Próximo de completar 100 anos de operações, o tradicional Grupo Breithaupt, de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, surpreendeu seus clientes ao anunciar o encerramento definitivo de suas atividades. Considerado um dos maiores nomes do varejo no estado, consolidou-se com empreendimentos em supermercados, materiais de construção, ferramentas, shopping center e auto centers.
Fundado em 1926 por Walter Breithaupt, o conglomerado não demorou para mostrar sua importância no dia a dia da população catarinense. Servindo uma gama de ofertas aos clientes, o Grupo Breithaupt assumiu o prestígio no comércio, mas sucumbiu por falta de organização financeira. Em comunicado, a empresa citou os desafios encontrados para equilibrar a economia perante a demanda.

“Essa decisão foi tomada com profundo senso de responsabilidade e transparência, honrando a história e as pessoas que fizeram parte dessa jornada. Agradecemos imensamente a todos os clientes, colaboradores, fornecedores e parceiros que estiveram conosco ao longo de todos esses anos. O legado construído permanece vivo na lembrança e na contribuição que o Grupo Breithaupt deixa para o setor e para a região”, declarou a direção.
Do auge ao declínio da gigante do varejo
O auge da companhia ocorreu entre as décadas de 1990 e 2000. No período em questão, o Shopping Breithaupt foi inaugurado no centro de Jaraguá do Sul, tornando-se símbolo do comércio moderno na cidade. Apesar do prestígio momentâneo, o empreendimento foi vendido em 2015 ao Grupo Tenco, de Minas Gerais, e posteriormente repassado ao Grupo Partage em 2022.
Nesse ínterim, a empresa deparou-se com problemas mais sérios, como dívidas sem precedentes. Diante do momento conflituoso, decidiu começar a se desfazer de algumas operações para tentar equilibrar o caixa. Em 2013, abriu mão da rede de supermercados junto à Cooperativa de Produção e Abastecimento do Vale do Itajaí (Cooper), concentrando esforços no setor de materiais de construção.
A bola de neve perdeu o controle a partir de 2020, quando o grupo entrou em recuperação judicial, declarando uma dívida de cerca de R$ 30 milhões junto a fornecedores. O problema é que a pandemia de Covid-19 serviu para colocar gasolina no fogo, afetando diretamente o varejo físico. Por fim, não encontrou outras soluções, até encerrar suas operações.





