Embora não seja presente em todo o território brasileiro, a guavira tornou-se essencial no dia a dia do cerrado sul-mato-grossense. Também conhecida como gabiroba, a fruta se destaca pelo sabor doce e levemente ácido, sendo típica do Cerrado. Ainda que seja consumida em suas configurações normais, é utilizada em receitas como farinha.
Assim como ocorre com os ipês, a sua florada acontece no período de estiagem, em um curto espaço, entre os meses de setembro e outubro. Por aparecerem em menos de uma semana, a fruta torna-se bastante cobiçada e procurada no comércio. Apresentando casca final e polpa suculenta, é consumida em sucos, geleias, licores e doces.

De acordo com o botânico Pedro Isaac Vandelei, a guavira não tem um tronco grosso, motivo que faz com que invista no sistema subterrâneo. “Ela consegue se dar bem aqui porque ela aguenta que passe um fogo, que destrói essa parte aérea dela, mas ela vai rebrotar desde a raiz, por isso também que ela nem se preocupa em crescer muito, porque o crescimento dela está sendo no quintal de baixo da terra”, explica.
Símbolo do Mato Grosso do Sul, o fruto marca presença na gastronomia regional, garantindo ainda o desenvolvimento de farinhas integrais, cascas cristalinas, isotônico da polpa e chá da casca. Um outro detalhe importante e que merece ser destacado é que, mesmo desabrochando em período curto, é extremamente resistente a incêndios.
Como a fruta se prolifera?
As flores dão origem aos frutos e dependem da ação das abelhas para a polinização. De modo geral, esses insetos visitam a planta em busca de néctar e pólen, que utilizam na produção de mel. Nesse ínterim, ao transportarem o pólen entre as flores, contribuem para a fecundação e o surgimento dos frutos, processo que leva cerca de dois meses.
Em suma, as flores duram de três a quatro dias, isso para cada pezinho do arbusto. Assim, para dar a fruta, é importante que a flor seja “polinizada”. Seu cheiro característico serve como atrativo para os insetos polinizadores, que exercem com maestria a função de promover o cruzamento que origina as frutas.




