As próximas duas semanas para a direção do Corinthians serão de foco na manutenção do elenco na reta final da janela de transferência para o exterior. Mas, a partir do começo de setembro, o presidente Roberto de Andrade e a cúpula do futebol já estabeleceram a prioridade de iniciar o planejamento para 2018, o que envolve diversas situações importantes.
A principal delas, e que deve nortear todas as demais, é a renovação de contrato de Fábio Carille. Representante do treinador, o empresário Paulo Pitombeira ainda não foi procurado para conversas, mas Carille está ciente da intenção mais do que natural em estender seu vínculo para 2018. O detalhe importante dentro desse contexto é político.
Como o Corinthians tem eleições em fevereiro do próximo ano, o atual mandatário e o diretor de futebol Flávio Adauto devem se reunir com todos os pré-candidatos para estabelecer um consenso pela renovação de Carille. Até o momento, em conversas informais, nenhuma posição diferente à manutenção foi notada. A lista ainda prévia de possíveis sucessores tem Andrés Sanchez, Paulo Garcia, Romeu Tuma Júnior, Roque Citadini e Osmar Stábile.
Do outro lado, também não há qualquer motivo diferente para não pensar na sequência de Carille no cargo. Identificado com o clube, Fábio rejeita a possibilidade de deixar o Corinthians e espera engatar um trabalho tão ou mais longevo quanto o de Tite (fim de 2010, 2011, 2012, 2013, 2015 e metade de 2016). Dentro desse contexto, é fundamental a vaga bem encaminhada para a fase de grupos da Copa Libertadores do ano que vem, o que só não ocorreria por uma tragédia no returno.
Além do treinador, renovações de contrato também devem ser costuradas com alguns jogadores do elenco, em especial os que tiveram propostas negadas, como Balbuena.
VENDAS
Se conseguir cumprir a meta de seguir com todos os titulares até dezembro, o Corinthians sabe que dificilmente poderá ter a mesma aspiração ao fim desse ano. Três jogadores em especial despertam a preocupação dos dirigentes nesse sentido: Balbuena e, principalmente, Guilherme Arana e Rodriguinho, todos com ofertas rejeitadas dentro da janela. A situação complicada de Pablo é outro ponto de preocupação.
Entre os dirigentes e comissão técnica, a ideia é se precaver contra o que ocorreu logo depois do título brasileiro de 2015, com as saídas de seis titulares transferidos de forma surpreendente. Uma reunião recente no Corinthians tratou de estabelecer alguns parâmetros para que os analistas de desempenho, auxiliares e diretoria já definam alvos para dar início a tratativas para reforços do próximo ano. Em 2016, o clube saiu às pressas para comprar e gastou mais do que podia.
Nesse sentido, o presidente Roberto de Andrade e o diretor de futebol Flávio Adauto têm uma ideia de planejamento distinta da executada por Mário Gobbi em estágio similar de seu mandato, em 2014. Gobbi, à época, deixou o eventual sucessor Roberto a cargo do planejamento para o ano seguinte. Hoje, o pensamento é de que a atual cúpula é que precisa antecipar os planos para a temporada que vem.
Ainda que com a probabilidade real de ser campeão brasileiro e de volta à Copa Libertadores, a realização de grandes investimentos em reforços de peso é algo praticamente descartado. O Corinthians deve manter o perfil de mercado desse ano, em que atacou de forma cirúrgica as demandas de Carille com as aquisições de Pablo, Gabriel, Jadson e Jô por preços acessíveis.
EMPRÉSTIMOS
Os meses finais de 2017 também irão servir para encaminhar decisões sobre o elenco. Salvo grande reviravolta, o atacante Clayton, emprestado pelo Atlético-MG, é o nome com maior probabilidade de sair. Ele tem contrato até dezembro e não agradou. Também estão em fim de vínculo e exigem uma decisão: o volante Paulo Roberto e o meia Danilo. O orçamento, vale lembrar, ganha alívio pelo fim do acordo com Cristian, afastado e com um dos maiores ordenados do grupo.
Alguns jogadores com contratos mais longos, mas que ainda não renderam o esperado, também terão situações avaliadas para negociações ou empréstimos. Nesse rol se enquadram o lateral Moisés, ainda com boa chance de ficar, o volante Fellipe Bastos e o atacante Kazim, com razoáveis chances de permanência, e o zagueiro Vílson e o meia Giovanni Augusto -estes precisam convencer que merecem ficar.
Da extensa lista de jogadores emprestados (17 atualmente), dois têm mais chances de retornar. O atacante Lucca, goleador da Ponte Preta, caso não alcance acordo para transferência, está nos planos de Carille. O arqueiro Douglas, destaque do Avaí, é nome que convence a comissão técnica e direção, propensa a aceitar vender o reserva Walter ao fim da temporada. Jean (Vasco), Guilherme Romão (Oeste) e Luidy (Figueirense) também ganham elogios, mas ainda estão em avaliação.