O Conselho de Segurança da ONU decidiu realizar uma reunião de emergência nesta sexta-feira, após o ataque contra um escritório da organização na cidade afegã de Mazar-i-Sharif, que matou ao menos sete funcionários. Na ação, manifestantes revoltados com a queima do Corão pelo pastor protestante de uma igreja da Flórida (EUA) invadiram o local.
Segundo o vice-porta-voz da ONU Farhan Haq, a reunião do conselho de 15 países --que ocorre a portas fechadas-- teria início às 17h (18h de Brasília). De acordo com diplomatas, é esperado que membros do conselho divulguem um comunicado conjunto condenando a ação.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse a jornalistas em Nairóbi (Quênia) que o ataque foi "ultrajante e covarde". A embaixadora americana na ONU, Susan Rice, afirmou em um comunicado que a ação foi "horrenda e sem sentido".
Mais cedo, a ONU confirmou as mortes de sete funcionários estrangeiros-- entre membros e agentes da segurança-- após o ataque. "Três membros da Missão de Assistência da ONU no Afeganistão [Unama, na sigla em inglês] e quatro seguranças morreram", disse Dan McNorton, porta-voz da ONU no Afeganistão.
De acordo com o porta-voz da polícia local Lal Mohammad Ahmadzai, o ataque pode ter matado até 20 funcionários. Representantes da ONU em Nova York também dizem acreditar que os mortos podem chegar a 20. De acordo com a agência de notícias Reuters, ao menos dois funcionários foram decapitados. Cinco manifestantes também morreram, e outros 20 ficaram feridos.
Se as 20 mortes forem confirmadas, será o pior ataque contra alvos da ONU no Afeganistão, e um dos mais mortíferos contra a organização nos últimos anos. O pior ataque mais recente havia sido contra uma hospedaria onde membros da ONU estavam no Afeganistão. Na ocasião, cinco funcionários morreram e outros nove se feriram.