A partir do próximo ano, a natação brasileira vai alterar o processo de seleção para os principais eventos deste ciclo olímpico que acaba em 2020.
Ao contrário do que ocorria, a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) passará a implementar seletiva única para formar equipes para o Pampacífico de Tóquio, em agosto de 2018, o Mundial de Gwangju, na Coreia do Sul, em 2019, e a Olimpíada de Tóquio, em 2020.
A decisão foi tomada em conjunto pela direção e pelo conselho de alto rendimento da entidade, composto por técnicos dos principais clubes de natação do país.
Para os três eventos, o Troféu Maria Lenk servirá como única via para classificação.
Segundo o diretor de natação da CBDA, Renato Cordani, as vagas serão dos dois melhores na final de cada prova, independentemente do tempo das eliminatórias.
O dirigente também disse que é do interesse da confederação realizar todas as edições da competição no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio. Nos próximos meses, ela pretende selar acordo com o Comitê Olímpico do Brasil, que gerencia a instalação.
Com a modificação, a natação brasileira segue modelo de países como os Estados Unidos, Austrália e Grã-Bretanha, que têm seletivas únicas para os grandes torneios.
"A intenção é que o formato de seletiva única estimule os atletas", afirmou Cordani, que faz parte da nova gestão da CBDA, eleita em junho.
Até esta temporada, a convocação de nadadores para a seleção nacional se baseava no resultado consolidado em ao menos duas seletivas, e o critério principal para definição das vagas era o tempo.
Exemplo: os torneios que estabeleceram o time para os Jogos Olímpicos do Rio foram o Torneio Open, em dezembro de 2015, e o Troféu Maria Lenk, em abril de 2016.
Os dois melhores tempos de cada prova individual obtidos no agregado das duas competições se classificaram para a Olimpíada.
O mesmo expediente foi adotado para os Mundiais de Budapeste-2017, Kazan-2015, Barcelona-2013 e os Jogos de Londres-2012 e Pequim-2008.
REMANEJAMENTO
Como não serão mais seletivas para os principais campeonatos internacionais, o Troféu José Finkel -cuja edição de 2017 começa nesta terça-feira (8), em Santos-, e o Torneio Open serão repaginados pela confederação.
Esta será a última vez que o José Finkel ocorrerá em piscina longa (50 m). Cordani afirmou que, a partir de 2018, ele será disputado apenas em piscina curta (25 m).
No ano que vem, ele servirá para definir o time para o Mundial em piscina curta de Hangzhou, na China -evento considerado menos relevante no planejamento.
Para o Open, que fecha o calendário da natação nacional, a proposta é torná-lo uma espécie de festival, com premiação por vitória. O problema é viabilizar dinheiro.
"Precisamos ir atrás de parceiros na iniciativa privada para consolidar o que pensamos", afirmou Cordani.