A correção da tabela do Imposto de Renda em 4,5% é “um assunto resolvido”, afirmou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
“O Governo honrará com o acordo feito com o Congresso”, disse Costa, de acordo com a Agência Brasil. Para o parlamentar, no entanto, o possível aumento de tributos ou mesmo cortes mais profundos no Orçamento para sustentar a correção dificultaria a tramitação da matéria no Congresso.
Sem conversa
Esses fatores foram cogitados na última semana pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, só seria possível reajustar a tabela com alguns ajustes nas Contas ou mesmo elevando-se algum tributo.
Para o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (RN), essas possibilidades não estavam no escopo das negociações feitas entre o Governo e os partidos governistas quando se discutiu o projeto que definiu em R$ 545 o valor do salário mínimo para este ano.
“O que ouvi do Governo, até a aprovação do projeto de lei do salário, foi que a correção seria feita sem qualquer aumento de imposto”, disse Alves, ainda segundo a Agência. “Agora, vamos cobrar o cumprimento desse acordo”, afirmou.
Ajuste custará R$ 1,6 bilhão
Pelos cálculos de Mantega, com a correção, o Governo deixará de arrecadar em torno de R$ 1,6 bilhão. “Temos de achar a fonte para essa nova despesa", disse, na última semana.
O ministro ainda afirmou que o reajuste não afetará o corte de mais de R$ 50 bilhões que o Governo detalhou neste mês.
Nesse corte, não foi considerada a correção da tabela. De acordo com a secretária de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Célia Correia, o orçamento deve sofrer novos ajustes para comportar o impacto fiscal previsto.