bruno grubertt
Momentos antes do jogo da seleção do Brasil contra a da Costa do Marfim, a Capital ficou deserta. Nos bairros, era hora de fechar as portas dos estabelecimentos comerciais e ajeitar a televisão no melhor ângulo para acompanhar o jogo. Em frente às suas casas, muitos preparavam o tradicional churrasquinho de domingo para comemorar a esperada vitória brasileira. “Juntei amigos e família para comemorar e fazer uma festa”, disse o comerciante Solimar Raimundo Branco, que festejou a vitória brasileira em frente a sua casa, que fica na região das Moreninhas. Com bandeiras, cornetas e vestindo camisetas com as cores verde e amarela, Solimar e os convidados vibraram com a entrada da seleção em campo.
Festa grande mesmo aconteceu na Cidade da Copa, estrutura montada pela prefeitura em parceria com a iniciativa privada para receber os torcedores durante jogos do Brasil. Desta vez, foram dois telões e duas tendas com oito mil cadeiras para abrigar os torcedores, além dos televisores de LCD espalhados pela estrutura. Espremidos para conseguir acompanhar o jogo, cerca de 16 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar (PM), comemoram o primeiro gol brasileiro com muito barulho. “A gente vem pra cá porque é animado, em casa é muito parado. Aqui a festa é melhor”, disse o estudante João Ricardo Lira, de 19 anos.
O “barulho” feito pelos torcedores é o mesmo motivo pelo qual a fotógrafa Karol Fernandes, 24, foi com mais quatro amigas para os altos da Avenida Afonso Pena. “Em casa é muito parado”, disse durante o intervalo do jogo.
Apesar da festa, a apreensão ainda era grande e estava estampada no rosto da maioria dos torcedores. A dúvida da vitória só foi totalmente dizimada depois do terceiro gol, momento em que a torcida começou a fazer o primeiro grito de guerra da tarde.
Nem as duas quedas de energia, que calaram o sistema de som por alguns instantes, desanimaram os torcedores. Silêncio momentâneo apenas aos 32 minutos do segundo tempo, quando a Costa do Marfim fez o único gol contra a seleção brasileira. Foi só uma corneta (ou, se preferir, vuvuzela) tocar, para que o silêncio terminasse e a festa voltasse a acontecer.