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MUNDO Filho de Khadafi diz que Líbia pode se transformar numa Somália Filho de Khadafi diz que Líbia pode se transformar numa Somália 27 FEV 2011 • POR ESTADÃO • 01h03

Filho de Khadafi negou que governo tenha contratado mercenários

Saif Al-Islam, um dos filhos do líder líbio Muamar Khadafi, afirmou neste sábado que a turbulência contínua poderia levar a uma cisão da Líbia, que seria seguida por um longo período de instabilidade.

Ele disse que a Líbia não teria um futuro a menos que um acordo sobre reformas políticas fosse negociado - mas ele não disse se concordava em conversar com os manifestantes que assumiram o contole de várias cidades no leste do país.

Falando ao canal Al Arabiya, Al-Islam reafirmou que a Líbia poderia enfrentar uma guerra civil.

"Não ameacei ninguém, apenas alertei. Em momentos históricos e cruciais na história da Líbia, temos de ser francos uns com os outros. Não é hora de gentilezas, não é hora de sorrisos, não é hora de diplomacia", afirmou o filho de Khadafi.

"Eu lhes disse que estavam à beira de uma guerra civil, e de fato é o que aconteceu. As tribos começaram a se armar, cada tribo está atacando acampamentos próximos, e atacando paióis próximos e se armando."

Segundo Al-Islam, a Líbia poderia se transformar numa Somália ou num Afeganistão. Mesmo assim, ele reduziu a dimensão da revolta, afirmando que a maior parte do país levava uma vida normal.

Ele voltou a atribuir os protestos a uma conspiração estrangeira e a uma minoria de militantes islâmicos, que teriam feito a população civil refém.

Al-Islam negou que a Líbia tenha contratado mercenários de países da África Subsaariana para lutar ao lado do governo.

"Metade dos nossos cidadãos são negros, eles estão em todos os lugares. Nosso ministro das Relações Exteriores é negro. Isso significa que ele é um mercenário? Ele não é um mercenário, ele é um líbio. Se alguém é negro, isso não significa que é um mercenário."

O filho de Khadafi também se referiu às cidades de Misrata e Zawiya, que foram dominadas por forças contrárias ao governo.

"Há cerca de meio milhão de pessoas morando lá. Essas pessoas estão com medo de um bando de terroristas... cerca de 50 pessoas que furtaram armas de armazéns. Esses movimentos não têm futuro algum. Eles são um bando de terroristas que não tem nenhuma demanda por reformas", afirmou.