Em 1868, Ludwig 2º, rei da Baviera, quis fazer um jardim no teto da residência oficial da corte. Arquitetos concordaram com fontes e palmeiras, mas vetaram o elefante exigido. Não havia tecnologia para instalá-lo na cobertura do palácio, em Munique.
Hoje, em Ingolstadt, a 70 km dali, engenheiros da Audi superam desafios de peso na nova geração do A6, que deve chegar a revendas brasileiras até setembro, sem preço definido.
Seu motor 3.0 TFSI faz mais com menos sem achatar elefantes. Com cilindrada menor, entrega 300 cv de potência -10 cv a mais do que a versão anterior- e torque de 44,9 kgfm já a 2.800 rpm.
Para isso, seu propulsor usa compressor mecânico e injeção direta de gasolina. Alumínio e aço na carroceria reduzem o peso do sedã, que alcança 200 km/h com facilidade na "autobahn" (estrada sem limite de velocidade) entre Munique e Nuremberg.
Sob controle
O giro do motor não passa de 2.500 e o conjunto pede mais, até o velocímetro marcar 250 km/h, limite estabelecido eletronicamente pelo fabricante. O A6 rodou próximo de 250 km/h por longos trechos sem perder estabilidade e conforto, transformando belas paisagens bávaras em borrões indistintos.
Mas o controle de estabilidade e a tração integral mantêm o carro na trajetória, mesmo em manobras bruscas e freadas fortes.
O câmbio S-Tronic de sete velocidades torna a condução ágil e esportiva. No modo "dinâmico", a direção fica mais rígida. Já o "esporte" estica as marchas e aumenta o torque para arrancadas.
O sistema que desliga o motor quando o freio é acionado e reduz consumo e emissões equipará versões do A6 que virão ao Brasil.
O novo desenho e as mudanças deixaram o sedã executivo moderno, com menos ar de "tiozão". Até o jovem Ludwig, influente na corte já aos 30 anos, ficaria de olho --como os rivais Mercedes E 350 3.5 V6 (R$ 299 mil) e BMW 535i 3.0 (R$ 288 mil).