O autismo é, em sua maioria, uma doença masculina – a cada caso feminino diagnosticado, há quatro meninos com a doença. Muito se debate sobre as explicações genéticas e hormonais que influenciam no aparecimento da doença, mas ainda não há uma explicação entre esta relação.
Mas um estudo do centro médico de Washington, nos Estados Unidos, começou a desvendar os motivos pelos quais o desenvolvimento da doença é muito mais comum em meninos.
Os cientistas acharam um gene em particular que foi relacionado ao autismo, chamado de RORA (retinoic acid-related orphan receptor-alpha), na sigla em inglês. Ele tem um papel importante no cerebelo e aparece em menor quantidade entre os que sofrem com a doença. Em testes realizados com animais, os ratos com menos RORA mostravam características do autismo, como comportamentos repetitivos e dificuldades com a noção de espaço.
Os pesquisadores extraíram neurônios que continham o gene RORA e os uniram com hormônios femininos (estradiol) e masculinos (um derivado da testosterona). Eles perceberam que, quando confrontado com os hormônios femininos, o gene era expressivo, mas, com os hormônios masculinos, ele era suprimido.
Segundo o estudo, a testosterona e seus derivados têm efeitos diretos na ação do gene, o que contribui para o surgimento do autismo. Caso as análises do estudo estejam corretas, esta pode ser uma pequena peça no quebra-cabeça.
O autismo é uma doença complexa, talvez com milhares de genes envolvidos – além de que o autismo não é apenas uma doença, mas sim várias doenças, cada uma com sua própria carga genética e influência de fatores externos.