O líder do PDT da Câmara, Giovanni Queiroz (PA), reagiu com amabilidade ao fato de seu partido ter sido excluído da reunião dos aliados com a presidente Dilma Rousseff, ontem. Por não ter defendido o valor do salário mínimo fixado pelo governo, o PDT se tornou o único partido da base a não ser convidado para o encontro. Dos 26 deputados pedetistas que participaram da votação do projeto do mínimo, nove deram seus votos ao valor de R$ 560, 16 seguiram a orientação do Palácio do Planalto e um se absteve.
"A presidente é uma mulher extremamente inteligente. Ela não me deixou no constrangimento de ter de recusar o convite. Aqueles que foram ao Palácio estavam comemorando o salário mínimo de R$ 545 e eu gostaria de estar comemorando outro valor. Eu não poderia estar lá comemorando nada, porque sou um perdedor nessa causa", afirmou Queiroz.
O líder do PDT disse não ter nenhum ressentimento por não ter sido chamado à reunião da base com a presidente e negou que haja uma relação estremecida entre o governo e a bancada. Queiroz disse que recentemente procurou os ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Saúde, Alexandre Padilha, e foi prontamente atendido. Ele disse não ter conseguido fazer contato apenas com o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio. "Talvez por excesso de demanda, ele não tenha me retornado. Tenho sido recebido por todos", afirmou.
O PDT não deverá dar trabalho ao governo no próximo embate esperado na Câmara, durante a votação da correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física. O governo defende o índice de 4,5%, mas há propostas da oposição de um índice de 10%. "Talvez não tenhamos dificuldade de votar com a presidente nesse caso. No entanto, a área técnica está fazendo um estudo do tema", disse. Segundo ele, uma correção acima dos 4,5% poderia sinalizar ao mercado uma inflação maior, o que seria prejudicial à economia.