Com expectativa de elevar em 25% o fluxo de turistas em Corumbá, a pesca esportiva está liberada a partir de hoje rios do Pantanal. Corumbá que tem a maior estrutura fluvial do Estado, retoma a discussão da nova e polêmica legislação, suspensa pela Justiça, e a necessidade de reordenamento do setor para a sobrevida do estoque pesqueiro e da própria atividade.
A venda praticamente esgotada dos pacotes para a temporada de oito meses foi amplamenta comemorada pelos empresários corumbaenses. Neste período a estimativa é de receber 2,5 mil pescadores nos cruzeiros pelo Rio Paraguai e nos pesqueiros. Contudo, o setor cobra medidas mais restritivas, como a cota zero, a suspensão da pesca ao dourado por três anos e a proibição da saída do pescado do município.
O aumento da procura pela modalidade pesque-solte em fevereiro – restrita ao Rio Paraguai -, segundo a Acert (Associação das Empresas de Turismo de Corumbá), reforça a posição do segmento em defender um plano de desenvolvimento sustentável que inclui, também, investimentos públicos e a atração de novos empreendedores para promover o turismo de natureza.
“Temos mais peixes nos rios, o pesque-solte foi um sucesso, só falta alterar a legislação”, afirma a empresária Raquel Amaral, que operou com seus dois barcos-hotéis em fevereiro comemorando novos clientes, vindos do Nordeste. “A Argentina e o Paraguai já adotaram a cota zero, estamos ficando para trás”, questiona.
O presidente da Comissão de Defesa do Pantanal (CDP), Orozimbo Decenzo, pioneiro da pesca esportiva, questiona o prefeito da cidade, Ruiter Cunha de Oliveira, pela demora em criar a lei que impedirá a comercialização do pescado fora do município, anunciada no ano passado para reduzir a pressão exercida pela pesca clandestina. “Se não proibir, acaba. Queremos a lei, chega de balela”, diz ele.