Era dia de ver Loco Abreu. Após pouco mais de um mês, o atacante voltou ao time do Botafogo, agora numa condição diferente da qual deixou a equipe quando saiu para defender a seleção do Uruguai. O atacante perdeu a faixa de capitão para Renato, o posto de cobrador oficial de pênaltis para Andrezinho e a vaga de titular absoluto.
Num domingo em que o camisa 13 esteve apagado e foi substituído aos 14 minutos do segundo tempo, quem brilhou foi o conjunto da Ponte Preta. A equipe de Campinas foi eficiente ao aproveitar os contra-ataques e saiu do Engenhão com a vitória por 2 a 1, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro, diante de 6.731 torcedores (4.465 pagantes).
Com o resultado, o Botafogo caiu três posições na tabela e está sétimo lugar, com nove pontos, chegando à terceira derrota (segunda em casa) em seis partidas.
A Ponte Preta, que foi derrotada apenas na estreia (1 a 0 para o Atlético-MG), ganhou três posições e passou a ser a décima colocada. Por causa do adiamento do jogo contra o Corinthians - que fez o pedido à CBF por causa da final da Libertadores -, o Botafogo volta a campo daqui a quase duas semanas para enfrentar o Bahia no Engenhão, no dia 7 de julho, em jogo válido pela oitava rodada. A Ponte Preta vai novamente jogar no Rio de Janeiro, desta vez em São Januário, contra o Vasco, no próximo sábado.
Com uma forte marcação em seu campo de ataque, o Botafogo mostrou que estava em busca de alcançar uma vantagem logo no início. A pressão começou com um chute de Andrezinho que exigiu boa defesa de Edson Bastos. Mas foi a Ponte Preta que abriu o placar, se aproveitando dos espaços deixados pelo time da casa.
Aos 15 minutos, Márcio Azevedo perdeu a bola e proporcionou o contra-ataque para o dversário. Roger tocou para Lucas, que deixou Nikão frente a frente com Jefferson. Ele driblou o goleiro do Botafogo e tocou para fazer 1 a 0. Foi o primeiro gol do meia pela Ponte Preta em sua estreia como titular.
A torcida do Botafogo logo perdeu a paciência e tornou ainda mais tenso o ambiente já complicado após a desvantagem no placar. No campo, os jogadores trocavam passes e não conseguiam achar Loco Abreu, perdido entre os marcadores adversários. O Alvinegro não criava boas chances, e a Ponte Preta apostava nos contra-ataques para ampliar a vantagem.
Mas pouco antes do fim do primeiro tempo, o Botafogo finalmente conseguiu empatar. Márcio Azevedo recebeu belo passe de Andrezinho dentro da área, foi derrubado por Tiago Alves por trás e o árbitro marcou pênalti. Agora cobrador oficial, Andrezinho, que substituiu Loco Abreu na função, bateu no canto esquerdo de Edson Bastos e fez 1 a 1 aos 43 minutos.
O segundo tempo começou como o primeiro: o Botafogo exercendo grande pressão, mas sem marcar, enquanto a Ponte Preta esperava para sair nos contra-ataques. E assim como na etapa inicial, a Macaca voltou a ficar na frente logo no início, num lance de extrema felicidade. Após bela troca de passes desde o meio do campo, Ricardinho recebeu na entrada da grande área e chutou cruzado para fazer 2 a 1 aos oito minutos.
Entre vaias e aplausos da torcida e exaltado pelo técnico Oswaldo de Oliveira, Loco Abreu deixou o campo aos 14 minutos, substituído por Elkeson. Mas o panorama do Botafogo era de abatimento. A equipe não conseguia se articular ofensivamente e aceitava o jogo da Ponte Preta, que ganhava tempo a cada reposição de bola e também usava os toques para deixar o cronômetro passar.
Na base do sufoco, o Botafogo foi para cima da Ponte Preta. Mas se lançou ao ataque de qualquer maneira, e a falta de organização impediu que criasse chances claras de gol. A Macaca, por sua vez, se fechou mostrou muita aplicação na marcação e deixou o campo com a vitória. O Alvinegro foi para o vestiário sob muitas vaias e com o técnico Oswaldo de Oliveira discutindo com alguns torcedores.