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polietileno Carga que vazou para o rio Paraguai vai a leilão Carga que vazou para o rio Paraguai vai a leilão 29 MAR 2011 • POR DIARIO DE CORUMBA • 20h02

Vão a leilão em 14 abril, na Inspetoria da Receita Federal do Brasil em Corumbá, dois lotes de polietileno. O valor mínimo total da mercadoria é pouco superior a R$ 1 milhão. Em fevereiro deste ano, parte da carga a ser leiloada acabou sendo despejada no rio Paraguai - por conta da ação das chuvas -, após escorrer do pátio do Posto Esdras onde estava estocada. Grãos de polietileno foram encontrados no Canal do Tamengo, aonde chegaram através do córrego Arroyo Concépcion, que fica na faixa de fronteira da Bolívia com Corumbá.

De acordo com o edital lançado pela Receita Federal, a mercadoria a ser leiloada é o Polietileno de Alta Densidade, na proporção de 90%, misturados com Polietileno de Baixa Densidade na proporção de 10%. A carga está "exposta às intempéries, seus invólucros encontram-se parcialmente deteriorados, ensejando a necessidade de recondicionamento para fins de remoção e transporte".

O lote 1, com 540 toneladas do polietileno, tem valor mínimo R$ 645.300. O lote 2, tem lance mínimo de R$ 430.200 para as 360 toneladas do produto. Todo o material está localizado aos lados esquerdo e direito da balança Posto Esdras, como explica o edital. O período de apresentação das propostas começou nesta segunda-feira, 28 de março, e vai até 13 de abril, um dia antes do leilão eletrônico para pessoas jurídicas.

A abertura de leilão foi uma das medidas indicadas pelo plano de ação da Receita Federal para conter o derramamento da carga de polietileno. O documento entregue em 16 de fevereiro, para a Fundação de Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário, da Prefeitura de Corumbá, informava que a instituição construía barreiras em torno do material momentaneamente estocado no pátio do Posto Esdras.

Previa ainda a limpeza constante dos dejetos levados ao piso do pátio por ação do vento e da chuva para que não escoassem pelas caixas de coleta de águas pluviais. Àquela época, a Receita já desenvolvia a proteção das caixas de coletas e do escoadouro da água das chuvas com telas de modo que permitisse somente o escoamento de água e não mais da carga como vinha acontecendo. As medidas também incluíram uma ação direta no rio Paraguai, com apoio da Marinha na coleta dos resíduos que ficaram próximos aos camalotes.

Produto petroquímico

Os "grãos" de polietileno encontrados no rio Paraguai na primeira quinzena de fevereiro deste ano tinham formato arredondado; eram de tamanho pequeno e de coloração branca translúcida. O polietileno é um produto petroquímico utilizado na produção de tonéis, vasos, embalagens para filmes, plásticos para embrulhar roupas e caixas para bebidas.

As pelotas de polietileno chegaram a causar problemas logísticos. Espalhadas por toda a orla portuária corumbaense chegaram a entupir o sistema de bomba de água de uma embarcação, como informou um empresário do setor de turismo, quando o derrame veio ganhou notoriedade após ser noticiado por este Diário.

O engenheiro químico da Fundação de Meio Ambiente, Luiz Henrique Manier, que em fevereiro vistoriou a área atingida pelo derramamento do produto disse que o risco existente era pelo fato de o material demorar "muitos anos" para degradar. "Ele não expele substância tóxica, não vai envenenar o rio nada disso. Só vai ficar lá até desaparecer", argumentou o engenheiro à época.

Fonte: Diário Corumbaense (www.diarionline.com.br)