O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Eduardo Riedel, esteve reunido ontem, em Brasília, com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Edilson Guimarães, na tentativa de estender o prazo de recomendação de plantio do milho safrinha no Estado. Devido ao atraso na colheita da soja pelo excesso de chuva, a Famasul, juntamente com a Aprosoja/MS e OCB/MS, havia solicitado a prorrogação de 20 dias no prazo de plantio recomendado pelo Zoneamento de Risco Climático do MAPA, o qual se encerrou na última segunda-feira em alguns municípios do Estado. No entanto, o Mapa concedeu a extensão do período por 10 dias e, ainda assim, para o grupo de cultivares 1 (com ciclo de até 120 dias) e para os cultivos no solo tipo 2 (mistos) e tipo 3 (argilosos).
Com a alta incidência de chuvas, a colheita da soja e consequentemente o plantio do milho safrinha estão atrasados em cerca de 15%. A colheita da soja é estimada em 20% da área plantada, número que historicamente seria de 35%, o que leva a Famasul a buscar a ampliação do prazo para que os produtores possam concluir o plantio da safrinha. “Esperamos que o ministério se mostre sensível à dificuldade que os produtores estão encontrando devido as condições climáticas que limitam as operações na lavoura”, considera Riedel.
A Famasul havia solicitado ao Mapa a mesma concessão feita ao Paraná, que obteve prorrogação até 20 de março para todo o Estado. A justificativa do ministério para a concessão parcial da prorrogação é de que nas regiões não contempladas há um risco maior de perdas com o plantio em período diferente da previsão no zoneamento.“Mas as chuvas têm sido constantes e intensas em todo o Estado”, justifica Riedel. Segundo a Estação Meterológica da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp) só nos dois primeiros dias de março, a região de Campo Grande registrou um índice pluviométrico que corresponde a 70 % do esperado para o mês inteiro.
A preocupação dos produtores com a chuva também está nos prejuízos na safra da soja. “A situação é preocupante porque pode haver perda na qualidade do grão”, ressalta o assessor técnico para a área da agricultura da federação, Lucas Galvan.