Um novo estudo patrocinado pela Agência Espacial Norte-americana (Nasa, em suas iniciais em inglês) revelou redução generalizada no verdor das florestas na Bacia Amazônica vasta na América do Sul provocada pela seca recorde de 2010. A informação foi publicada nesta terça-feira (29).
"Os níveis de verdor da vegetação amazônica - uma medida da sua saúde - diminuíram drasticamente em uma área mais de três vezes e meia vezes o tamanho do Estado do Texas e não voltou a níveis normais, mesmo após o fim da seca no final de outubro 2010" , disse o principal autor do estudo da Universidade de Boston, Xu Liang.
A sensibilidade à seca de florestas tropicais da Amazônia é um assunto de intenso estudo.
Os cientistas estão preocupados porque os modelos feitos em computador prevêem que, em uma mudança climática com temperaturas mais quentes e padrões de chuva alterados, o estresse de umidade que se segue pode causar a substituição de algumas das florestas tropicais por savana ou cerrado lenhoso.
Isso faria com que o carbono armazenado na madeira podre fosse liberado para a atmosfera, o que pode acelerar o aquecimento global.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) advertiu que secas semelhantes poderão ser mais frequentes na região amazônica no futuro.
O estudo completo foi elaborado por uma equipe internacional de cientistas que usam há mais de uma década de dados de satélite de Espectro-Radiômetro de Resolução Moderada (MODIS, na sigla em inglês) e Missão de Medição de Chuvas Tropicais (TRMM).
A análise destes dados produziu mapas detalhados mostrando declínios do verdor da vegetação durante a seca de 2010. O estudo foi aceito para publicação na revista Geophysical Research Letters, um jornal da União Geofísica Americana.