Na última segunda-feira (20), o Grupo Ambipar, multinacional brasileira, entrou com um pedido de recuperação judicial após estimar dívida com credores na casa dos R$ 10,5 bilhões. O processo foi iniciado na 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, tendo como objetivo preservar as operações e proteger os interesses dos 23 mil funcionários da empresa.
A fim de justificar o descenso, a companhia alegou que a bola de neve foi potencializada após contratos de derivativos firmados com o Deutsche Bank. Sobretudo, a Ambipar alega que, inicialmente, o acordo previa proteção cambial, mas acabou transformando-se em operações especulativas, resultando em cadeia de vencimentos antecipados de dívidas junto a outras instituições financeiras.
Diante do cenário favorável, a companhia terá 60 dias para apresentar um plano de recuperação judicial, conforme determina a legislação brasileira. Ao recorrer ao pedido, a multinacional solicitou medidas para garantir o pleno funcionamento de suas atividades e a continuidade dos serviços ambientais que presta em todo o planeta, destacando os seguintes pontos:
- Suspensão de execuções e vencimentos antecipados de dívidas;
- Garantia da continuidade dos contratos com fornecedores e locadoras de equipamentos;
- Proteção contra bloqueios de bens e restrições operacionais;
- Manutenção da participação em licitações públicas e privadas.
Embora o cenário catastrófico seja uma realidade, a Ambipar bateu o martelo ao cravar ter condições de manter a solidez operacional e relevância econômica. Para se ter uma noção da grandeza da companhia, foi fundada em 1995, chegando a atuar em 41 países, com 600 bases operacionais, e sendo responsável por R$ 500 milhões em tributos anuais no Brasil.
Multinacional brasileira é processada por banco
Tomando conhecimento do pedido de recuperação judicial da empresa, o Bradesco entrou com um processo alegando alienação de bens do diretor de integração e finanças do Grupo Ambipar, Thiago da Costa e Silva. Por consequência dos documentos apresentados, a 18ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo acatou ação judicial da instituição financeira.
De acordo com a ação, o valor total da dívida que a Ambipar tem com o Bradesco é de R$ 390 milhões. Ao estipular qualquer transferência de propriedade de bens de Costa e Silva para terceiros, o movimento indica que o banco irá responsabilizar pessoalmente os executivos da empresa por valores devidos. No mais, a ação foi protocolada pelo escritório Warde Advogados.
“De forma absolutamente inusitada, o conglomerado ambiental ingressou com a cautelar preparatória de recuperação judicial, pedindo socorro judicial em razão de uma obrigação tida com o Deutsche Bank da ordem – e essa é a parte mais impressionante – de apenas R$ 60 milhões”, afirma o documento.




