A baixa renda foi a grande responsável pelo crescimento do consumo brasileiro em 2010, segundo revela pesquisa realizada pela Nielsen – empresa especializada em informação e pesquisa.
De acordo com o estudo, no ano passado, o varejo brasileiro apresentou expansão de 5,7% em volume e 5,5% em valor, com os consumidores das classes C2, D e E respondendo por 65% de todo o crescimento.
Para o analista de mercado da Nielsen, Claudio Czarnobai, o aumento da renda da população e as bolsas assistenciais do governo estão entre os fatores que explicam o grande impacto da baixa renda no consumo brasileiro.
“O aumento da renda, a menor taxa de desemprego, as bolsas do governo, o maior acesso ao crédito, permitindo com que a população comprometesse uma menor parcela do salário no pagamento de uma geladeira, por exemplo, facilitaram o acesso destes clientes a novas categorias de produtos”, diz.
O que mudou?
Ainda segundo a Nielsen, o novo cenário permitiu com que os consumidores das classes mais baixas aumentassem a frequência ao ponto de venda entre 8% (classe C2) e 11% (classes D e E) em 2010.
Também cresceram o tíquete médio (5% e 2%, respectivamente) e o gasto total (13% em ambas as classes) destes consumidores, que passaram a consumir mais produtos cujos custos são maiores, como água de coco, tintura, bronzeador, leite fermentado, bebida à base de soja e biscoito, por exemplo. Esses hábitos não devem se alterar nos próximos anos.
“Mesmo com as medidas do governo para conter a demanda, os consumidores das classes mais baixas devem continuar impactando de maneira significativa o consumo brasileiro nos próximos anos, pois o Brasil ainda possui um cenário econômico favorável”, prevê Czarnobai.