Mundo

DONOS DO MUNDO

Guerra comercial traz mais oportunidade do que risco para o Brasil, afirma especialista

Ian Craig entende que o Brasil deve evitar medidas revanchistas e buscar aproximação com os EUA para preencher lacunas deixadas por outros países

Continue lendo...

A política de comércio exterior do governo Donald Trump traz mais oportunidades do que riscos para o Brasil neste momento, e o país deveria se posicionar como um parceiro mais próximo dos Estados Unidos, em vez de buscar retaliação. Mesmo com a taxação de produtos como aço e alumínio, medida que afeta a indústria brasileira.

Essa é a avaliação de Ian Craig, sócio-líder de Global Trade da EY Brasil. Ele afirma que o Brasil está extremamente bem posicionado para ser uma alternativa ao fornecimento de insumos, caso as importações de países como China, México e Canadá se tornem economicamente inviáveis para as empresas americanas por conta da política tarifária do republicano.

"Nos últimos dias, já tive conversas com clientes considerando a mudança, temporária ou permanente, de produção para o Brasil", afirma Craig, que disse não poder dar mais detalhes sobre essas sondagens.

Trump decidiu nesta segunda (10) aumentar as tarifas sobre as importações de aço e alumínio, cancelando isenções e cotas para fornecedores como Brasil, Canadá, México e outros países.
 

Craig afirma que a situação imprevisível dificulta levar adiante projetos significativos, como a transferência de fábricas. Por isso, os empresários estão focados em mudanças que poderiam ser implementadas no curto prazo. Questionado sobre os setores mais bem posicionados para atender o mercado externo rapidamente, ele cita a indústria automotiva brasileira.

Segundo o especialista, o Brasil se beneficiou de mudanças na cadeia global de suprimentos feitas nos últimos anos, substituindo a China no fornecimento de alguns bens para os EUA, o que pode se repetir agora.

Embora o Brasil seja um dos países atingidos pelo aumento da taxação do aço e alumínio, o país ainda não foi citado por Trump como uma prioridade para receber tratamento com tarifas adicionais e não representa uma ameaça para os Estados Unidos, já que a diferença na balança comercial entre os dois países é relativamente pequena.

"O Brasil segue vulnerável, mas com várias oportunidades", afirma. "Eu diria que há mais oportunidade do que risco neste momento."

Para ele, é hora de mostrar para os Estados Unidos a capacidade de produção do país. Ele avalia que o Brasil terá dificuldade em fazer uma retaliação contra os americanos, já que isso poderia prejudicar o próprio país.

"O setor governamental precisa implementar uma política de comércio exterior de engajamento com os Estados Unidos e mostrar que somos uma alternativa com potencial de crescimento. E o setor privado precisa obter investimentos em inovação tecnológica para aumentar a capacidade de produção. É o momento de posicionar o Brasil como um parceiro muito mais forte ainda dos Estados Unidos."

O presidente Trump tem utilizado as tarifas de importação como um mecanismo voltado não só para o comércio exterior, mas também como uma forma de conseguir concessões de outros tipos, como ocorreu no caso do Canadá e do México, onde a aplicação de taxas de 25% foi paralisadas temporariamente. Em relação à China, no entanto, Craig afirma não ver de forma clara um espaço para a suspensão dessas restrições.

(Informações da Folhapress)

ATUALIZAÇÃO

Papa Francisco tem quadro estável e recuperação ainda é lenta

Argentino de 88 anos segue internado e sem previsão de alta médica, de acordo com o portal de notícias do Vaticano

15/03/2025 13h00

Papa Francisco segue internado

Papa Francisco segue internado Reprodução/JoyceMesquita/C.N

Continue Lendo...

O papa Francisco permanece internado no Hospital Gemelli, sem previsão de alta médica. De acordo com o Vaticano News, o quadro é de estabilidade com recuperação lenta. O argentino de 88 anos foi levado em 14 de fevereiro ao Hospital Gemelli, em Roma para tratar de uma pneumonia bilateral e completa agora um mês de internação. Nessa sexta-feira, 14, completou um mês de internação.

A recuperação do pontífice é lenta e é necessário tempo para que as melhorias se consolidem, segundo a Santa Sé.

Considerando a situação estável do pontífice, os médicos decidiram não divulgar um boletim na noite dessa sexta. "Um elemento positivo", afirmou o Vaticano, destacando que as informações médicas serão menos frequentes.

Francisco segue com as terapias. A expectativa é que uma atualização médica seja feita na noite deste sábado, 15.

"É provável que os boletins se tornem menos frequentes com o tempo, considerando a estabilidade do estado de saúde do papa. Além disso, pela manhã, não haverá mais a comunicação sobre como o Santo Padre passou a noite", disse o Vaticano.

POLÊMICA À VISTA

Maduro anuncia entrega de 180 mil hectares de terras na Venezuela ao MST

Em anúncio na TV estatal, Maduro afirmou que será um "projeto cooperativo, humano dirigido por movimentos camponeses alternativos do mundo inteiro"

15/03/2025 07h06

Numa época em que bonés são usados como símbolos políticos, Nicolás Maduro aparece com um do MST

Numa época em que bonés são usados como símbolos políticos, Nicolás Maduro aparece com um do MST

Continue Lendo...

O venezuelano Nicolás Maduro anunciou nesta quinta-feira, 13, a entrega de cerca de 180 mil hectares de terras agrícolas expropriadas naquele país ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil. A chamada "Pátria Grande do Sul" tem como objetivo, segundo Maduro, incentivar a produção agroecológica.

Em anúncio na TV estatal venezuelana, Maduro afirmou que este será um "projeto cooperativo, humano dirigido por movimentos camponeses alternativos do mundo inteiro" em parceria com indígenas e militares. "São terras muito boas para produção, é um dos resgates mais importantes que houve em seu momento e já avançamos tremendamente para ativar todos os planos produtivos", afirmou o venezuelano.

As terras foram expropriadas durante o governo de Hugo Chávez, seu antecessor, na década de 2000. Segundo o venezuelano, elas serão utilizadas para cultivar alimentos destinados ao consumo na Venezuela, no norte do Brasil e para exportação

Entre as produções previstas estão banana, mandioca, frutas, cana-de-açúcar, abóbora, carnes de frango, porco e bovina, leite e derivados, feijão, hortaliças e milho. O projeto contempla ainda a criação de um banco de sementes tradicionais, um viveiro para reflorestamento do sul venezuelano e uma escola de formação

O anúncio contou com a participação de integrante do MST, e da representante Roxana Fernández, que classificou a iniciativa como um "ato de reafirmação do compromisso do MST com o povo venezuelano".

"O MST reafirma o princípio da solidariedade e o internacionalismo quando fazemos esses atos nesse território, concretizando e mostrando o resultado da luta para tornar a terra um território nosso e construir um projeto diferente de sociedade: o socialismo", afirmou.

O MST promoveu mais de 70 ações de protestos e invasões entre os dias 11 e 14 de março, em todas as regiões do Brasil. As manifestações reivindicam mais apoio à reforma agrária e criticam o agronegócio.

O governo Lula remanejou cerca de R$ 40 bilhões no Orçamento de 2025 para aliados e programas petistas, incluindo o MST, contemplado em duas frentes, que somam R$ 750 milhões.

Antes do anúncio de Maduro, o governo Lula também prometeu apoiar o regime do ditador na área agropecuária.

No último dia 12, foi publicado no Diário Oficial da União um acordo entre Brasil e Venezuela para apoiar produção de alimentos com suporte da Embrapa, Ministério da Agricultura e Ministério do Desenvolvimento Agrário. O texto diz que a cooperação não prevê ajuda financeira de um país para outros.

Esse acordo entre a gestão petista e o governo Maduro é fruto de uma reaproximação após a posse para o terceiro mandato do venezuelano.

Como revelou o Estadão, o governo Lula retomou, com discrição, alguns contatos com o regime, enquanto observa com atenção as medidas adotadas pela Casa Branca de Donald Trump em relação à Venezuela.

Questionamento no Brasil

Em 2014, um outro acordo entre o governo da Venezuela e o MST foi alvo de questionamento por integrantes da oposição.

O então deputado Ronaldo Caiado, hoje governador de Goiás e pré-candidato à presidência da República, apresentou requerimento na Câmara para convocar os ministros do governo Dilma Rousseff para dar esclarecimentos sobre o caso.

Na época, Caiado disse ao Estadão que o acordo era uma ameaça aos interesses internos do Brasil. "Pelo que vi, tem mais a ver com formação de milícias. Estão chamando um professor para dar aula de revolução em nosso País", afirmou.
 

(Informações da Agência Estado)

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).