O presidente equatoriano, Rafael Correa, apresentou uma ação judicial contra o jornal "El Universo" --um dos mais influentes do país-- que se soma à impetrada contra dois jornalistas que revelaram negócios de um de seus irmãos com o Estado, informou o jornal nesta terça-feira.
Correa apresentou a ação civil em 22 de março contra o jornal, seu diretor, Carlos Pérez, e o editor de opinião, Emilio Palacio, por um artigo deste último que acusou o presidente de atacar um hospital durante a rebelião policial de 30 de setembro.
A publicação destacou que a medida foi tomada depois que Pérez processou a Presidência por uma suposta negativa em entregar informações sobre a publicidade do governo durante as transmissões da última Copa do Mundo.
O desentendimento surge em meio à campanha por um referendo no qual Correa planeja proibir que os veículos de comunicação invistam em outras atividades econômicas e criar um conselho que regule conteúdos violentos, sexuais ou discriminatórios, e fixe critérios de responsabilidade para veículos e jornalistas.
Os sindicatos do setor --uma parte dos quais o presidente socialista chama de "poder fático, corrupto e medíocre"-- vêem essas propostas como uma ameaça de censura e à liberdade empresarial.