Santa Catarina, um dos estados que mais cresce no Brasil, enfrenta uma escassez preocupante de caminhoneiros. De acordo com o Setransc (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Sul de Santa Catarina), cerca de 8 mil caminhões estão parados por falta de motoristas, o que gera um prejuízo estimado em R$ 30 milhões por mês às transportadoras.
A falta de profissionais tem se agravado diante da insegurança nas estradas, dos baixos salários e do desinteresse dos jovens pela profissão. Para o presidente do Setransc, Lorisvaldo Piuco, o problema pode se tornar ainda maior caso a economia reaqueça. “Se o mercado melhorar, a escassez de motoristas será mais evidente, pois o transporte é essencial para o funcionamento da economia”, afirma.

Insegurança e desvalorização afastam novos profissionais
Entre os principais fatores do déficit estão o aumento dos roubos de carga, a precariedade das rodovias e a pouca fiscalização, que elevam o risco da atividade. Além disso, os salários oferecidos, especialmente no transporte de carga fracionada, têm deixado a profissão menos atrativa.
Segundo Piuco, muitos filhos de caminhoneiros optam por áreas ligadas à tecnologia ou outros setores com melhores perspectivas. O impacto é direto na economia estadual: com a frota parada, o escoamento de produtos diminui, afetando indústrias, comércios e o agronegócio. O gargalo logístico reduz a eficiência das cadeias produtivas e compromete o crescimento do estado.
Para tentar reverter o cenário, sindicatos e governo estadual têm investido em capacitação. O programa CNH Emprego na Pista oferece habilitação gratuita e cursos para novos motoristas, com mais de 6 mil vagas abertas em 2025.





