Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), Tuvalu deve se tornar o primeiro país do mundo a deixar de ser habitável nos próximos anos. Como consequência das mudanças climáticas, a terra situada na Oceania assinou acordo com a Austrália para que os cidadãos do pequeno arquipélago ganhem vistos permanentes para a nação vizinha.
Formado por um conjunto de nove ilhas, Tuvalu contém pouco mais de 9 mil habitantes, fator que facilitou a comunicação com os governantes da Austrália. Embora não exista uma data exata para a extinção da nação, todos os moradores já estão cientes do que pode vir a acontecer. De forma resumida, por se tratar de um arquipélago cujo pico máximo atinge 5 metros de altura, não resistirá à elevação do nível do mar.

Como forma de auxiliar a nação vizinha, os premiês dos países definiram que a migração será autorizada, desde que respeitem o número de 280 imigrantes por ano. O Tratado da União Falepili estabelece ainda investimentos para expandir o território da capital em 6% e prevê que a Austrália dará segurança militar ao arquipélago em caso de conflitos regionais.
“A Austrália reconhece os desafios únicos que Tuvalu enfrenta, e é por isso que lidar com a mudança climática é fundamental para a União Falepili. […] Somos mais fortes juntos e, nestes tempos desafiadores, podemos contar uns com os outros para garantir que nossa região permaneça segura e protegida”, explicou o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese.
O que o acordo entre Austrália e Tuvalu diz?
As duas nações assinaram o tratado em 2023, comprometendo-se a trabalhar juntas em meio à ameaça existencial representada pelas mudanças climáticas. Neste ano, foi instaurado o programa “vistos climáticos”, concedendo o documento a centenas de tuvaluanos todos os anos. Sobretudo, o visto garante o direito a viver, estudar e trabalhar em território australiano de forma permanente.
Além disso, assegura que os novos cidadãos tenham acesso à educação, saúde, renda básica e apoio familiar. Assim, a expectativa é que o programa de vistos climáticos, em conjunto com outras iniciativas, permita, anualmente, a migração de 4% dos tuvaluanos. Posto isso, a previsão é que 40% da população já tenha deixado a ilha dentro de uma década.





