Por 40 dias, o São Paulo ficou órfão de Lucas. Foram dez jogos sem seu melhor jogador. A ausência foi péssima para o Tricolor, que perdeu o rumo no Campeonato Brasileiro. Na noite deste sábado, time e jogador mataram a saudade um do outro e o resultado foi ótimo. Diante de uma Ponte Preta apática, o camisa 7 comandou a vitória por 3 a 0, triunfo que interrompeu uma série de três derrotas e recolocou o time perto da zona de classificação à Libertadores de 2013.
O Tricolor foi a 28 pontos e assume provisoriamente a quinta colocação. Neste domingo, no entanto, poderá ser ultrapassado por Botafogo, que pega o Atlético-MG, em Minas, e Cruzeiro, que enfrenta o Coritiba, no Paraná.
Já a Macaca, que completou sua quarta partida sem vitória, vê a zona de rebaixamento mais perto. O time estacionou nos 20 pontos e tem apenas quatro a mais que o Bahia, primeiro do grupo dos quatro piores. Neste domingo, a equipe campineira ainda poderá perder uma posição para o Santos, que enfrenta o Corinthians, na Vila Belmiro.
No próximo domingo, o São Paulo enfrenta o Corinthians, às 16h, no Pacaembu. A Ponte buscará a reabilitação contra a Portuguesa, sábado, às 21h, no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas.
Lucas comanda vitória na etapa inicial
Com o zagueiro Rhodolfo suspenso, Ney Franco optou pela entrada de Edson Silva e surpreendeu ao cortar do banco João Filipe, que até então vinha sendo titular na zaga tricolor. Paulo Miranda, que andava esquecido após a saída de Emerson Leão, voltou a ganhar uma chance. No meio, outra cara nova: Paulo Assunção, recém-contratado. Na Ponte Preta, Gílson Kleina ganhou os importantes retornos do meia Ricardinho e do atacante Rildo, que formou dupla com Roger, que tem sete gols no Brasileirão. No setor de criação, Luan ganhou a disputa com Nikão e o time entrou em campo procurando valorizar ao máximo a posse de bola para fazer o tempo passar e tentar surpreender o Tricolor em algum contra-ataque.
Quando a bola rolou, o São Paulo iniciou no 3-5-2, com Paulo Assunção atuando como ala pela direita. Mas, como ocorreu nos últimos jogos, faltava inspiração na criação. Coube a Lucas resolver tudo. O atacante voltou endiabrado da Seleção e se mostrou inteiramente focado no Tricolor, apesar de já está vendido ao PSG, da França - ele só se apresenta depois do Brasileirão. A joia são-paulina partiu para cima, buscando resolver tudo em jogadas individuais.
Aos 15, o esquema foi mudado para o 4-4-2. Paulo Miranda passou a fazer a saída pela direita e Paulo Assunção foi atuar em sua posição de origem na marcação. Mas o São Paulo seguia dependendo das investidas de Lucas.
Em uma delas, aos 21, o camisa 7 foi atropelado por Somália no meio-campo. Na cobrança de Jadson, o atacante Roger colocou a mão na bola dentro da área e cometeu pênalti. Avisado pelo auxiliar que fica atrás do gol, o árbitro Rodrigo Guarizo do Amaral assinalou a infração, que foi bem cobrada por Rogério Ceni, no canto esquerdo de Edson Bastos: 1 a 0 São Paulo.
A Ponte Preta respondeu logo em seguida em cobrança de falta de Ricardinho, que quase encobriu Rogério Ceni. Precavido, o camisa 1 espalmou por cima do travessão. Logo depois, aos 25, o Tricolor encontrou o segundo gol. E foi um golaço. Lucas avançou pelo meio, tabelou com Ademilson, recebeu de volta e, de pé direito, mandou no canto direito de Edson Bastos: 2 a 0 e festa para o craque, que, desde o início do jogo, era ovacionado pelo torcedor.
Após esse lance, a Ponte apagou, abrindo ainda mais espaços para o São Paulo, que ainda perdeu a chance de ir para o intervalo com três gols de vantagem, quando Jadson desperdiçou boa oportunidade.
São Paulo controla jogo no segundo tempo
Irritado com a fraca apresentação, Gílson Kleina fez duas alterações na Ponte. Somália deixou o campo para a entrada de Lucas. No setor de criação, Bruno Sabino entrou na vaga de Luan. O time campineiro até conseguiu sair para o jogo para tentar, ao menos, diminuir a desvantagem. O São Paulo reduziu a velocidade e passou a esperar o rival para matar o jogo no contra-ataque.
Preocupado com o fato de Lucas ter tomado um cartão amarelo no primeiro tempo, Ney Franco aproveitou que o jogo estava controlado e tirou o atacante aos 15 minutos. Osvaldo entrou no seu lugar.
O jogo caiu muito no segundo tempo. O São Paulo, satisfeito com o placar, tocava a bola e esperava o tempo passar. A Ponte não tinha qualidade para levar perigo ao gol defendido por Rogério Ceni. A partida se arrastou até os 32, quando o Tricolor criou dois ataques em sequência. No primeiro, Maicon recebeu de Ademilson e chutou em cima da zaga. No segundo, o gol de Osvaldo só não ocorreu porque Edson Bastos defendeu com o pé esquerdo. A Macaca só foi chegar aos 31, quando Roger apareceu na frente de Ceni, mas errou o alvo, chutando à esquerda do goleiro.
E o grande lance da partida estava guardado para o fim. Aos 42 minutos, Osvaldo, em linda jogada individual, deixou três marcadores para trás e soltou a bomba, da entrada da área. A bola entrou no ângulo direito de Edson Bastos. Foi o golpe de misericórdia do Tricolor sobre a Ponte.