Esportes

FUTEBOL 2019

Proposta de transformar clubes do futebol brasileiro em empresas perde força

Proposta de transformar clubes do futebol brasileiro em empresas perde força

ESTADÃO CONTEÚDO

09/10/2019 - 23h00
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Depois de ser recebida com entusiasmo por dirigentes dos principais clubes do País, a proposta de transformar clubes em empresas, aos poucos, vai perdendo interesse - ao menos publicamente. Quem acompanha as discussões diz que os detalhes do anteprojeto de lei que está sob relatoria do deputado Pedro Paulo (DEM-RJ) traz muita "insegurança jurídica" em questões envolvendo contrato de atletas e eventuais pedidos de recuperação judicial. Os dirigentes também estão temerosos quanto aos custos que demandaria o novo modelo de tributação.

Acostumados a decidir os rumos do futebol brasileiro, os cartolas ainda deixam transparecer inconformismo com o fato de a proposta ter partido da Câmara dos Deputados, e não dos clubes. Formada por agremiações das quatro séries do Brasileiro, a Comissão Nacional de Clubes da CBF se reuniu duas vezes na sede da entidade para discutir o assunto. Na primeira, os dirigentes saíram empolgados. Na segunda, emitiram um comunicado conjunto manifestando preocupação com diversos pontos do projeto e pedindo mais tempo para discussão. A intenção no Congresso, contudo, é de colocar o Projeto de Lei (PL) em votação ainda este semestre.

Em agosto, o Estado procurou os 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro e 15 afirmaram à época apoiar o projeto de transformação das agremiações em empresas. Desde então, o cenário mudou e o Corinthians, por exemplo, já se manifestou contrário. O presidente Andrés Sanchez chegou a afirmar que havia risco de os clubes terem o mesmo destino do Figueirense - o clube catarinense adotou o modelo empresarial, se afundou em dívidas, deu W.O. na Série B e está tentando se reerguer sem a gestora.

Oficialmente, a CBF diz que apenas acompanha as discussões, já que a comissão de clubes é "o foro próprio, soberano e independente" para debater essas questões, segundo palavras do secretário-geral da confederação, Walter Feldman. Ele nega, contudo, que os clubes estejam desistindo da proposta. "Não há um sentimento de estar fora. Eu diria que (o que eles querem é) aprofundar questões, preocupações relativas a questões trabalhistas, fiscais, tributária, recuperação judicial, a situação que ficaria em relação àqueles que não migrassem", avalia Feldman. "Não tem um clima negativo."

O secretário-geral da CBF assegura ainda que a entidade "não está diretamente envolvida" nas discussões, apesar de os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, David Alcolumbre, ambos do DEM, já terem ido à sede da CBF para debater o assunto.

DÚVIDAS - O advogado Mattheus Montenegro, sócio do escritório Bichara Advogados, tem acompanhado as discussões de perto. Ele avalia que a proposta de transformar clubes em empresas foi perdendo o entusiasmo a partir do momento em que os dirigentes tomaram conhecimento do projeto em detalhes - e não apenas pela ótica do potencial de investimento.

Ele cita o temor dos clubes no que diz respeito a questões trabalhistas. Pela proposta original, atletas com vencimentos acima de R$ 11,6 mil poderiam fazer contratos de trabalho específicos, que seriam discutidos na esfera cível, e não na trabalhista. "O problema aqui, como se diz na linguagem popular, é combinar com os russos. No caso, os juízes trabalhistas. Não adianta você fazer um acordo com um jogador e ficar todo mundo feliz, mas, na hora da rescisão, por algum motivo o jogador entrar na justiça do Trabalho e o juiz reconhecer que havia de fato um vínculo empregatício. Isso aumentaria o passivo trabalhista", exemplifica.

Questões tributárias também geram incertezas. "A ideia que se tem hoje é de que os clubes pagariam 5% sobre a receita, incluindo Imposto de Renda, CSLL, PIS e Cofins", comenta Montenegro. "Além disso, haveria mais 5% da contribuição previdenciária. Mas aqui seriam tributadas todas as receitas, incluindo a venda de direitos econômicos de jogadores", alerta. Nesse caso, mesmo que um jogador tenha perdido valor de mercado, o clube teria ainda que descontar 5% em cima de uma eventual venda - aumentando ainda mais o prejuízo na transação.

LEGITIMIDADE - Na semana passada, após a segunda rodada de reuniões da sede da CBF, dirigentes que formam a Comissão Nacional de Clubes da entidade divulgaram uma carta em que avaliam que, "por ora, a iniciativa não está madura a ponto de ser colocada em votação imediata".

Na ocasião, o presidente do Vasco, Alexandre Campello, afirmou que as agremiações não estão inclinadas a aderir ao projeto. O dirigente foi além e chegou a questionar a "legitimidade" do projeto. "Essa não é uma demanda que surgiu do futebol, não começou uma discussão através dos clubes. Essa discussão foi trazida de fora para dentro, então acho que falta até legitimidade para isso", declarou.

Relator do anteprojeto, Pedro Paulo rebateu a declaração. "Legitimidade quem tem é o Parlamento. O Vasco tem legitimidade para escolher seu presidente, (mas) para propor legislação quem tem legitimidade é quem tem voto", disse ao Estado. "A gente pode ouvir, pegar sugestão, mas na hora de decidir quem decide é a política, não um ou outro cartola."

O parlamentar lembrou que a nova lei que está sendo proposta não afeta exclusivamente os clubes. "Tem de escutar atletas, sindicatos, federações, CBF, o torcedor, especialistas no tema na área jurídica e econômica", sustentou. "Nunca achei que esse projeto seria pra todo mundo vir (e aceitar)."

Pedro Paulo também disse estranhar comentários que questionam a celeridade para pôr em prática a proposta. "Eu nunca ouvi alguém falar isso pra político. O que eu mais vejo é gente falar que político é lento, que o Estado não ajuda, que a burocracia atrapalha."

 

Esportes

João Fonseca avança à 3ª rodada em Miami após bater tenista francês

Brasileiro chega pela primeira vez a esta etapa em um Masters 1000

23/03/2025 23h00

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Com uma carreira profissional que ainda está nos primeiros passos, o tenista brasileiro João Fonseca segue alcançando novos patamares. Neste sábado (22), no Miami Open, Fonseca derrotou o francês Ugo Humbert por 2 a 0 (6-4, 6-3) e, pela primeira vez, avançou à terceira rodada em um torneio de nível Masters 1000, o mais alto depois dos Grand Slams. 

Em 1h11 de partida, dominou um adversário que ocupa a 20ª posição no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) e era um dos cabeças-de-chave da competição, tanto que estreou diretamente contra o brasileiro, na segunda rodada.

Na próxima fase, Fonseca encara outro cabeça-de-chave do Miami Open: o australiano Alex de Minaur, número 11 do mundo, que derrotou o chinês Bu Yunchaokete por 2 a 0 (duplo 6-4). O duelo está previsto para segunda-feira (24).

Nas duplas, o sábado teve algumas eliminações para o Brasil. Entre os homens, a parceria formada por Rafael Matos e Marcelo Melo foi derrotada logo na estreia pela dupla formada pelo croata Mate Pavic e pelo salvadorenho Marcelo Arevalo, por 2 a 0 (6-4, 6-2).

Entre as mulheres, Ingrid Gamarra Martins, que atuou junto à americana Quinn Gleason, foi batida pela parceria formada pela japonesa Miyu Kato e pela espanhola Cristina Bucsa por 2 a 0 (parciais de 6-3 e 6-4).

Quem ainda vai entrar em quadra é Luisa Stefani, que faz dupla com a húngara Tímea Babos. As duas encaram a chinesa Zhang Shuai e a belga Elise Mertens neste domingo (23).

Esportes

Rayssa Leal domina mesmo com dores e inicia temporada com título no STU de Porto Alegre

Ao lado de outras quatro brasileiras na decisão, a jovem de 17 anos mostrou confiança desde a primeira descida e se sagrou campeã no Rio Grande do Sul

23/03/2025 20h00

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Mesmo sem competir há três meses e com uma lesão no joelho, Rayssa Leal dominou, neste domingo, a final do street feminino no STU de Porto Alegre, o Circuito Internacional de Skate, e conquistou a etapa do Pro Tour em sua estreia na temporada. Ao lado de outras quatro brasileiras na decisão, a jovem de 17 anos mostrou confiança desde a primeira descida e se sagrou campeã no Rio Grande do Sul.

"Eu estava com um pouco de dor. Não vou mentir", revelou Rayssa Leal, logo após a conquista. Além dela, Maria Lucia, gaúcha, fechou o pódio na terceira posição, que ainda contou com a espanhola Daniela Terol no segundo lugar.

No street feminino do STU, a nota final consiste na somatória da volta (45 segundos) com a best trick, em que as skatistas têm 15 segundos para fazer uma manobra final. Cada uma das finalistas teve direito a três voltas para definir o título na etapa que abriu o circuito de skate nesta temporada. Apenas a maior nota, dentre as três descidas, é contabilizada.

Rayssa Leal foi a última a descer na primeira bateria e dominou as finalistas. Mesmo sentindo a perna direita após as manobras, a maranhense foi a primeira a superar a marca de 70 como nota na decisão, registrando um 75,79 para iniciar os trabalhos em Porto Alegre.

Além dela, outras três brasileiras dividam a atenção dos torcedores no Guaíba, em Porto Alegre. Depois de Rayssa, Maria Lucia, de 15 anos é quem mais conquistou a torcida - também pelo fato de ser natural de Canoas, no Rio Grande do Sul. Depois de nota baixa na primeira descida, assumiu a terceira posição na segunda bateria, ficando atrás apenas de Rayssa e da espanhola Daniela Terol, uma das estrangeiras na decisão.

Terol mostrou confiança na segunda descida, mas errou a manobra final para elevar sua nota e se manteve abaixo do 64,37, objetivo em sua primeira volta. Rayssa, por sua vez, aproveitou o deslize da concorrente ao título e melhorou seu desempenho: 81,57 na volta, e novamente mostrando dores no joelho. Nas fases classificatórias, a brasileira caiu tanto na sexta-feira, quanto no sábado, e foi com dores para a decisão.

Na última volta, cada competidora teve a possibilidade de realizar dois best tricks. Em caso de erro na primeira descida, ganhariam uma segunda chance e mais 15 segundos para aumentar a nota. Foi o caso da Gabriela Mazetto, mas a brasileira errou as duas manobras e ficou fora do pódio.

Os erros de Dani Terol já garantiriam o título a Rayssa Leal antes da última descida. Mesmo assim, ainda foi para a última descida pelo 'entretenimento' e pelas best tricks, mas não conseguiu executar uma última manobra pela nota. Independentemente, a maranhense empolgou o público em Porto Alegre em uma terceira manobra não oficial; nesta, acertou, para comemorar o título na estreia da temporada.

"É massa demais. A gente estar tentando manobras por vários dias Quando acerta, todo mundo comemora junto. É da cultura do skate", afirmou Rayssa, à CazéTV, após o título. A capital gaúcha ainda recebe neste domingo as finais do park e do street masculino, no mesmo Skate Park da Orla do Guaíba.

A partir deste ano, o STU de Porto Alegre se expandiu para a categoria Pro Tour, em que recebe competidores de todo o mundo. Além dos brasileiros, que dominam as finais neste ano, 35 estrangeiros, de 18 nacionalidades do evento, competiram ao longo dos últimos dias.

Após ausência em 2024, em função dos Jogos Olímpicos de Paris, os principais nomes do skate retornaram à etapa do Circuito Mundial. É o caso da própria Rayssa, atual campeã mundial e que optou por não disputar a competição no último ano

CONFIRA AS NOTAS DA FINAL DO STREET FEMININO NO STU DE PORTO ALEGRE:

Rayssa Leal - 81,57

Daniela Terol - 64,37

Maria Lucia - 51,24

Aoi Uemura - 43,92

Gabriela Mazetto - 38,46

Kemily Suiara - 24,42

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