Depois de elevar o nível de audiência nas manhãs de domingo, a Band perdeu sua principal case na grade televisiva para a maior emissora do Brasil. Em acordo nas surdinas, a Rede Globo voltará a transmitir a Fórmula 1 a partir da temporada 2026. Embora tenha oferecido proposta financeira inferior, o grupo se responsabilizará por repercutir 15 das 24 corridas por ano em TV aberta.
Com a venda dos direitos de transmissão em evidência, a Globo superou as concorrência de Band e Record ao assinar contrato com a Liberty Media. Para que a façanha fosse sacramentada, a líder de audiência no país ofereceu proposta de US$ 8 milhões anuais (cerca de R$ 44,3 milhões na cotação atual).
A nível de ciência, a Rede Globo televisionou a modalidade entre 1981 e 2020, mas abriu mão da Fórmula 1, que foi direcionada à Bandeirantes. Até o final de 2025, a Band terá o direito de transmitir as corridas automobilísticas, mas perderá para a concorrência um banquete em termos de visibilidade da marca.
Em um contexto geral, a Liberty Media não aceitou estender a parceria com a Band devido ao baixo nível de audiência, chegando a picos de 4,6 pontos, como ocorreu no GP da Áustria deste ano. Em contrapartida, a Globo ostenta o programa “Esporte Espetacular” no mesmo horário, que rotineiramente emplaca 8,5 pontos.
“Hoje a transmissão de TV disputa espaço com as redes sociais, YouTube, streaming. O desafio da F1 é ser relevante em todas essas frentes. O retorno à Globo oferece esse novo gás, mas manter a atenção do público no longo prazo continua sendo uma tarefa difícil”, pondera o executivo de comunicação, marketing e desenvolvimento de negócios no esporte, Joaquim Lo Prete, da Absolut Sport.
Críticas direcionadas à Globo
Embora os fãs de Fórmula 1 tenham comemorado o retorno do desporto à maior emissora televisiva do Brasil, a Globo não se movimentou para recontratar Mariana Becker, presente na Band. Considerada a principal referência jornalística na modalidade, a comunicadora teve sua saída da F1 lamentada.
“Era algo que, de certa forma, já vínhamos esperando desde o ano passado. Aos poucos, fomos percebendo que as coisas estavam caminhando para essa direção, até que a F1 se pronunciou oficialmente. Para mim, não foi exatamente um choque. Mas foi doloroso. Foi o fim de um projeto de muito sucesso, que foi incrível de fazer e muito importante na minha carreira. Um projeto delicioso mesmo, que me trouxe muito aprendizado e reconhecimento”, disse a jornalista.





