A Embaixada da Líbia no Brasil informou nesta quinta (10) que as negociações para a libertação do jornalista brasileiro Andrei Netto estão em andamento. De acordo com a embaixada, o brasileiro, funcionário do jornal "O Estado de S. Paulo" que faz a cobertura do conflito político na Líbia, foi preso porque não portava os documentos necessários para trabalhar naquele país.
O senador Eduardo Suplicy disse que ele e o senador Paulo Paim (PT-RS), ambos membros da Comissão de Direitos Humanos do Senado, conversaram por telefone com o embaixador líbio Salem Ezubedi.
Segundo Suplicy, o embaixador afirmou que o jornalista será libertado nesta quinta, informação não confirmada ao G1 pela embaixada.
Segundo Suplicy, o embaixador líbio relatou que Andrei Netto está na cidade de Sabratha, na Líbia.
O jornal havia perdido contato direto com Netto há cerca de uma semana.
Ele é correspondente do jornal em Paris e foi enviado à Líbia para fazer a cobertura jornalística dos confrontos entre os rebeldes e forças leais ao governo do ditador Muammar Kadhafi, no poder desde um golpe de estado em 1º de setembro de 1969. O confronto espalhou-se pelo país, provocando milhares de mortes e criando uma crise humanitária.
Até domingo, o jornal relatou que recebia informações indiretas de que o repórter estava bem, escondido na região de Zawiyah - cenário há dias de violentos confrontos entre Kadhafi e os insurgentes, a 30 quilômetros de Trípoli.
A comunicação direta com a redação - por meio de telefonemas e e-mails - havia sido propositadamente cortada por segurança, afirmavam fontes líbias ao jornal.
Segundo Paim, a Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou duas moções sobre o caso. “A primeira moção é de solidariedade ao jornal e também com a família do jornalista e a outra exigindo das autoridades líbias a imediata libertação do repórter”, disse Paim.
O governo brasileiro, a Embaixada da Líbia no Brasil, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, a ONU e vários veículos de comunicação do Brasil e do mundo estão colaborando no sentido de garantir a integridade física e segurança do repórter, diz o jornal.