A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) está mobilizando os distritos sanitários para a realização de atividades referentes ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose (TB): 24 de março. De acordo com a gerente técnica de Doenças Transmissíveis da Sesau, Andréia Silva, entre as ações previstas estão os mutirões de busca dos casos sintomáticos da doença e atividades educativas sobre TB nas salas de espera das unidades de saúde.
Por intermédio de uma ONG internacional, o Programa Municipal de Controle da Tuberculose conseguiu a impressão de vinte mil abanicos com informações sobre os sintomas da tuberculose e hanseníase. Estes abanicos serão distribuídos nas unidades básicas de saúde (UBS).
“Queremos mobilizar a comunidade para procurar atendimento”, esclareceu Andréia, enfatizando que os principais sintomas da tuberculose são tosse por mais de três semanas, falta de apetite, perda de peso, cansaço e dores no peito.
O Programa de Controle da Tuberculose foi implantado em 56 unidades de saúde do município. A rede pública oferece o exame para detectar a doença (denominado exame de escarro) e o tratamento, constituído por um conjunto de medicamentos que devem ser tomados pelo paciente por um período de seis meses.
“Registramos em Campo Grande um abandono altíssimo do tratamento, de 13.40%, quando o Ministério da Saúde aceita um percentual de 5% de abandono do tratamento pelos portadores da tuberculose pulmonar”, alertou Sueli Diório de Almeida, gerente técnica dos programas de Controle da Tuberculose e Hanseníase da Sesau.
Uma das causas do problema, segundo Sueli, é a dificuldade de adesão dos pacientes ao tratamento. Por conta disso, o Ministério da Saúde preconizou uma iniciativa, que já foi implantada pela Sesau, na qual os profissionais de saúde vão até a casa dos doentes para ver se estão tomando os medicamentos. É o chamado tratamento diretamente observado.
Em 2010, a Secretaria Municipal de Saúde registrou 101 casos novos de tuberculose pulmonar. “Nossa expectativa era de notificar, no ano passado, 300 casos novos da doença, considerando a estimativa de que um por cento da população é constituída de sintomáticos respiratórios”, observou a gerente do Programa de Controle da Tuberculose.
Para Sueli, a defasagem entre a expectativa e o número oficial de casos novos de tuberculose na Capital reflete a necessidade de intensificar a busca dos sintomáticos respiratórios. O maior grupo de risco da tuberculose são os comunicantes, as pessoas que estão mais próximas do paciente.
O percentual de cura preconizado pelo Ministério da Saúde para a tuberculose é de 85% dos casos. Em Campo Grande, o índice de cura alcançado foi de 72.16%, sendo que, em 2010, o percentual de mortes provocadas pela doença chegou a 4.12%.
“Diversos fatores interferem nesse percentual alto de mortes provocadas pela tuberculose. Podemos citar o diagnóstico tardio, o abandono do tratamento e os pacientes que já conviviam com outros problemas de saúde”, completou Sueli.
Parcela da população com maior incidência de tuberculose: pacientes com baixa resistência imunológica, usuários de drogas, andarilhos e presidiários.