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"Os beneficiados somos nós": como o voluntariado mudou a vida da dentista Jhenyffer Andrade

Dentista aprendeu a importância de ajudar o próximo desde os 10 anos de idade

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Amar ao próximo e ajudá-lo vai muito além da teoria e redes sociais e requer esforço que só quem está disposto a pagar o preço sabe, a realidade que é ajudar pessoas desconhecidas. O voluntariado mudou a vida da odontóloga Jhenyffer Andrade, de 24 anos, que desde os 10 aprendeu sobre o ajudar ao próximo na cidade do interior onde morava. 

Mas ninguém chega a nenhum lugar sozinho. São nas tardes de sábado em Campo Grande que ela com a ajuda dos amigos do grupo Núcleo S da Igreja Morada vão ao bairro Bom Retiro ajudar os moradores e brincadeiras com as crianças. Além disso, a equipe leva uma palavra de Deus as crianças e também distribuem lanches para os moradores. 

Formada em odontologia, Jhenyffer encontrou na profissão a oportunidade de ajudar ainda mais pessoas carentes não só em Mato Grosso do Sul, mas em outros lugares do Brasil. “Fui para o sertão do Piauí para ajudar em duas cidades no projeto Impacto Sertão Livre. Lá realizamos procedimentos de baixa e média complexidade e o maior desafio é sem dúvida estrutural, a odontologia exige alguns materiais básicos de trabalho, então se na cidade havia Unidades Básicas de saúde nós as utilizávamos, mas em interiores, lugares mais afastados como assentamentos usávamos uma van odontológica cedida pelo Instituto Água Viva”, contou. 

Mesmo com a precariedade em equipamentos, ela e a equipe driblaram a dificuldade e deixaram naquelas cidades além de tratamento em várias áreas, amor e esperança aos moradores do sertão. “Eu acredito que quando você sai da sua casa, da sua zona de conforto, é com o sentimento de fazer algo próximo, de ajudar de alguma forma nas necessidades de outras pessoas, mas, na verdade o processo é contrário, acabamos aprendendo muito mais do que podemos ensinar, é uma troca de conhecimento, de experiências, de cuidado, de carinho e amor”, disse. 

Para a odontóloga não é só fazer, mas ser parte de algo. “Todas as experiências que já tive dentro desse contexto de voluntariado, me acrescentaram de alguma forma, no meu caráter, no meu estilo de vida, nas minhas decisões. Dentro da minha realidade como Cristã, é se sentir igreja, dentro da sua totalidade, deixar às quatro paredes para fazer algo que acrescente e transforme a realidade de outros irmãos, independente de qualquer coisa, é fazer, ser pertencente de um Reino onde não existe barreiras”, disse. 

O voluntariado direto, mas discreto mudou a vida de Jhenyffer que mais do que ajudar incentiva outras pessoas a fazer o mesmo. “Penso que toda pessoa que sente vontade precisa se permitir viver uma experiência de voluntariado, não existe recompensa maior que enxergar nos olhos, no sorriso, em um abraço o quanto uma atitude, muitas vezes simples da sua parte pode transformar a realidade de alguém. E não necessariamente você precisa fazer uma viagem missionária para outro estado ou país, na sua própria cidade ou até mesmo no seu bairro, alguém precisa de sua ajuda”, finalizou.