O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), disse na manhã deste sábado que o partido usará seu programa e as inserções a que tem direito em rádio e TV para definir com clareza um discurso de oposição ao governo Dilma Rousseff.
Conforme a Folha antecipou na edição de sexta-feira, Guerra disse que o partido vai mostrar os problemas do governo Dilma, entre eles o risco de volta da inflação.
O pernambucano, que está em campanha para ser reeleito presidente do partido, disse que caberá à próxima direção, a ser escolhida em maio, investir numa política de comunicação para o PSDB.
"Essa direção terá de quebrar estruturas que impedem o partido de se abrir e de crescer", afirmou, ao chegar à reunião dos oito governadores tucanos em Belo Horizonte.
Questionado se a declaração era uma crítica indireta ao ex-presidenciável José Serra, com quem rompeu depois da campanha, Guerra negou: "Não tem PSDB sem o Serra junto", contemporizou.
Antes, ele já tinha feito questão de citar nominalmente por três vezes o ex-governador de São Paulo, num aceno para um acordo no partido.
Numa das vezes, disse que, agora, as medidas tomadas por Dilma, como a mudança na política de direitos humanos e o corte de gastos, mostram que as críticas feitas por Serra ao governo Lula na campanha estavam corretas.
Sobre a possibilidade de volta do ciclo inflacionário, afirmou: "O Serra chegou a dizer isso na campanha com muita clareza".
Ele elogiou a posição do Brasil em relação aos direitos humanos no Irã. "O posicionamento é importante, é correto. Não existe Direitos Humanos de direita ou de esquerda".
Ele afirmou que Dilma tem tido um comportamento discreto, o que "é bom para a democracia". "A gente sempre reclamou do excesso de palavras do Lula."
Mas ressalvou que "uma coisa são palavras, outra as ações". Nesse terreno Guerra criticou, por exemplo, o corte de gastos, feito de forma desorganizada e sem prioridades, segundo ele.