio dos grupos da competição continental, nesta segunda, na sede da entidade, em Luque, no Paraguai. O vídeo do momento viralizou nas redes sociais. A entidade deve se manifestar sobre o assunto ainda nesta terça.

"Em relação a minhas recentes declarações, quero expressar minhas desculpas. A expressão que utilizei é uma frase popular e jamais tive a intenção de menosprezar nem desqualificar ninguém. A Conmebol Libertadores é impensável sem a participação de clubes dos dez países membros", disse Domínguez.

"Sempre promovi o respeito e a inclusão no futebol e na sociedade, valores fundamentais para a Conmebol. Reafirmo meu compromisso de seguir trabalhando por um futebol mais justo, unido e livre de descriminação", concluiu o dirigente.

Domínguez usou a expressão ao questionado pelos repórteres na zona mista sobre a sugestão de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, de os clubes brasileiros se filiarem à Concacaf em resposta às ações da Conmebol contra o racismo. "Isso seria como Tarzan sem Chita. Impossível", disse Domínguez, em tom descontraído.

A fala acontece uma semana depois do caso de racismo contra Luighi, do Palmeiras, em partida da Libertadores sub-20. Alejandro Domínguez falou sobre o tema durante o evento desta segunda, afirmando que a Conmebol não é indiferente ao tema e toma todas as medidas que estão ao seu alcance para inibir casos de discriminação.

O Estadão apurou que o dirigente preferiu discursar em português em vez de espanhol ao falar sobre o tema como uma maneira de se dirigir ao público do Brasil. Por questões de agenda, ele não se encontrou com membros da comissão palmeirense para tratar especificamente do assunto, assim como não se reuniu separadamente com qualquer membro de outro clube.

Tarzan é um personagem fictício, criado por Edgar Rice Burroughs, em 1912. Ganhou popularidade na década de 1930, com a série televisiva, no qual contracenava com Chita, um chimpanzé macho, mas que interpretou uma fêmea na série.

Na última semana, o Palmeiras, clube de Luighi, iniciou o movimento dos clubes brasileiros contra o racismo, logo após o episódio envolvendo o jovem na disputa da Libertadores sub-20, em partida contra o Cerro Porteño. Além disso, o time alviverde entendeu que as punições aos paraguaios foram brandas.

O Cerro Porteño foi multado em US$ 50 mil (cerca de R$ 289 mil em conversão direta) e penalizado com portões fechados, medidas que, segundo o Palmeiras fazem a entidade ser "conivente" com as agressões. Além da nota contra a decisão da Conmebol, Leila Pereira se recusou a ir ao sorteio nesta segunda-feira. Paulo Buosi, vice-presidente, representou o clube no Paraguai.

O discurso de Domínguez se referiu à luta contra o racismo e ao caso de Luighi.

"Não posso seguir sem falar de racismo. Um problema muito grande que o futebol enfrenta. Gostaria eu também de abordar uma questão que nos desafia. O racismo é um flagelo que não tem origem no futebol, na sociedade. Mas afeta o futebol A Conmebol é sensível a essa realidade. Como pode não ser? À dor do Luighi", disse o mandatário antes do sorteio.

O discurso foi realizado em português. Esta foi uma forma que o presidente da Conmebol encontrou para se dirigir aos brasileiros, em especial após os movimentos contra a Conmebol e o racismo ao longo da última semana.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).