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SEMANA DA MULHER Cultura ao corpo e a vaidade levam mulheres a enfrentar o bisturi Cultura ao corpo e a vaidade levam mulheres a enfrentar o bisturi 8 MAR 2011 • POR evelin araujo • 13h05

Cerca de 80% das cirurgias plásticas realizadas pelo doutor Alcebíades Duré são de próteses mamárias e lipoaspiração, tendências sugeridas como adequações ao corpo para que ele fique “perfeito”, como os das modelos a atrizes.

A maior motivação para os procedimentos, segundo ele, é a cultura ao corpo e a vaidade. “Já atendi uma paciente com 48 quilos e 22 anos que queria fazer uma lipoaspiração no abdome, mas tive que explicar a ela que eu não tinha o que fazer ali, porque não tinha nenhuma gordura”, ele diz.

No consultório, à frente de um quadro colorido com a silhueta de uma mulher, o cirurgião esclarece algumas dúvidas sobre os procedimentos mais procuradas pelas mulheres.

Próteses de silicone
Para realizar a cirurgia de implantes mamários, líder de procura pelas mulheres, o doutor esclarece que é preciso marcar consulta para fazer medições e avaliar proporcionalidades do corpo da paciente. “Eu procuro orientar o tamanho que ficará harmonioso com o corpo da cliente, mas geralmente elas já vêm sabendo o tamanho que querem colocar”, ele declara, relembrando um episódio que aconteceu em uma das avaliações.

“Uma paciente implicou que tinha que colocar 390 mililitros de prótese porque era este o tamanho que a amiga tinha colocado. No retorno de dois meses ela lamentou e disse que poderia ter colocado um implante maior, conforme eu havia sugerido”. Após decidir o tamanho das próteses, o cirurgião solicita exames pré-operatórios como os de sangue e cardíaco, para avaliar o risco cirúrgico.

A operação é realizada em aproximadamente uma hora, com anestesia local e sedação ou anestesia geral, dependendo da avaliação pré-operatória. Após 6 horas a paciente é liberada e deve seguir algumas orientações. “No caso da prótese, a cliente não deve levantar os cotovelos acima da linha dos ombros, porque uma membrana deve ser formada na região para fixar a prótese. Se o repouso não for cumprido, a prótese pode sair do lugar e é preciso também usar um sutiã específico para manter as próteses no lugar”, ele explica.

Depois de três semanas de repouso a operada já pode dirigir, com um mês fazer caminhadas e exercícios de perna na academia e após dois meses já pode exercitar a região do peitoral. “Com o avanço dos anestésicos, a paciente não sente dor e o maior cuidado é com movimentos enérgicos na região do implante, no mais ela pode trabalhar normalmente”, tranqüiliza Alcebíades. A consulta com o médico custa R$ 200, 00 e a cirurgia com pré e pós operatório custa, em média, R$ 8.500,00.

Lipoaspiração
Do total de pacientes que procuram pelas cirurgias de lipo, 40% não conseguem eliminar com exercícios físicos a gordura localizada. Apesar de ser um procedimento um pouco mais agressivo que o implante de silicone, ela é a segunda mais procurada pelas clientes do doutor Alcebíades.

A lipoaspiração, além de tirar gordura, tira também sódio, potássio e sangue, fazendo com que a paciente fique mais debilitada no pós cirúrgico. O procedimento dura de 1 a 2 horas, dependendo da quantidade de gordura a ser retirada. Após a cirurgia, a pessoa fica internada por 24 horas e a recuperação para o trabalho é de 5 a 7 dias.

É possível dirigir veículo após 15 dias e fazer exercícios físicos após 1 mês. Um macacão de lycra, modelador, deve ser usado por 2 meses. O valor do procedimento varia de acordo com a quantidade de gordura a ser retirada. A minilipo custa R$ 4.000,00 , a lipo média R$ 7.000,00 e a lipo grande R$ 10.000.00.

Outra importante orientação do cirurgião é em relação ao sol. “A paciente operada não deve expor ao sol a área operada por 2 meses porque é possível que ocorra a formação de manchas na pele, praticamente impossíveis de se retirar”.

O médico, que chega a operar 30 pacientes por mês, orienta a procura da paciente pelo profissional correto. “Aqui mesmo na cidade existe pediatra fazendo cirurgia plástica, é preciso ficar atenta e procurar o conselho médico para não se consultar com qualquer um que se diz especialista”, ele alerta.


Mesmo acreditando que a maioria das pacientes já vão ao consultório bem orientadas por conta do vasto material que lêem na internet a respeito do assunto, o cirurgião ainda encontra dificuldades com pacientes indecisas. “Uma vez uma paciente colocou uma prótese grande, não gostou e eu tive que trocar e colocar uma menor, apesar de toda a conversa e orientação que tivemos antes. Quando a paciente está indecisa, é melhor não operar”, ele lembra.