Ilhado, o gado não tem para onde ir. A enchente cobriu estradas, cercas, currais e pontes, ameaçando agora salas e cozinhas das sedes de algumas propriedades rurais. É o que ocorre, por exemplo, com a Fazenda Dois de Maio, próxima ao Rio Taquari, no município de Corumbá. Ali, o gado não tem para onde ir. A pista de pouso e decolagem de aviões também está debaixo d’água.
Ontem, um sobrevoo a 2,5 mil pés de altitude (perto de 600m) feitos pelo monomotor Skylane PT-DST a serviço do Correio do Estado possibilitou ver um retrato do iminente flagelo econômico em algumas áreas pantaneiras. Há um mês o governo estadual anunciava a supersafra de soja. Sucederam-se chuvas e a cheia recorde, e agora a pecuária também está em risco de graves perdas.
O Rio Taquari, do qual não se vê nem sinais de barrancos, está fora do leito em suas retas e curvas, espalhando águas barrentas a distâncias que variam entre um, dois e três quilômetros. Técnicos em hidrologia, pesquisadores e fazendeiros constataram este mês a mais rápida subida dos rios desde 1974, quando ocorria a primeira grande cheia após o ciclo da seca, iniciado em 1963 e que durou dez anos.
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