Cerca de 40 agentes do Instituto Oswaldo Cruz em parceria com a Sesdec (Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil) lançaram neste sábado, na praia do Leme (zona sul), uma campanha de prevenção contra a dengue.
Batizada de "10 Minutos Contra a Dengue", propõe que todos dediquem 10 minutos dos seus dias a combater focos do mosquito transmissor da doença, o Aedes Aegypti.
Pesquisadores, entomologistas e estudantes distribuíram informativos para a população e ainda exibiram larvas e mosquitos.
"As pessoas estão mais conscientes quanto ao combate ao mosquito, mas muitas ainda não sabem que bandejas de geladeira e do ar-condicionado são ótimos criadouros, por exemplo", falou à Folha o jornalista Marcelo Garcia, que participava do evento.
O entomologista Rafael Freitas disse ainda que a maior dúvida da população é sobre os métodos de prevenção.
"Esses mitos de comer muito alho, tomar complexo B ou mesmo ingerir grande quantidade de inhame não dão muito certo. Até o uso de repelente durante todo o dia não faz bem. Não adianta a pessoa se encher do produto. Além de prejudicar a pele, ele acaba perdendo o efeito. O bom mesmo é acabar com os criadouros."
O professor Onésimo Valle, 71, já teve dengue há cinco anos e disse que sente falta de mais campanhas como essa.
"Antigamente eu via agentes nas ruas e fumacê. Agora não tem mais nada. O combate tem que ser feito o ano inteiro. É preciso também mais conscientização das pessoas. Vejo ainda muita gente deixar acumular água em casa.
Paralelo ao evento, um grupo formado por 150 bombeiros visitou imóveis das comunidades Chapéu Mangueira/Babilônia em busca de focos. De acordo com a Fiocruz, a campanha 10 Minutos Contra a Dengue deve acontecer em outros bairros.