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samba no pé Filha de Che Guevara desfila em tanque de guerra no Carnaval Filha de Che Guevara desfila em tanque de guerra no Carnaval 4 MAR 2011 • POR folha ilustrada • 22h30

A filha do guerrilheiro argentino Che Guevara (1928-1967), quem diria, vai cair no samba. Aleida, 50, é convidada de honra da escola Unidos da Ilha da Magia, de Florianópolis, e vai desfilar em um carro alegórico em formato de tanque de guerra, na madrugada de domingo.

A presença dela é parte da homenagem que a escola faz à Revolução Cubana no Carnaval deste ano.

Segundo a escola, Aleida, que é médica em Cuba, desembarca em Florianópolis com o cônsul da ilha em São Paulo, Lázaro Mendez Cabrera, nesta sexta-feira, e concede entrevista coletiva. O consulado confirma a informação.

Segundo o presidente da escola, Vamir Bráz de Souza, não é só a revolução de 1959 que vai ser homenageada, mas o povo de Cuba, que há mais de 50 anos é governado pela ditadura dos irmãos Fidel e Raúl Castro.

Souza diz que o desfile não tem conotação ideológica. "Mas era impossível falar de Cuba sem falar da revolução e seus ganhos", afirma.

Com três anos de existência, a escola conquistou o vice-campeonato em 2010. Neste ano, 2.500 pessoas vão desfilar pela agremiação, que terá três carros alegóricos e tripés com figuras como o herói da independência cubana José Martí (1853-1895) e os irmãos Castro.

Os temas das fantasias são tão amplos quanto "rumba" e "nacionalização das empresas estrangeiras". Até quarta-feira (2), a única fantasia ainda à venda era a "Tio Sam", nas cores da bandeira dos Estados Unidos.

Já o samba-enredo mistura alegria e Carnaval com o sistema de saúde cubano. Outro trecho fala do "preço" da revolução ("Um preço a pagar, não vou negar, mas a comunidade em primeiro lugar").

Segundo Souza, é uma referência às mortes na derrubada do regime de Fulgencio Batista. "Toda revolução tem um preço. Queríamos que o enredo fosse discutido, e mostrar que lá existe saúde e educação para todos."

Segundo a escola, o desfile será financiado por governo do Estado, prefeitura, incentivos da Lei Rouanet e venda de camisetas e fantasias. "Cuba nem tinha como nos ajudar", diz o presidente.